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terça-feira, 25 de março de 2014

O velho conto da baluda

Debaixo do nariz de Dilma Rousseff, a Petrobrás se envolve em um pretenso “conto da baluda” e vê evaporar de seus cofres US$ 1,18 bilhão. O suposto golpe, que teria enganado a presidente quando era chefe da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, seria uma das mais manjadas patranhas, digna de estelionatários iniciantes.

O conto da baluda funciona assim: primeiramente um meliante chama a atenção do incauto para um pacote de dinheiro caído no chão (geralmente folhas de papel cortadas e capeadas por uma nota de alto valor). Logo em seguida aparece o comparsa, intitulando-se dono da “baluda”, que muito agradecido oferece recompensa. Logicamente os dois escroques estão mancomunados e, chamando à parte o otário para recompensá-lo, anunciam o assalto.

A suposta “baluda” de Dilma seria uma refinaria obsoleta localizada no Texas, EUA, oferecida em 2005 como uma verdadeira pechincha caída à beira do caminho. Deixa estar que a empresa belga (que ofereceu o negócio a Petrobrás) pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria toda, apenas um ano antes. Porém, mesmo incapaz de refinar o petróleo extraído no Brasil na refinaria texana, ainda assim os belgas ofereceram 50% do negócio aos brasileiros ao preço módico de US$ 360 milhões.

Sim, os europeus, se protagonistas da baluda, deveriam ter um parceiro para convencer que haveria recompensa para o achado. Assim, entra em pretensa ação Nestor Cerveró, na época diretor internacional da Petrobrás, que apareceria como responsável pela apresentação de documentos com severas omissões de informações que induziriam Dilma a um erro de avaliação, conforme divulgado em nota presidencial à imprensa.

Refrescando as coisas para Dilma, achando normal pagar 1.594% de ágio pela parte dos belgas, ainda assim fica estranho explicar porque em dois anos a Petrobrás ofereceu-se para comprar os demais 50% por US$ 700 milhões. Em 2008, parecendo parte de uma grande encenação bufa, o conselho da Petrobrás rechaça a operação, mas não pode voltar atrás devido a uma cláusula contratual que a obriga a comprar lançada a proposta.

A Petrobrás aciona o caso na justiça americana, que em um espetáculo de celeridade resolve o caso em apenas um ano, sem direito as firulas procrastinatórias de nossa justiça tupiniquim, mas obrigando a Petrobrás a pagar o valor atualizado de US$ 839 milhões em 2012. Fazendo as contas, os US$ 21,25 milhões, que encapavam a imaginária baluda dos belgas, valorizou 3.850% em seis anos. Para exemplificar, imagine que você colocasse R$ 700 em uma baluda parecida e em seis anos saísse com dinheiro suficiente para comprar um carro popular zero quilômetro. É isso!

Colocando água na fervura, Dilma somente agora demite Nestor Ceveró da diretoria da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás, que demonstra uma morosidade de fazer inveja aos quelônios. Enquanto isso, Sérgio Gabrielle, que era presidente da Petrobrás na negociação de compra, em entrevista, nega-se a comentar se o conselho da Petrobrás sabia das cláusulas leoninas de compra, mas diz que na época a aquisição era um bom negócio. Sem dúvida, seguramente os belgas nada têm a reclamar dos brasileiros até hoje.

Para completar, como farinha no açaí, quando todos colocam dúvidas na negociação da Petrobrás, eis que aparece o líder do governo no senado, o ex-governador Eduardo Braga, dizendo ser natural nos negócios essas coisas acontecerem. É, não podemos duvidar da experiência do senador amazonense nesse tipo de transação, quando o mesmo protagonizou a compra de um terreno por R$ 13 milhões para construção de um conjunto habitacional em Manaus, mesmo o vendedor tendo comprado, em apenas dois meses antes, o mesmo terreno por R$ 400 mil. Portanto, lembrando os R$ 700 sugeridos para encapar a imaginária baluda de Dilma, se colocados na negociação imobiliária de Eduardo Braga, com a remuneração recorde de 470,09% ao mês, em seis meses (não em seis anos) os intermediários teriam embolsado R$ 24 milhões. Já vejo filas de belgas desejando conhecer o Amazonas e com toda a razão.

Ironicamente, Eduardo Braga, em entrevista a um jornal local, diz estranhar que relembrem somente agora a compra do terreno ocorrido em 2003, motivando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a pedir a abertura de inquérito para investigar o caso. Pelo menos para mim não há surpresa nenhuma, pois como diz o ditado: gato que já levou tijolada não dorme em olaria.

Que bom que ainda haja bastante tijolos nas olarias do Supremo Tribunal Federal.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Raizes mestiças



Este texto foi escrito em 2010 pelo autor, que republica neste blog em resposta a Danilo Gentili, que diz que não existe nada de errado em assediar moralmente alguém pela cor da pele, peso corporal, tamanho, opção sexual etc.

RAÍZES MESTIÇAS

Quando criança logo aprendi que não se devia valorizar muito os apelidos que outras crianças podiam atribuir-me, pois a aderência de uma alcunha pejorativa é proporcional a quanto demonstramos nos incomodar com o apelido. Assim, agindo dessa maneira, desviei-me com galhardia da pecha de vários apelidos depreciativos. Já em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, nos meados dos anos noventa, aos trinta e poucos anos, tive um colega de trabalho que sabendo de minha origem amazônica passou a chamar-me de paiakã, nome de um índio que ficou conhecido nacionalmente por ter estuprado uma professora no Pará.

O apelido sinceramente incomodava-me, mas agir como criança com um adulto com comportamento infantil tinha demonstrado ser pouco inteligente, pois uma criança exerce sua crueldade para com outra criança com inocência, já o adulto é cruel com outro por sua própria perversidade. Uma criança deve ser educada a agir de modo diferente, já um adulto que demonstra não ter tido educação, merece uma lição, mesmo que tardia, a experimentar de seu próprio veneno.

O sujeito em questão é o estereótipo do “italianado”, algo como um cachorro mestiço que na falta de um pedigree diz para todo mundo que a tatara, tataravô era um pastor alemão. No entanto, ele não é o único naquela região, assim como não é único no Brasil. O Faustão da Globo, que é Silva, vez por outra enaltece um e outro televisivo falando de raízes italianas, modo ser italiano, reforçando esse tipo “italianado” falastrão, de má educação, como se tudo isto fosse de sinônimo de sinceridade e autenticidade, ou como se todos os italianos tivessem este tipo de comportamento mal educado.

Na milésima vez que fui chamado de paiakã pelo sujeito, resolvi revidar e disse assim:

- Olha, eu tenho orgulho de trazer nas feições do meu rosto as minhas origens indígenas, mas e você, quais são as tuas raízes?

Ele de pronto respondeu: - Ora, eu tenho sangue italiano...

E antes que ele continuasse, eu disse: - Você sabia que os italianos chegaram aqui em São Paulo logo depois da abolição dos escravos para substituir a mão-de-obra africana? Chegavam no Brasil em navios que pouco se diferenciavam em insalubridade dos navios negreiros do início do século XIX, e vinham fugindo da fome, quase que deportados pelo governo italiano que até pagava a passagem de ida?

O sujeito, meio que estupefato com a minha reação, antes tão passiva, logo eu continuei:

- Os italianos enganados com a promessa de terra fácil e farta, logo tiveram que ocupar as terras a noroeste de São Paulo, aqui mesmo em Ribeirão Preto e começaram a enriquecer plantando café, mas faltava mulher. Foi quando companhias de prostitutas francesas, em uma espécie de Petit-Paris, vinham prestar serviços para os fazendeiros italianados. Muitos deles apaixonavam-se pelas francesas e casavam-se com ela, muito antes de Odair José ter escrito “Eu vou tirar você desse lugar”.

Ele deu um sorriso meio sem graça, olhando para as outras pessoas que estavam ao redor e eu continuei:

- Certamente sei que tenho sangue de índio, provavelmente também sangue de negro e talvez até um pouquinho de sangue de branco, tudo misturado como escreveu Darcy Ribeiro e Gilberto Freire. Sei quem eu sou e também sei o que não desejo ser, um italianado arrogante, bossal, tatara, tataraneto de uma prostituta.

Disse isso tudo, virei as costas e fui embora. Bem, depois disto nunca mais fui chamado de paiakã pelo sujeito, mas também certamente ganhei um desafeto. Coisas da vida, que hoje somente rendem uma boa história.

Não tenho preconceitos contra prostitutas, pois de uma maneira geral não acredito que nenhuma mulher deseje de livre vontade exercer essa atividade degradante e perigosa, mas também sei que existem palavras ferem muito mais que um soco e, naquele momento, nada mais pejorativo para um sujeito pernóstico suspeitar de não ter origens assim tão nobres.

Quanto aos que se dizem italianados, nada contra, mas também nada a favor, basta deixar de assistir Faustão, pois agora os italianados pedantes estarão novamente em festa com essa nova novela da Globo, Passione, Terra Nostra etc.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont

segunda-feira, 17 de março de 2014

Curso de Criação de Valor para Produtos e Serviços.




Temas:



  • ·         Valor percebido para formulação do preço
  • ·         Valor percebido e qualidade percebida
  • ·         Valor social e valor emocional
  • ·         Reputação do produto ou serviço
  • ·         Custo não monetário
  • ·         O boca a boca favorável


Público alvo:


·         Alunos dos cursos de Engenharia da Produção e Tecnologia da Produção Industrial que desejem conhecer melhor os aspectos da criação de valor de produtos e serviços. Demais alunos interessados no tema.
·         Gerentes de produto, profissionais de marketing e gestores de pequenas e médias empresas.

Carga horária total: 


·         12 horas

Minicurrículo do instrutor:


Professor João Lago é graduado em administração e com pós-graduação em Controladoria e Finanças na Fundace – USP de Ribeirão Preto-SP. Mestre em administração pela FEAD-MG. Ex-consultor do Sebrae Nacional - DF na Unidade de Administração e Finanças. Profissional com mais de 10 anos de experiência na logística de grandes e médias empresas.

E o legado da copa?

O atual “padrão Fifa” dos estádios, e a forma que foram vendidos os ingressos, transformaram o desejo de assistir aos jogos em uma verdadeira loteria, que desfez a ingênua pretensão da possibilidade do residente das cidades sede participarem nos estádios de uma Copa do Mundo, não sendo somente o valor do ingresso um condicionante. Segundo pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), apenas 44% dos domicílios localizados em área urbana têm acesso à internet, o que de imediato exclui mais da metade da população a possibilidade de sonhar com um ingresso, já que os bilhetes só podem ser comprados pela web.

Para quem frequentou os estádios do Maracanã e Mineirão, ambos construídos para a Copa de 1950, sabe que atualmente esses estádios, pela imposição do padrão Fifa, foram remodelados e foram extintas a geral e a arquibancada, e todos os ingressos vendidos para o mundial deste ano são para cadeiras numeradas. No entanto, os antigos estádios eram mais condizentes com a proporcionalidade da divisão de classes da sociedade brasileira, pois era possível encontrar a caminho do jogo o porteiro, o jornaleiro, o professor, o empresário etc. Enfim, todos juntos, em um só local, como exemplo que era democrático assistir uma partida de futebol. Todos podiam pleitear a compra de uma entrada e quantas vezes esse “arranjo democrático” permitiu a venda de mais ingressos que a capacidade oficial do estádio. Na final da copa de 50 estima-se que couberam 200 mil pessoas no Maracanã, ou seja, na final da copa do mundo deste ano ficarão de fora 121 mil torcedores devido a atual capacidade daquele estádio.

No cinema, na época da ditadura militar, era comum antes do filme a plateia assistir a um curto documentário com lances de partidas de futebol (era o Canal 100), geralmente no Maracanã e em câmera lenta. Invariavelmente a torcida era focalizada e as lentes cinematográficas filmavam o povão, registrando algum popular com radinho de pilha ao ouvido e um desdentado sorriso de alegria na hora do gol. Era a “geral”, que ficava praticamente na mesma linha do gramado, na qual todos assistiam em pé e muito pouco se podia ver do que acontecia em campo. Já a arquibancada, logo acima da geral, o local era mais favorável para assistir ao futebol, mas com assento de concreto e sem divisão de espaço com o vizinho do lado. Em dias de estádio lotado não se podia ter pudor, ou ojeriza, ao contato físico. Assim, sem dúvida, o lugar mais privilegiado era a “cadeira numerada” que, diferentemente da geral e da arquibancada, estava estrategicamente posicionada defronte a linha central do gramado e as cadeiras apartando o contato físico forçado entre torcedores. A cadeira numerada como local mais “civilizado” e privilegiado tinha o seu preço proporcional ao conforto e a visão do campo.

Como não cabe toda a população do Brasil nos estádios da Copa, então se inventou que mesmo aqueles que não fossem aos estádios de alguma maneira seriam privilegiados, daí se criou a expressão “legado Copa”, que nos últimos tempos virou palavrão na boca de jornalista quando dirigida aos políticos responsáveis pela organização do evento.

O que se discute, e não podemos levar a questão para o ufanismo, é que o dito legado não poderá ser somente um estádio “padrão Fifa”, principalmente nas cidades sede que sequer possuem tradição de lotar seus antigos palcos de futebol, como é o caso do Manaus. Não é mentira que o Amazonas tem um campeonato regional insipiente, que não há um clube amazonense sequer na terceira divisão do campeonato brasileiro, assim como não é falácia que o manauara torce majoritariamente para os times cariocas. Assim, se o “legado da Copa” é um problema de tema nacional, devemos aproveitar o interesse da imprensa sulista em nosso canteiro para que os governantes locais sintam-se motivados a dar uma resposta à questão: e o legado da Copa?

Olha, se os amazonenses fossem negar esse interesse e realmente levassem a sério essa xenofobia aos “de fora”, não teríamos um governador paulista e três senadores forasteiros, já que um é potiguar, uma é catarinense e o outro é paraense (só não sei se é torcedor do Remo ou Paysandu). E também, vale a pena lembrar, que foi por meio do interesse da imprensa sulista, seja por qual motivação, que os casos de corrupção e de exploração de crianças e adolescentes em Coari saíram do marasmo. Se hoje finalmente Adail Pinheiro foi para a cadeia e afastado da prefeitura é porque o caso foi parar no noticiário nacional. Se um assunto banal como um acidente na marginal Tietê é motivo de atenção do noticiário hegemônico, por que os assuntos mais escabrosos do Amazonas não podem merecer nota em rede nacional?

Os gastos estratosféricos nas construções dos estádios no Amazonas, Cuiabá e Distrito Federal, sem a contrapartida de melhorias para a população em forma de legados, devem ser de interesse da imprensa nacional.

No mais, ainda há ingressos para assistir aos jogos da Copa do Mundo aqui em Manaus, pois algumas operadoras de turismo estão oferecendo lugares nos camarotes, para qualquer jogo, ao preço módico de quatro mil dólares (9,4 mil reais), valor este que me faz sentir saudades das antigas e caóticas geral e arquibancada.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont

sexta-feira, 14 de março de 2014

Prefeitura retira cavaletes das ruas do Conjunto Santos Dumont

Moradores da rua Atlas Cantanhede reclamam que nesta semana a prefeitura de Manaus recolheu das ruas os cavaletes utilizados para o bloqueio das ruas durante à noite.

Nelson Lopes, Eliana Freitas, Castelo e Ray (da esquerda para direita)

Desde novembro de 2011, após inúmeros assaltos à residências ocorridos no Conjunto Santos Dumont, como medida de proteção, moradores decidiram fechar a passagem de ruas e controlar o acesso por meio de vigias. A restrição ao acesso e vigilância geralmente inicia às 18h e perdura até às 6h do dia seguinte. O ano de 2011 foi o mais crítico para a segurança no conjunto, no qual quatro assaltos em residências estavam ocorrendo em média por mês. Na verdade, desde maio de 2010, que coincide com a criação deste blog, que a questão da segurança vem sendo discutida pelos moradores.
Foto de arquivo

Foto de arquivo

Foto de arquivo
No entanto, nem mesmo com a cessão do espaço comum dos moradores, chamado "chapéu de palha", para posto do Ronda nos Bairros, arrefeceu a violência e os assaltos no Conjunto Santos Dumont. O caso mais emblemático foi o latrocínio de pai e filho no início de outubro do ano passado, que não somente chocou a comunidade do Conjunto Santos Dumont, mas toda Manaus. Depois disto, como prova da profunda audácia dos marginais, um o assalto ocorreu em uma lanchonete localizada na Alameda Santos Dumont no momento exato que se realizava uma reunião no "chapéu de palha" para discutir a violência e a ação efetiva do Ronda nos Bairros (na ocasião a cúpula da segurança pública estava presente na reunião). Não somente isto, em janeiro um lavador de carros foi assassinado com dez tiros enquanto trabalhava em um posto de lavagem localizado na rua Noberto Von Gal. Todos os casos relatados aqui ocorreram em um raio de 500 metros de distância do posto do Ronda nos Bairros do conjunto. Não obstante, outros sinistros ocorrem em nosso conjunto rotineiramente, como foi o caso da residência que foi arrombada no mês passado na rua Atlas Cantanhede em plena luz do dia, notícia que publicamos neste blog, justamente nessa mesma rua que moradores reclamam que a prefeitura levou os cavaletes.

