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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quem sou eu?


Se você não sabe quem é esse sujeito, não fique se achando desinformado, pois não é culpa sua. já que o próprio também parece que não gosta muito de aparecer para demonstrar que trabalha. Trata-se do senador Plínio Valério (PSDB-AM), eleito em 2018 e que durante a Pandemia e mortes no Amazonas ficou completamente OMISSO, não se tem qualquer registro de sua atuação direta e mesmo na CPI da Pandemia desapareceu, deixando que Omar Aziz e Eduardo Braga assumissem o protagonismo na luta pela justiça na responsabilização das mortes no Amazonas pela falta de oxigênio e pelo atraso na compra de vacinas.

Para completar sua atuação medíocre, o senador Plínio Valério está entre os oitos senadores que VOTARAM CONTRA O AFASTAMENTO DO GOVERNADOR DO DF que foi omisso ou incompetente nos atos terroristas que ocorreram no domingo (08/01/2023).

Devemos escolher melhor nossos representantes.


domingo, 8 de janeiro de 2023

Não existe anistia para veneno de cobra e escorpião


A invasão da Praça dos Três Poderes no domingo de 8 de janeiro revela que não é mais possível acreditar que os envolvidos no vandalismo sejam apenas manifestantes. Existe uma inteligência do mal que envenena com ódio, financia e coordena por meio da desinformação as atitudes terroristas que destruíram patrimônio público nesse domingo. A violência aconteceu abaixo da responsabilidade do Governo do Distrito Federal, mais precisamente do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e de seu secretário de segurança pública Anderson Torres (União Brasil-DF) que no momento dos acontecimentos estava na Flórida-EUA, local onde passa temporada Jair Bolsonaro, o padrinho político de ambos. Esta crônica faz uma reflexão do desdobramento moral, penal e político que se espera como resposta, pelo Estado Democrático de Direito, contra os atos terroristas cometidos nas sedes dos três poderes.


Uma cobra e um escorpião peçonhentos não deixarão de produzir veneno porque envelhecerão, haja vista que é da natureza fisiológica de ambos tecerem toxinas mortais até o final da vida, sempre em proveito próprio. Algumas pessoas também são assim, pois o passar do tempo também não lhes confere o abandono de seus atos nocivos enquanto tinge seus cabelos de branco. No entanto, se o envelhecimento para animais peçonhentos não é condição para deixar de serem mortais, o ser humano a qualquer tempo da vida pode erradicar sua natureza vil por meio da reflexão e do arrependimento, embora muitas vezes isto não seja o suficiente. Assim sendo, do mesmo modo que uma cobra e um escorpião podem deixar de ser perigosos quando cirurgicamente são retiradas as glândulas que lhes produzem o veneno, a pessoa criminosa também deve amputar de sua vida o que lhe confere a maldade.


Todavia, tão somente a reflexão e o arrependimento podem não promover a cura do mal represado, pois a depender dos efeitos que a iniquidade produziu em indivíduos próximos e na sociedade, um simples pedido de desculpas (ainda que aceito) pode não sanar toda a dor e a ausência que atos contra a vida e ao patrimônio costumam a deixar. Como um simples arrependimento do algoz poderá atenuar a dor de alguém que perdeu seu companheiro de vida assassinado? Como um pedido de desculpas poderá preencher a ausência material e afetiva na vida de uma criança, que agora crescerá órfã, porque seus pais morreram pela ação ou omissão de outrem? Como poderá um simples pedido de perdão enxugar todas as lágrimas de uma mãe, pai, irmãos, irmãs, de uma família inteira que sofre pela saudade? Como o reconhecimento do erro é capaz de indenizar e reparar o patrimônio público e privado depredado pela imbecilidade e pelo ódio? Assim, porque nem sempre o arrependimento e um pedido de desculpas são suficientes para reparar toda a dor é que nascem os clamores por justiça.


Enquanto o criminoso, que age a margem da lei, não é confrontado pelos seus atos, dificilmente pode-se esperar qualquer arrependimento. Somente quando é capturado, trazido a realidade e devidamente processado pelos seus crimes é que muitos choram, pedem desculpas e demonstram alguma contrição. Porém, é verdade que a escalada de violência política veio em um crescente iniciado desde a campanha presidencial, com especial citação a Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores - PT assassinado enquanto festejava o seu aniversário de 50 anos, pelo vandalismo ocorrido em 12 de dezembro de 2022, no qual ônibus e veículos particulares foram queimados, vidraças de delegacia quebradas em Brasília e pela bomba encontrada em 24 de dezembro de 2022, armada em um caminhão-tanque repleto de combustível no aeroporto da capital federal, planejada para explodir. Agora, nesse domingo (08/01/2022) temos o ápice dos atos violentos pela tentativa de subversão da ordem democrática pela invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal por centenas de terroristas travestidos de manifestantes.


