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domingo, 30 de setembro de 2012

Árvores são cortadas no Conjunto Santos Dumont


No sábado do dia 15 deste mês uma árvore foi cortada no largo de São Sebastião gerando protestos e um grande movimento de repúdio nas redes sociais. O motivo oficial do corte dessa mangueira de copas altas seria que a mesma estava doente, infestada por erva de passarinho, mas corre a boca pequena que o motivo seria muito fútil: a mesma estaria atrapalhando a foto que se deseja tirar do Teatro Amazonas.

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont
Aqui no Conjunto Santos Dumont duas árvores foram arrancadas e no lugar fizeram um grande buraco, ao lado do campo de futebol na face que margeia a Alameda Santos Dumont. O motivo para a subtração das árvores é uma quadra de areia que será instalada no local.

Algumas perguntas poderiam ser feitas para que fosse possível, nós moradores, entendermos a razão de tamanha violência ambiental:

Árvore cortada no Largo de São Sebastião


Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont

Árvore cortada no Conjunto Santos Dumont
1a) Com tanto espaço na parte posterior do campo, no qual não seria necessário retirada de árvores nenhuma, inclusive sem a necessidade de remover terra por ser um terreno plano (com custo mais barato para construção), por que da escolha daquele local?

2a) Moradores do Conjunto Santos Dumont foram convocados para alguma reunião para decidir se a comunidade desejava uma quadra de areia que viria a declarar a morte das árvores?

3a) Qual será o público-alvo a quem essa quadra de areia irá servir?

4a) No processo da vivência comunitária e democrática, não seria os moradores necessariamente convocados para aprovar a intervenção em qualquer área pública do Conjunto Santos Dumont?

5a) Qual a legitimidade de quem tenha autorizado ou permitido tamanha violência ambiental em uma área pública de nosso conjunto?

6a) Será que nós moradores demos carta branca a qualquer pessoa para agir de modo unilateral e autoritário sem a necessidade de qualquer consulta pública?

Eu poderia continuar enumerando vários tópicos de repudio ao corte das árvores, e não adianta dizer que o plantio de umas mudinhas que serão comidas pelas saúvas servem como compensação, pois se não me falha a memória, no início do ano passado, e mesmo depois, por iniciativa da Amipaz e das crianças da catequese da Igreja de São Marcos, várias mudas foram plantadas, mas todas foram eliminadas pela falta de educação ambiental de alguns, além do corte pela própria prefeitura, que durante a capinação que é feita quando o mato está cobrindo as canelas, não consegue identificar mato das mudas de árvores. Desta forma, não sou nada otimista em dizer que da forma que foram plantadas essas mudas ridículas, em pouco tempo serão eliminadas, ficando somente a lembrança que perdemos duas árvores adultas e que cumpriam sua função de gerar sombra e embelezar nosso espaço público.

Quanto a legitimidade de quem tenha permitido tal ato de incompetência ambiental e comunitária, digo com todas as letras que a Associação de Moradores do Conjunto Santos Dumont hoje é uma entidade virtual, que não existe no mundo real e jurídico, com registro de sua diretoria em cartório, com um estatuto de acordo a lei 10.406/2002, chamado novo código civil, nem mesmo com um Conselho Fiscal eleito pelos moradores que teria como função fiscalizar os atos administrativos e verificar o cumprimento os deveres legais e estatutários. Como por exemplo, as bandas que foram realizadas em fevereiro se arrecadaram dinheiro e onde esse dinheiro foi aplicado.

A proposta de ter apoio de um padrinho político como substituição à participação comunitária falhou, basta ler o roseiral de promessas que foram feitas na propaganda política de campanha, nenhuma cumprida, que levou a esta situação lamentável de uma associação que basicamente existe somente na internet. Em dois anos de existência nenhuma reunião ordinária foi feita. Quando se diz “ordinária”, para aqueles que podem achar o nome pejorativo, deseja-se dizer de reunião de rotina, que devem permear a existência de uma agremiação de moradores, onde seriam convocados para discutir o planejamento das ações públicas, como por exemplo, aprovar a proposta de uma construção de uma quadra de areia com a matança de árvores.

Agora neste final de ano, deveremos novamente buscar pessoas que realmente tenham a vocação do trabalho comunitário e colocar gente que deseje regularizar a situação jurídica da associação e que esteja disposta a trabalhar não como se fosse um ungido, alguém com todos os poderes ditatoriais para agir a margem do que deve ser de decisão coletiva. Devemos buscar escolher pessoas que compartilhem interesses comunitários que estejam além dos interesses partidários, ou que não sejam guiados remotamente por esse ou aquele político. Este tipo de entreposto partidário não funciona em uma comunidade esclarecida e politizada como é o Conjunto Santos Dumont, pois não podemos ser confundidos com qualquer rincão em que o básico possa ser oferecido como excepcional, quando nem o básico recebemos, ou seja: R.E.S.P.E.I.T.O.

