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domingo, 30 de setembro de 2012

Árvores são cortadas no Conjunto Santos Dumont


No sábado do dia 15 deste mês uma árvore foi cortada no largo de São Sebastião gerando protestos e um grande movimento de repúdio nas redes sociais. O motivo oficial do corte dessa mangueira de copas altas seria que a mesma estava doente, infestada por erva de passarinho, mas corre a boca pequena que o motivo seria muito fútil: a mesma estaria atrapalhando a foto que se deseja tirar do Teatro Amazonas.

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont
Aqui no Conjunto Santos Dumont duas árvores foram arrancadas e no lugar fizeram um grande buraco, ao lado do campo de futebol na face que margeia a Alameda Santos Dumont. O motivo para a subtração das árvores é uma quadra de areia que será instalada no local.

Algumas perguntas poderiam ser feitas para que fosse possível, nós moradores, entendermos a razão de tamanha violência ambiental:

Árvore cortada no Largo de São Sebastião


Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont
1a) Com tanto espaço na parte posterior do campo, no qual não seria necessário retirada de árvores nenhuma, inclusive sem a necessidade de remover terra por ser um terreno plano (com custo mais barato para construção), por que da escolha daquele local?

2a) Moradores do Conjunto Santos Dumont foram convocados para alguma reunião para decidir se a comunidade desejava uma quadra de areia que viria a declarar a morte das árvores?

3a) Qual será o público-alvo a quem essa quadra de areia irá servir?

4a) No processo da vivência comunitária e democrática, não seria os moradores necessariamente convocados para aprovar a intervenção em qualquer área pública do Conjunto Santos Dumont?

5a) Qual a legitimidade de quem tenha autorizado ou permitido tamanha violência ambiental em uma área pública de nosso conjunto?

6a) Será que nós moradores demos carta branca a qualquer pessoa para agir de modo unilateral e autoritário sem a necessidade de qualquer consulta pública?

Eu poderia continuar enumerando vários tópicos de repudio ao corte das árvores, e não adianta dizer que o plantio de umas mudinhas que serão comidas pelas saúvas servem como compensação, pois se não me falha a memória, no início do ano passado, e mesmo depois, por iniciativa da Amipaz e das crianças da catequese da Igreja de São Marcos, várias mudas foram plantadas, mas todas foram eliminadas pela falta de educação ambiental de alguns, além do corte pela própria prefeitura, que durante a capinação que é feita quando o mato está cobrindo as canelas, não consegue identificar mato das mudas de árvores. Desta forma, não sou nada otimista em dizer que da forma que foram plantadas essas mudas ridículas, em pouco tempo serão eliminadas, ficando somente a lembrança que perdemos duas árvores adultas e que cumpriam sua função de gerar sombra e embelezar nosso espaço público.

Quanto a legitimidade de quem tenha permitido tal ato de incompetência ambiental e comunitária, digo com todas as letras que a Associação de Moradores do Conjunto Santos Dumont hoje é uma entidade virtual, que não existe no mundo real e jurídico, com registro de sua diretoria em cartório, com um estatuto de acordo a lei 10.406/2002, chamado novo código civil, nem mesmo com um Conselho Fiscal eleito pelos moradores que teria como função fiscalizar os atos administrativos e verificar o cumprimento os deveres legais e estatutários. Como por exemplo, as bandas que foram realizadas em fevereiro se arrecadaram dinheiro e onde esse dinheiro foi aplicado.

A proposta de ter apoio de um padrinho político como substituição à participação comunitária falhou, basta ler o roseiral de promessas que foram feitas na propaganda política de campanha, nenhuma cumprida, que levou a esta situação lamentável de uma associação que basicamente existe somente na internet. Em dois anos de existência nenhuma reunião ordinária foi feita. Quando se diz “ordinária”, para aqueles que podem achar o nome pejorativo, deseja-se dizer de reunião de rotina, que devem permear a existência de uma agremiação de moradores, onde seriam convocados para discutir o planejamento das ações públicas, como por exemplo, aprovar a proposta de uma construção de uma quadra de areia com a matança de árvores.

Agora neste final de ano, deveremos novamente buscar pessoas que realmente tenham a vocação do trabalho comunitário e colocar gente que deseje regularizar a situação jurídica da associação e que esteja disposta a trabalhar não como se fosse um ungido, alguém com todos os poderes ditatoriais para agir a margem do que deve ser de decisão coletiva. Devemos buscar escolher pessoas que compartilhem interesses comunitários que estejam além dos interesses partidários, ou que não sejam guiados remotamente por esse ou aquele político. Este tipo de entreposto partidário não funciona em uma comunidade esclarecida e politizada como é o Conjunto Santos Dumont, pois não podemos ser confundidos com qualquer rincão em que o básico possa ser oferecido como excepcional, quando nem o básico recebemos, ou seja: R.E.S.P.E.I.T.O.

O corte dessas árvores é apenas um alerta para outras posturas de decisões arbitrárias podem ocorrer se não intervirmos nas decisões que nos afetam diretamente. No passado a praça de caminhada foi loteada e seria vendida (e o dinheiro divido sabe lá como) se não houvesse a intervenção dos moradores. Quando a Amipaz concorreu com propostas sérias e com grande interesse pela participação comunitária, chegamos a ser procurados com a ideia de transformar a praça de caminhada em algo parecido como uma praça de alimentação. Ou seja, trocar o nosso sossego, nosso espaço de melhoria de nossa qualidade de vida e nossas árvores por barracas e quiosques para atender a quem? Fico até com receio de declarar isto e esta ideia esdrúxula possa ressoar como viável na mente desviada de alguns. Na época que ouvi esta asneira a primeira coisa que disse foi: Este tipo de intervenção deve merecer a opinião de todos os moradores, mas posso adiantar que não seria bem aceita.

Quem age a margem do respeito a opinião da comunidade não merece nossa consideração. Devemos no mínimo exigir que se apresente a ata da reunião, como o nome dos responsáveis pela aprovação de tudo isto, pois caso contrário estamos apoiando uma ditadura de um só indivíduo, que nem sabemos direito quem é e quais os seus verdadeiros propósitos.

João Lago
Administrador, professor e alguém que tem muito amor pelo Conjunto Santos Dumont.

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