O ovo da serpente veio sendo chocado nos quatro anos do governo Bolsonaro, que uma vez instalado no poder, os seus escorpiões foram reproduzindo-se por partenogênese nas redes sociais, considerada por muitos uma terra sem lei e que agora, empoderados pelo suposto anonimato que o ambiente virtual parece prover, esses terroristas tomaram o asfalto buscando esconderem-se também no meio de uma horda enfurecida pelo veneno que a consome. São covardes, tantos esses que se camuflam no meio da multidão para perpetrar atos vis, quanto aqueles que fomentam e financiam esses atos mas não são capazes de seguir em frente do aluvião que patrocinam e apoiam.


Não são apenas manifestantes que exercem o sagrado direito democrático da liberdade de expressão, haja vista que não demonstram qualquer apreço à democracia e, portanto, não merecem anistia. Não importa quantos sejam esses que participaram da destruição dos prédios instalados na Praça dos Três Poderes, absolutamente todos devem ser confrontados com os seus atos criminosos, presos, processados e julgados, pois se não forem punidos exemplarmente voltarão, porque somente enjaulados, como feras que são, podem deixar de oferecer perigo a sociedade.

João Lago.

domingo, 1 de janeiro de 2023

Esperança dos ratos e a fé dos homens


Uma pesquisa realizada com ratos na década de 50 trouxeram uma importante análise sobre como a psicossomática é influenciada pela esperança. Entenda-se como psicossomático o estresse mental motivado pelo medo, desalento, fadiga e afins que pode afetar a saúde do corpo. No caso específico dessa pesquisa, o psicobiólogo e geneticista americano Curt Paul Richter estudou o comportamento de ratos criados em laboratório e de ratos silvestres, comparando suas reações quando colocados para nadar até a morte em um recipiente de vidro.

Apesar de ser considerado um experimento cruel para os padrões atuais, esse estudo (On the Phenomenon of Sudden Death in Animals and Man) trouxe uma importante contribuição para medicina no entendimento psicossomático da morte súbita. Verificou-se que aqueles ratos que viviam livres e que eram bons nadadores na natureza morriam mais rapidamente em relação aqueles criados confinados e sem qualquer experiência aquática. Enquanto os ratos selvagens morriam afogados de um a quinze minutos depois de colocados nos recipientes, os ratos de laboratório nadavam até sessenta horas antes de morrerem afogados e os dados apontavam que "os animais morriam por desaceleração do ritmo cardíaco e não por aceleração". Ou seja, a respiração era reduzida assim como a temperatura do corpo até que o coração deixasse de bater.

Embora haja controvérsia, o instinto é uma forma de inteligência, como aquela que orienta uma ave quando deve migrar para o sul, um peixe quando deve subir pela correnteza de um rio para procriar, uma tartaruga que ao romper o ovo nada em direção ao rio, ou um recém-nascido que ao ser colocado no colo da mãe procura e suga avidamente o seio materno. Sim, não devemos nos esquecer que mesmo o ser humano, no alto de sua racionalidade funcional, também age por impulso, pois em determinado momento de nossa existência somos pura “id”. Ou seja, em tenra idade somos movidos por desejos, vontades e pulsões primitivas, derivados dos instintos descolados de freios éticos e morais.

No entanto, vai-se crescendo, adquirindo humanidade, diferenciando-se dos animais e passando a controlar certos instintos, porque esta é uma condição essencial para viver em sociedade. A convivência e a genética constrói nossa personalidade, explicada pelo aforismo popular de que “filho de peixe, peixinho é” ou por meio dos embates filosóficos que colocam o “homem como o lobo do homem” de Hobbes em contraposição de que “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe” de Rousseau. Na verdade, se quando nascemos somos movidos pelo mais puro instinto, nossa id aos poucos passa a conhecer a animadversão do animalesco e a conviver com os limites que respeito ao direito do outro impõe como necessários para uma vida em harmonia.

A esperança poderia ser considerada um instinto de sobrevivência, ou deveria ser atribuída como um processo cognitivo complexo inerente ao ser humano consciente e inteligente? A resposta depende do quanto somos arrogante em nosso antropocentrismo ao tratar os demais seres vivos como objetos para serem usados a exaustão para o nosso prazer e bem-estar. A esperança que não é dita em palavras pelos animais necessita de nossa inteligência para decifrá-la, ao mesmo tempo que nos ensina que quando se tem esperança luta-se mesmo quando todo o ambiente nos é desfavorável. Ter esperança é acreditar que as situações adversas, por mais severas que sejam, vão passar e que é possível seguir adiante. Talvez isto explique porque a fé pode operar milagres na cura de enfermidades, ou mesmo promover longa sobrevida em doenças desenganadas pela medicina. Nesse sentido, é comum ouvir que determinada pessoa ao receber um diagnóstico terrível entregou-se a doença e em pouco tempo morreu, mas que outra com otimismo e com fé em Deus lutou e venceu a doença ou viveu muito além do que foi vaticinado pela medicina.

Esperança, que é um atributo que nos faz acreditar no impossível, esteja presente em nossas aspirações para 2023. Coloque nela sua fé, mesmo que não creia em Deus, pois se até os ratos conseguem ter fé no impossível, por que nós seriamos tão arrogantes de desmerecê-la e morrer sem experimentá-la, mesmo que seja pelo mais puro instinto.

Feliz 2023.

João Lago