Pode ser irônico, como bem lembrou um morador, que na última vez que os cavaletes das ruas foram levados pela prefeitura, foram localizados no canteiro central da Av. Djalma Batista separando as vias que estavam em obras. Bem, pode ser que esses que foram levados possam agora servir para balizar as inúmeras intervenções que estão sendo feitas pela cidade preparando Manaus para a Copa do Mundo. Se assim for, de alguma forma o Conjunto Santos Dumont já estará presente no embalo da copa.

A conclusão que chegamos ao relatar estes fatos é que os moradores não se sentem seguros e com razão, portanto reclamam que não podem prescindir do bloqueio noturno das ruas e que não existe uma interlocução eficaz entre as demandas de segurança dos moradores e a Prefeitura de Manaus, assim como na Secretaria de Segurança Pública, nossa vizinha de porta aqui no conjunto.

AMIPAZ

sábado, 8 de março de 2014

Parabéns Mulheres: 8 de março

MULHER

Não existe melhor lugar de aconchego
Que o colo seguro de uma mulher
Dá a criança o alimento
Dá ao homem o prazer
Um símbolo da diferença

Não existem curvas mais perfeitas
Que os lados sinuosos de uma mulher
Dá certeza de ser feminina a sombra
Dá motivo para o encontro das mãos
Um símbolo da diferença

Não existe sonoridade mais maviosa
Que o falar suave de uma mulher
Dá certeza de existir voz dos anjos
Dá beleza a canção de ninar
Um símbolo da diferença

Mulher, ser tão diferente não significa antagonismo
Pois, tu tens tudo aquilo que mais preciso
Em sons, formas e gostos
Por isso se diz: Viva a diferença!


João Lago

quinta-feira, 6 de março de 2014

Caminhar na praça? Só se for a luz de velas!

Pois é, depois de semanas com as pétalas de luz e as luminárias acessas diuturnamente, agora quem desejar caminhar no final da tarde, início da noite, na praça de caminhada do Conjunto Santos Dumont tem que trazer sua lanterna, candeeiro, vela ou qualquer assemelhado.

Praça de caminhada às escuras
Engraçado que as providências que deveriam ser tomadas para solução urgente amargam dias e dias e o que vemos é o completo abandono das áreas públicas de nosso conjunto. No entanto, não realize nenhum evento que celebre a paz, pois OUVIDOS VIGILANTES e diligentemente ligam para a SEMMAS e a fiscalização vem a toque de caixa. Parece que os OUVIDOS SENSÍVEIS devem ser CEGOS, ou enxergam somente o que é conveniente. Vou aproveitar e contar uma experiência de vida que muito me ensinou em meus vinte e poucos anos.

Luminárias acessas diuturnamente.
Em 1992 fui transferido de Manaus para Brasília e embarquei toda minha pouca mobília em um caminhão de mudanças. Eram tão poucos os móveis que no caminhão coube também o carro que tinha na época, um Gol geração três. Depois de mais de dez dias de viagem, a mudança finalmente chegou para ser desembarcada na Asa Sul, Quadra 205. Quem conhece as superquadras do Plano Piloto da capital federal sabe o cuidado que se tem com as áreas verdes, não somente pelo governo do DF, mas pelos moradores do blocos habitacionais.

Pois bem, na frente do bloco que iria morar tinha uma elevação com um gramado, então nada de mais usar essa elevação para desembarcar o carro, mesmo que a grama possa sofrer um ou outro desgaste. Quando o motorista e os ajudantes iniciaram a colocar a rampa para descer o carro, eis que vem ao nosso encontro uma senhora muito nervosa pedindo para abortamos a operação. Como é que não estávamos percebendo que o gramado iria ficar danificado, perguntava com veemência. Explique-se que aquela senhora era a síndica do bloco e estava cumprindo o seu papel e assim, pedimos desculpas e tivemos que buscar outro local para descer o carro.
Entulho sobre a calçada da área verde
Recuso-me a acreditar que em nosso conjunto residam pessoas de baixa cultura, ou que não tenham discernimento do que é certo, ou errado. Por exemplo, quando despejam lixo ou entulhos de construção na área verde, ou colocam carros sobre o gramado e calçada, sabem que fazem o mal feito, mas falta uma senhorinha diligente para fazer prevalecer o bom senso. Não precisa denunciar o vizinho a SEMMAS, como alguns fazem na surdina, basta conversar. É justamente isto que falta em nosso conjunto.

