Certa vez olhei para uma árvore que insistiu em brotar em um local improvável, na encosta de um rochedo, fora da incidência direta da luz, sem um solo fértil a alimentá-la. No entanto, essa árvore, a medida que ia crescendo, conseguiu impor-se a exuberância do rochedo, pois era impossível não a notar, mesmo que diminuta ao longe, sua imponência era percebida e notada à distância.
Com o passar do tempo, com os seus imensos galhos projetados sobre o abismo, a aridez da rocha não a impediu de gerar frutos, que eram gentilmente oferecidos a revoada de pássaros, que a rodeavam e serviam-lhes de abrigo.
Diva viveu assim, vinda de uma localidade distante de nosso interior, que na infância dividia o seu olhar entre o rio, o quintal de casa e o castanhal de seu pai, não quis sair da terra amigável, mas com o falecimento de sua mãe teve que enfrentar um paredão desconhecido chamado Manaus. No entanto, logo que aqui chegou quis ser e formou-se normalista, mas abraçou o ofício de ser esposa e mãe, oferecendo sua sombra generosa para sobrinhos, genros, noras, amigos, netos, bisnetas, amigos dos filhos e tantas outras pessoas que olhavam a altivez daquela senhora, que era firme em suas convicções, mas com muito amor no coração.
Hoje, essa árvore frondosa de ramificações
exuberantes oferece a todos nós
os seus frutos, que certamente
cada um particularmente trás em
si o sabor da doçura desta mulher.
Mamãe, titia, vovó, bisa, sogra,
amiga, ou simplesmente Diva,
raízes eternas cravaste em
nossos corações.
João Lago
Manaus, 20 Fevereiro 2013
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