Com 100% das urnas apuradas o
resultado da eleição suplementar para o governo do Amazonas ficou assim:
- Amazonino Mendes.......782.933..........33,47%
- Abstenções....................603.914...........25,82%
- Eduardo Braga...............539.318...........23,06%
- Brancos e
Nulos.............412.721...........17,65%
Fonte: TSE
Analisando dessa forma os
números, verificamos que as abstenções somadas com os brancos e nulos o
percentual é de 43,47%, ou seja, um número bem acima dos votos válidos para o
governador eleito Amazonino Mendes, demonstrando o desinteresse do amazonense
em participar do pleito. Porém, mais interessante é que a segunda colocada foi
abstenções, deixando Eduardo Braga em um desonroso terceiro lugar.
É certo dizer que as abstenções
no primeiro turno já foram elevadas, mas aumentaram 6% nesse segundo turno.
Todavia, o aumento mais significativo foi o somatório do percentual dos votos branco
e nulos que aumentou 47,38%. Isso demonstra que poucos votos destinados no
primeiro turno foram capazes de migrar para Amazonino e Eduardo Braga que agregaram
respectivamente 35,59% e 42,79% em votos recebidos nesse segundo turno. Eduardo
Braga conseguiu agregar percentualmente mais votos que Amazonino Mendes nesse
domingo (27.8), mas ambos os candidatos não conseguiram convencer o eleitor dos
outros candidatos a usar o “voto útil” para escolher o menos pior entre um, ou
outro.
Minha análise é que na opinião do
eleitor, que se deu ao trabalho de sair de casa para votar branco e nulo, é que
nenhum dos dois candidatos o representa, não desejando ratificar com o seu voto
uma escolha que acreditam não valer a pena. Nesse ponto de vista, podemos dizer
que houve muito pouco “voto útil” nesse segundo turno.
Amazonino Mendes tem um grande
desafio para esse pouco tempo até as eleições de 2018, mas nem por isso podemos
deixar de cobrar o prometido durante a campanha, mesmo o eleitor que tenha
votado nulo ou branco pelos motivos expostos nesta resenha.
Não acreditar nos candidatos não
invalida nossa posição de cidadão em cobrar todas as promessas feitas em
campanha, pois isto também faz parte da democracia e o cidadão já está cansado
de estelionatos eleitorais. Exigir ao menos que se cumpram as promessas de
campanha é mínimo que podemos fazer.
João Lago
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