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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Agora é cobrar as promessas de campanha



Com 100% das urnas apuradas o resultado da eleição suplementar para o governo do Amazonas ficou assim:

- Amazonino Mendes.......782.933..........33,47%
- Abstenções....................603.914...........25,82%
- Eduardo Braga...............539.318...........23,06%
- Brancos e Nulos.............412.721...........17,65%
Fonte: TSE

Analisando dessa forma os números, verificamos que as abstenções somadas com os brancos e nulos o percentual é de 43,47%, ou seja, um número bem acima dos votos válidos para o governador eleito Amazonino Mendes, demonstrando o desinteresse do amazonense em participar do pleito. Porém, mais interessante é que a segunda colocada foi abstenções, deixando Eduardo Braga em um desonroso terceiro lugar.

É certo dizer que as abstenções no primeiro turno já foram elevadas, mas aumentaram 6% nesse segundo turno. Todavia, o aumento mais significativo foi o somatório do percentual dos votos branco e nulos que aumentou 47,38%. Isso demonstra que poucos votos destinados no primeiro turno foram capazes de migrar para Amazonino e Eduardo Braga que agregaram respectivamente 35,59% e 42,79% em votos recebidos nesse segundo turno. Eduardo Braga conseguiu agregar percentualmente mais votos que Amazonino Mendes nesse domingo (27.8), mas ambos os candidatos não conseguiram convencer o eleitor dos outros candidatos a usar o “voto útil” para escolher o menos pior entre um, ou outro.

Minha análise é que na opinião do eleitor, que se deu ao trabalho de sair de casa para votar branco e nulo, é que nenhum dos dois candidatos o representa, não desejando ratificar com o seu voto uma escolha que acreditam não valer a pena. Nesse ponto de vista, podemos dizer que houve muito pouco “voto útil” nesse segundo turno.

Amazonino Mendes tem um grande desafio para esse pouco tempo até as eleições de 2018, mas nem por isso podemos deixar de cobrar o prometido durante a campanha, mesmo o eleitor que tenha votado nulo ou branco pelos motivos expostos nesta resenha.

Não acreditar nos candidatos não invalida nossa posição de cidadão em cobrar todas as promessas feitas em campanha, pois isto também faz parte da democracia e o cidadão já está cansado de estelionatos eleitorais. Exigir ao menos que se cumpram as promessas de campanha é mínimo que podemos fazer.

João Lago

domingo, 27 de agosto de 2017

Importância de um diagnóstico precoce de câncer


Quero aqui contar uma história principalmente para as mulheres para que com isso vocês possam ficar mais atentas consigo mesmas.

Há alguns meses atrás minha irmã era uma mulher sadia (aparentemente) e em fevereiro deste ano fizemos uma viagem meio às pressas, apesar de não ter sido uma viagem de férias, mas pela primeira vez em muitos anos estávamos reunidas as três irmãs. Fomos até o Pará onde mora minha mãe e resolver assuntos familiares. Mas, enfim foram dias ótimos, apesar de nossas diferenças e brigas, porque apesar de morarmos na mesma cidade sempre fomos um pouco distantes.

Voltamos de viagem e cada uma seguiu sua vida. Só que minha irmã já estava sentindo umas dores, de vez em quando, na região pélvica, inclusive havia comentado com minha mãe que disse: "minha filha tem que ver logo isso para se tratar". Chegando em Manaus as dores começaram ficar mais frequentes e foi então que ela procurou uma ginecologista para fazer preventivo (SUS), no qual o resultado era sem muitas alteração. Passado um mês ela começou a sentir fortes dores no estômago e ia para pronto-socorro e só davam remédio para dor e ela voltava para casa e só foi piorando. Eram exames por cima de exames, um mais caro que o outro, pois ela não tem convênio médico, então tudo ficava mais difícil e demorado. Até que o seu abdômen começou a inchar muito rápido e acumular líquido e em um dos exames deu ascite ( quando uma pessoa é diagnosticada com ascite significa que algum órgão já está comprometido). Foi então que depois de várias passagens pelo hospital 28 de agosto, Instituto da Mulher etc., encaminharam ela para a  Fcecon (hospital oncológico) e diagnosticado câncer do ovário. Esse tipo de câncer não se detecta com um simples exame de rotina ou um preventivo. Ele é um dos câncer mais silencioso que existe com maior taxa de mortalidade, pois geralmente só é detectado em estado avançado quando já atingiu outros órgãos.

Foi uma longa espera de mais um mês para fazer um exame para uma cirurgia exploratória como dizem os médicos, na qual se detectou que já havia comprometimento do abdômen e intestino. Foram tiradas peças para biópsia (outro sofrimento, pois tínhamos que fazer particular, pois senão iríamos esperar meses até o resultado e sem o mesmo não se pode começar a quimioterapia) e ia esquecendo de mencionar que minha irmã estava desempregada e tem quatro filhos. Só tinha a mim de mais próxima que podia ajudar. Graças à Deus!

Neste momento estou feliz, apesar de meus finais de semana a noite serem neste lugar (Fcecon), estou feliz, porque enfim Deus mandou uma médica com bom senso e autorizou o inicio da quimioterapia antes do resultado da biópsia que sairia daqui a 15 dias. Infelizmente só viemos nos aproximar na doença, mas o que mais quero é que ela fique boa, porque vê-la nessa situação parte-me o coração. Cada gemido, cada pedido além do meu alcance, contento-me em amarrar os seus cabelos, trocar suas fraldas e se chamar-me mil vezes durante a noite, nem que seja para molhar um algodão e passar na boca que esta seca, eu estarei aqui  todas as vezes que puder.

Agradeço à algumas pessoas que estão ajudando nem que seja com palavras, aos meus sobrinhos, principalmente a Claudimara, minha sobrinha, que mesmo com todo o sofrimento consegue chegar aqui sorrindo. Hoje ela falou: "se cair seus cabelos nascerão outros mais bonitos ". Agradeço ao José um amigo que jamais será esquecido. Bem, isto foi um desabafo e ao mesmo tempo para conscientizar em relação a saúde e ao amor.

Se você leu até o final, muito obrigada!

Claudia Ferreira

sábado, 26 de agosto de 2017

Voto Nulo

Segundo a Constituição Federal e a Lei de Eleições,  a contagem dos votos para a escolha do governador,  por exemplo, exclui os votos brancos e nulos. Assim,  o eleito é o candidato que obtiver o maior número de votos válidos, independentemente da expressividade dos votos nulos e brancos.

Votar nulo não tem o poder de cancelar uma eleição. Por conta desta verdade,  alguém então me questionou: "por que votar nulo?"

Em resposta segue meus motivos por fazer uso do voto nulo:

1° - É um direito do eleitor. Não é crime ou pecado. Os brasileiros são obrigados a comparecer ao local de votação, mas não são obrigados a votar em quem não confia para  representá-lo;

2° - É uma  manifestação legal. Um "panelaço" sutil; uma passeata individual contra as propostas apresentadas pelos candidatos,  e sobretudo  contra a conduta política daqueles que pedem nossos votos;

3° - Quando ocorrer uma eleição cujos votos nulos e brancos representarem 1% do total dos votos, ainda sobrarão 99% de votos válidos. Entretanto, quando em uma eleição  um milhão de eleitores  (hipoteticamente) comparecerem às urnas e  houver um número significativo de votos nulos/brancos, na ordem de 40%, os votos válidos serão apenas 600 mil. Se o eleito tiver 60% desses votos significa que 360 mil eleitores o escolheram. Em números relativos foi um ótimo resultado, porém apenas um pouco mais de um 1/3 dos eleitores fizeram a escolha por ele. Isso implica em baixa representatividade e o início  de um governo  com baixo índice  de popularidade.

4° - E por último, uma questão muito simples  que é não ser conivente com políticos corruptos e descompromissados  com o bem estar da coletividade. Quando pacientes morrerem por má gestão pública, não sentirei culpa por ter contribuído para legitimar um governo corrupto e ineficiente.

Pense nisso e faça  sua manifestação individual .

Socorro Corrêa
Economista

Porque eu voto nulo.



Tenho visto algumas manifestações contra o voto nulo, sendo o principal argumento que o eleitor ao abster-se de votar em um dois candidatos no segundo turno estaria desabilitado para cobrá-lo das promessas feitas durante a campanha.

Argumento mais pífio não há, pois se resolvo votar em um e o outro é eleito o resultado não é mesmo? Ou seja, como cobrar algo de alguém que não me representa? No meu caso, verdadeiramente ambos não me representam e não acredito em nenhuma das propostas ou na boa intenção de fazer algo que possa modificar o estado de calamidade que nos encontramos, mesmo porque eles possuem a mesma gênese, como irmãos siameses que nasceram visceralmente ligados.

Note que nenhum deles disse que agirá com transparência em suas ações, disse apoiar a Lava Jato e firmou compromisso com ética e repúdio a corrupção. É estranho, pois hoje o que mais aflige os brasileiros é a montanha de dinheiro que vai para o ralo da corrupção enquanto que o povo amarga na madrugada para pegar um encaminhamento médico nas filas dos postos de saúde. É bom lembrar que ambos os candidatos construíram hospitais e homenagearam suas respectivas genitoras, mas quando adoecem vão se tratar em São Paulo no Sírio Libanês. Será que ainda vou viver tempo suficiente para ver qualquer um deles tratar um câncer (e se curarem) no Cecon? Ou um filho, ou um neto matriculado em uma das escolas públicas que dizem que vão entregar educação de qualidade? Será que vou encontrá-los caminhando nas ruas de Manaus sem seguranças e circulando sem carros blindados? Não acredito que isso irá acontecer e somente os tolos podem acreditar que eles irão fazer para o povo o que desejam para si e para sua família. A verdade é que o teu voto serve somente para dar legitimidade para que possam ainda mais abusarem de ti.

O voto nulo não modifica a eleição, nem a invalida, mas tem o poder de demonstrar o quanto não acreditamos na boa intenção e nas promessas desses dois candidatos. Infelizmente o jogo partidário impede a renovação da política e essa eleição apenas demonstra que os partidos tem donos e que o povo pode até desejar mudanças, mas tem que se iludir eleição a eleição que a mudança e o novo venha do velho, encardido e carcomido tecido que exala o mal cheiro da podridão.

João Lago