Na verdade estamos sem rumo e cada dia que passa um pouco mais nosso espaço é destruído e degradado.

Até quando?

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Desagravo à Comunidade Católica de São Marcos


NOTA DE DESAGRAVO À COMUNIDADE CATÓLICA DO CONJUNTO SANTOS DUMONT



No dia 25/2, a Igreja de São Marcos foi atuada pela SEMMAS - Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura, acusada de produzir barulho que incomode a vizinhança.


No dia 22/2 (sábado), diversos jovens da Paróquia de Santo Afonso, reunidos na Igreja de São Marcos, localizado no Conjunto Santos Dumont, promoveram um viradão de orações e louvores, em um clima alegre e aberto a participação de qualquer um que desejasse participar.

Antes de ser um evento religioso, tratava-se de um momento de congraçamento comunitário que celebrava a PAZ, iniciado com uma novena no interior da Igreja. Com término programado para às 23h, tendo como atração final uma banda jovem de músicas religiosas chamada Arcanjos do Senhor.

A Amipaz recebeu com estranheza esta autuação da SEMMAS, considerando que a Igreja de São Marcos celebra seus ofícios religiosos há mais de 30 anos em nosso conjunto e jamais foi admoestada pelo barulho que é produzido para a comunidade. O evento da banda jovem católica aconteceu no pátio externo da igreja, assim como já foram tantos outros eventos realizados, como festas juninas, confraternizações alegres e com presença de som. Jamais houve qualquer reclamação dos moradores desfavorável a atividade da igreja.

A denúncia toda é muita estranha e extemporânea a presença da Igreja de São Marcos no Conjunto Santos Dumont, que nos leva a pensar que a denúncia tem cunho político e de preconceito religioso de um determinado indivíduo, pois afinal conhecemos os nossos vizinhos e todos, mesmo os não católicos, tem profundo respeito pelas atividades da igreja. Todos sabem que bastaria dirigir-se a qualquer uma liderança da igreja para que o som fosse abaixado.

Não é de hoje que as atividades da Igreja Católica aqui em nosso conjunto sofre perseguição de um determinado indivíduo, que utiliza sua página na internet para proferir impropérios contra as atividades da igreja. Recordamos que um arraial no campo de futebol do conjunto, promovido pela comunidade católica da redenção que visava arrecadar fundos para reformas de sua igreja, foi duramente criticada na internet por esse indivíduo alegando produção de barulho excessivo. Vale salientar que esse cidadão mora distante da eventual produção de ruído, não sendo plausível alegar desconforto pessoal com o ruído.

Outro ponto que nos chama atenção para essa denúncia oportunista e de cunho político, deve-se ao fato que na ocasião do evento jovem aqui no conjunto, o mesmo foi prestigiado pelo deputado estadual Chico Preto, que tem amizade por alguns jovens da comunidade. Assim, bastou somente unir os pontos para descobrir indícios do DNA do autor desta denúncia. Quem já ligou para o serviço da SEMMAS sabe como é difícil ser prontamente atendido em uma reclamação com tamanha celeridade como foi essa prestada no final do mês passado.


É inegável que existe representações de políticos aqui no Conjunto Santos Dumont que buscam mostrar para os seus patrões que há um curral eleitoral dominado em nossas doze ruas. Ledo engano, pois os moradores do conjunto já perceberam que a melhor política a seguir é justamente a busca da independência, pois ela permite agir sempre em favor das demandas da comunidade e não a partir da conveniência de políticos. Acreditamos que "a ficha também caiu" para esse indivíduo, que agora volta suas fichas para agradar o público do entorno do Conjunto Santos Dumont, mesmo que isto represente ir contra o que deseja a coletividade dos moradores do Santos Dumont.

Porém, não são todos os que tem ligações com políticos que agem dessa maneira mesquinha e traiçoeira, pois entendem que o voto não se compra, mas se conquista com trabalho e participação comunitária. Temos amigos aqui do conjunto ligados a partidos políticos e que buscam ajudar a comunidade em suas demandas e não colocam sua proximidade com políticos como moeda de barganha ou agem na surdina para prejudicar a comunidade a partir de seus próprios interesses.

Deixamos aqui nosso desagravo em favor da Igreja de São Marcos e de toda sua liderança, bem como a Paróquia de Santo Afonso. Não será a perseguição religiosa, tão pouco a perseguição política que fará que a fé deste povo fique esmorecida.

AMIPAZ