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domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal 2011: Entrega de brinquedos em aldeia indígena

Ontem, véspera de Natal, recebi uma ligação de um querido amigo aqui de Manaus pedindo ajuda para que pudesse, na companhia de esposa e filho, viver a experiência de fazer um Natal diferente para crianças de uma comunidade carente. Ligou-me e disse que tinha em mãos 166 brinquedos, sendo 73 para meninos e 93 para meninas e que desejava distribuí-los no dia de Natal e que contava conosco para ajudá-lo nesta empreitada. De imediato liguei para outros amigos e amigas, aqui mesmo de nossa comunidade, que conhecem muito bem cada uma das ruas do entorno do Conjunto Santos Dumont, que foram formadas por meio de invasões de terras, aumentando a malha urbana de crescimento desordenado da cidade de Manaus, que são hoje chamados “aglomerados subnormais”. No entanto, é claro que tudo deveria ser feito de uma maneira segura e, principalmente, não causasse frustração às crianças, haja vista que o número de brinquedos era muito inferior a quantidade meninos e meninas que eventualmente gostariam de receber os brinquedos. Assim, a primeira alternativa que seria percorrer as ruas do bairro da Paz foi descartada.



Tínhamos outra alternativa, que seria buscar as crianças que são atendidas pela pastoral da família, mas como estava em cima da hora, comunicar e reunir as famílias não poderia ser feito em tempo hábil e, percorrer de casa em casa, mostrou-se também inviável. Veja, que maravilhosa “sinuca de bico” para resolver um profissional de logística com 15 anos de experiência nas costas, lembrando-me do tempo em que corria de um lado para outro, ligando para um e outro, atrás de alternativas para distribuir mercadorias urgentes, mas nenhuma das tantas que tive nas mãos poderia ser mais urgente que esta. Felizmente, tenho amigos valiosos, dos quais me orgulho de cada um.

Nesta manhã de 25 de dezembro, após a missa de Natal que ocorreu às 7h da manhã, meu amigo Hailton Nascimento apresentou-me Wellington, que mora próximo a uma aldeia indígena, das muitas comunidades indígenas urbanas que existem em Manaus, brilhantemente citadas no livro do antropólogo jesuíta Roberto Jaramillo Bernal, intitulado “Índios Urbanos”. Devo dizer que foi por meio deste brilhante trabalho antropológico de padre Roberto Jaramillo que pela primeira vez tive conhecimento que bem próximo do conjunto em que moro existe uma aldeia indígena. Resolvemos que o melhor local para que os brinquedos fossem distribuídos era a aldeia indígena urbana da etnia Sateré-Mawé, que já dominou extensos territórios amazônicos entre os rios Madeira e Tapajós, mas que segundo o trabalho demográfico realizado pelos professores Pery TeixeiraI, Evelyne Marie Therese MainbourgII e Marília Brasil, a população dos Sateré-Mawé em 2003 era de 9.400 indivíduos, sendo 600 a população estimada na área urbana de Manaus.

Iniciamos a entrega dos brinquedos às 10h da manhã e quando chegamos a aldeia eram poucas as crianças que estavam presentes no espaço comunitário, mas aos poucos, quando a informação circulou na aldeia que estávamos ali, e qual o propósito de nossa presença, aos poucos foram chegando mais e mais crianças. Após uma manhã alegre em tão boa companhia, finalizamos a entrega e seguimos contentes, mas não menos felizes que aqueles meninos e meninas com os brinquedos que receberam.

A pedido, não vou revelar o nome deste amigo, mulher, filho e de seu primo, que também esteve conosco e que proporcionaram a alegria de um presente de Natal para aquelas crianças, pois não desejam ter os nomes divulgados e preferem ficar no anonimato. No entanto, não é a primeira vez que esse meu amigo participa de ações sociais que são patrocinadas pela comunidade do Conjunto Santos Dumont, por meio da Amipaz, portanto são amigos que compartilham de nossa alegria em prestar solidariedade a quem dela precise.












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