Powered By Blogger

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O abrigo de nossos corações

Certa vez olhei para uma árvore que insistiu em brotar em um local improvável, na encosta de um rochedo, fora da incidência direta da luz, sem um solo fértil a alimentá-la. No entanto, essa árvore, a medida que ia crescendo, conseguiu impor-se a exuberância do rochedo, pois era impossível não a notar, mesmo que diminuta ao longe, sua imponência era percebida e notada à distância.

Com o passar do tempo, com os seus imensos galhos projetados sobre o abismo, a aridez da rocha não a impediu de gerar frutos, que eram gentilmente oferecidos a revoada de pássaros, que a rodeavam e serviam-lhes de abrigo.

Diva viveu assim, vinda de uma localidade distante de nosso interior, que na infância dividia o seu olhar entre o rio, o quintal de casa e o castanhal de seu pai, não quis sair da terra amigável, mas com o falecimento de sua mãe teve que enfrentar um paredão desconhecido chamado Manaus. No entanto, logo que aqui chegou quis ser e formou-se normalista, mas abraçou o ofício de ser esposa e mãe, oferecendo sua sombra generosa para sobrinhos, genros, noras, amigos, netos, bisnetas, amigos dos filhos e tantas outras pessoas que olhavam a altivez daquela senhora, que era firme em suas convicções, mas com muito amor no coração.

Hoje, essa árvore frondosa de ramificações
 exuberantes oferece  a todos nós
 os seus frutos, que certamente
cada um particularmente trás em
si o sabor da doçura desta mulher.

Mamãe, titia, vovó, bisa, sogra,
amiga, ou simplesmente Diva,
raízes eternas cravaste em
nossos corações.

João Lago

Manaus,  20 Fevereiro 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário