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domingo, 16 de setembro de 2012

Vanessa é realmente contra o aborto?


O jornal A Crítica deste domingo publicou uma entrevista com Vanessa Grazziotin, candidata a prefeitura de Manaus, que diz contar com o apoio de Dilma Roussef. A presidente já demonstrou por meio de suas ações que é plenamente favorável ao aborto, mesmo havendo declarado em campanha presidencial que era contrária a permissão que crianças sejam assassinadas no ventre de suas mães, talvez para ganhar simpatia da grande maioria do povo brasileiro que é contrária ao aborto.

São duas as frentes que visam permitir o aborto no Brasil. A primeira delas, como já denunciei, tem o apoio de José Sarney, que preparou um grupo de “juristas” escolhidos a dedo de modo a permitir alguns absurdos, como por exemplo: a descriminalização da maconha, com permissão até para o plantio domiciliar, bem como o aborto, que passaria a ser executado de forma indiscriminada. O projeto deles (pasmem), uma mulher pode pedir o aborto com um laudo de um psicólogo, ou médico, desde que este ateste que a mulher não tenha condições psicológicas e físicas para ser mãe. Ou seja, a vida de uma criança passa agora a ser decidida por uma canetada de qualquer um que não tenha escrúpulos para decretar a morte de uma criança em desenvolvimento.

Outra frente, via Ministério da Saúde, é criar centros de orientação para ajudar mulheres a abortar por suas próprias mãos, inclusive usando a rede do SUS para distribuição de medicamentos abortivos. Logicamente, está ação tem o grande interesse da indústria farmacêutica que ganhará em muito com esta atitude do governo. Na verdade, algumas mulheres por modismo acham que ser “feminista” é ir contra o interesse das mulheres, no que diz respeito a identidade fisiológica que as diferenciam do homem.

Homens e mulheres notoriamente são diferentes em seus corpos, principalmente no que diz respeito a maternidade, que é uma dádiva exclusiva do sexo feminino. No entanto, a vida moderna imposta a mulher cria a concepção que ser mãe é um estorvo, já que muitas são empurradas para o mercado de trabalho para competir com os homens em condições desiguais, já que as pesquisas salariais atestam que homens ganham até 30% mais que as mulheres, mesmo havendo igualdade no perfil acadêmico e de experiência profissional. Neste contexto de desigualdade, não é raro a mulher ser abandonada para cuidar sozinha da criação dos filhos, restando isto como comum nas camadas populares da sociedade, onde se encontra a família matriarcal, no qual o homem está ausente moral e materialmente.

Algumas mulheres bem sucedidas adotam o rótulo de feminista porque prescindem economicamente do homem, mas não possuem a exata noção do problema social criado a partir da degradação da família e, acreditando ser possível resolver tudo pela judicialização, passam a reivindicar a mesma postura irresponsável que alguns homens adotam em relação a prole que geram: o desprezo e o abandono. Alegam essas mulheres o “direito sobre o seu corpo”, ou mesmo “direitos reprodutivos”, que na verdade são eufemismos para o aborto. Isto acontece porque fracassou toda a judicialização que busca atenuar o abandono da família pelo pai, principalmente nas camadas mais empobrecidas. Muitas vezes o homem não é localizado pela justiça, ou ainda, mesmo quando encontrado, não possui condições materiais suficientes para ajudar a mãe no sustento do filho. Assim, não é raro ouvir dizer que a mulher pobre deveria ser esterilizada, ou mesmo que se arranque o filho das entranhas, porque estaria gestando mais “um trombadinha” para a sociedade. Fracassamos porque não conseguimos que as relações afetivas que pudessem unir um homem a uma mulher fossem por meio de uma união responsável. Desta forma, como última instância, busca-se legalizar o aborto.

Na reportagem de jornal de Vanessa Grazziotin, esta catarinense que foi muito bem acolhida pelo povo manauara, ela diz ser contrária ao aborto, mas logo em seguida, como naquela fábula que o jacaré permite que o escorpião lhe suba o dorso para atravessar o rio, o bicho peçonhento não resiste e, mesmo dizendo que não o picará o jacaré, no meio do caminho aplica-lhe o seu veneno. Diria o escorpião ao jacaré: “Desculpe-me, mas esta é a minha natureza!”. Neste contexto, logo após Vanessa dizer que é contrária ao aborto, aplica o veneno: “Acho que nós precisamos dar condições para que as pessoas mais humildes que fazem o aborto de maneira mais insegura, agressiva à saúde e muitas morrem por conta disto” (sic). Analisando o discurso da candidata, logo se percebe o ato falho, quando assume a tese que se tem que dar condições a mulher pobre realizar o aborto “de maneira segura”. Ora, é justamente esta a bandeira de todos aqueles que buscam justificar o aborto como um problema de saúde pública, ou melhor dizendo: “Um problema de saúde da mulher”.

Aborto não é medida profilática para uma gravidez indesejada. Aborto é assassinato de um indefeso, e toda esta facilidade que esses grupos buscam impor como necessária a saúde feminina, na verdade é um atentado direto a dignidade da mulher, inclusive sua saúde física e psicológica, pois não há aborto totalmente seguro. A ciência médica diz que o processo de uma mulher gestar uma criança até o final é muito menos perigoso que submetê-la a um aborto, mesmo que assistido por uma equipe médica. Há sempre o risco de infecções, principalmente quando o método abortivo é aquele que dilacera à criança e a retira em pedaços. Qualquer fração do corpo da criança que não seja retirado do útero, é capaz de causar infecção na mulher, o que pode ser fatal. Nos EUA já foram realizados mais de 54 milhões de abortos desde sua legalização em 1973, mas menos de 1% foi creditado como provenientes de uma gravidez de risco, ou como necessário para manter a integridade física da mulher. Ou seja, o genocídio de crianças só nos EUA matou mais que a segunda guerra mundial e qual a justificativa disto?: “planejamento familiar”. Uma colega americana pró-vida diz que nos EUA uma adolescente pode ir até uma clínica de aborto e submeter-se ao procedimento sem o consentimento dos pais, mas não pode tomar uma aspirina nas dependências da escola sem que tenha autorização de um responsável legal. Usa-se o aborto como medida contraceptiva em uma sociedade que não tem pudor em matar um inocente, considerando ainda que o mercado do aborto (clínicas médicas e laboratórios farmacêuticos) nos EUA movimenta 1 bilhão de dólares/ano. Assim, é notório que haja grande interesse financeiro para que a indústria da morte venha para o Brasil e, por isso, que grupos pró-aborto acabam por receber generosas doações e financiamentos para o seu ativismo político.

Sinceramente, conhecendo como eu conheço esse ativismo da cultura da morte, não consigo acreditar que Vanessa Grazziotin estando na Prefeitura de Manaus venha a rejeitar as determinações nitidamente abortistas do governo Dilma Roussef, de quem tem apoio. Não estou convencido que uma vez eleita, Vanessa Grazziotin não venha agir para facilitar a distribuição de medicamentos abortivos, ou mesmo não venha a colocar o sistema de saúde municipal praticando as ações necessárias para um “aborto sem risco”. Sua declaração no jornal A Crítica de Manaus revela uma tendência nitidamente a favor de políticas abortivas para a mulher, principalmente para a mulher pobre.

O tempo dirá se estou errado, mas seguindo a tendência Dilma Roussef acho que a chance de vir a morder minha língua é mínima.

João Lago
Administrador, professor e ativista social pró-vida.

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