O corte dessas árvores é apenas um alerta para outras posturas de decisões arbitrárias podem ocorrer se não intervirmos nas decisões que nos afetam diretamente. No passado a praça de caminhada foi loteada e seria vendida (e o dinheiro divido sabe lá como) se não houvesse a intervenção dos moradores. Quando a Amipaz concorreu com propostas sérias e com grande interesse pela participação comunitária, chegamos a ser procurados com a ideia de transformar a praça de caminhada em algo parecido como uma praça de alimentação. Ou seja, trocar o nosso sossego, nosso espaço de melhoria de nossa qualidade de vida e nossas árvores por barracas e quiosques para atender a quem? Fico até com receio de declarar isto e esta ideia esdrúxula possa ressoar como viável na mente desviada de alguns. Na época que ouvi esta asneira a primeira coisa que disse foi: Este tipo de intervenção deve merecer a opinião de todos os moradores, mas posso adiantar que não seria bem aceita.

Quem age a margem do respeito a opinião da comunidade não merece nossa consideração. Devemos no mínimo exigir que se apresente a ata da reunião, como o nome dos responsáveis pela aprovação de tudo isto, pois caso contrário estamos apoiando uma ditadura de um só indivíduo, que nem sabemos direito quem é e quais os seus verdadeiros propósitos.

João Lago
Administrador, professor e alguém que tem muito amor pelo Conjunto Santos Dumont.

Quem matou Jesus?

Ao ler os Evangelhos, ficamos impressionados com o jeito de Jesus tinha no relacionamento com as crianças, os doentes, os pecadores públicos e os desprezados. Que sensibilidade! Que ternura! Que coração grande!

Por isso admira a dureza que usava contra líderes religiosos, fariseus e doutores da lei (grandes conhecedores da Bíblia) que infernizavam sua missão. Chamava-os de hipócritas, raça de víboras, sepulcros caiados(1), geração adúltera. São palavras pesadas, muito pesadas.

Por que esses modos violentos do Mestre, que era tão humilde e manso? A explicação é fácil de compreender. Com frequência a fé não passa de conversa, de boas intenções que não levam a nada, ou de vaidade tola. Impressionam as colocações de Tiago: "Assim também a fé, se não tiver obras, será morta" (Tg 2,17). Outros textos evangélicos dizem a mesma coisa: "Nem todo aquele que diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21). Um dos maiores desafios de que tem fé consiste em tornar a palavra de Deus vida em sua vida. A hipocrisia é praga frequente no meio de pessoas ditas religiosas. Foi o que aconteceu com alguns líderes religiosos do tempo de Jesus. Quem o condenou a morte de cruz não foram os ateus, mas pessoas profundamente voltadas à religião.

Engana-se quem pensa bastar o conhecimento da Bíblia para viver a palavra de Deus. A revelação feita nos escritos sagrados precisa tornar-se a respiração, o alimento, a alma de nossas almas. A leitura e os estudos bíblicos só têm sentido se levarem a conversão. Setembro, mês da Bíblia, e este ultimo dia de setembro, Dia Nacional da Bíblia, apresenta-se como ótima ocasião para renovar o nosso amor pelas Sagradas Escrituras e para nos deixarmos transformar por elas.

Que o nosso povo conheça a Palavra de Deus escrita, mas que não caia na tentação de lê-la como se cada consoante ou vogal, sejam inspiradas. A leitura da Bíblia conduz à mesma experiência amorosa e libertadora que viveram o povo de Israel, os discípulos de Jesus e as primeiras comunidades cristãs. É um caminho entusiasmante que vale a pena viver.

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus

(1) Sepulcro caiado: Faz referência as sepulturas caiadas de branco, limpas por fora, mas podre por dentro por conterem um corpo em decomposição.

domingo, 23 de setembro de 2012

Causa e efeito: Saúde pública, curral eleitoral e boi de piranha


Algumas vezes, por conta do dever de ofício, visito maternidades da cidade de Manaus, nas quais eventualmente comporto-me como espectador, ou seja, observo tudo ao meu redor sem interagir diretamente. A princípio poderia ser este um comportamento muito monótono, desde que tudo funcionasse como deveria funcionar, o que não é o caso. Infelizmente coleciono algumas angústias silenciosas de gente que se acostumou a resignar-se, porque tem suas vozes caladas, muitas vezes pela força de sua timidez, outras pela intimidação de uma citação do artigo 331 do Código Penal, que agora virou moda estar fixado em repartições públicas.

Certa vez, enquanto aguardava na triagem de um maternidade aqui em Manaus, vi uma mãe procurar o serviço social buscando auxílio para que o seu filho de vinte dias, que chorava muito toda vez que urinava. A mãe foi pedir ajuda ao hospital no qual pariu seu bebê, mas a assistente social, muito diligente, disse a mãe que procurasse um Caic, cuja sigla carrega a pretensão de ser Centro de Atenção Integral à Criança. A mãe disse que já tinha ido ao Caic, e que a informação dada é que um bebê até trinta dias de nascido deveria retornar a maternidade na qual nasceu em caso de problemas de saúde. A assistente social, confrontada (ou seria desacatada porque alguém ousou duvidar de sua informação?) mandou a mãe voltar ao Caic e buscar um encaminhamento médico, porque somente com o papel na mão que a mãe teria seu filho atendido. Aqui vale a pena ressaltar que existe um jogo de empurra, pois estávamos em uma maternidade do Estado e os Caics são do município. Nem governo nem prefeitura parecem desejar acolher aquela mãe desesperada com o seu filho no colo, porque nenhum deles parece desejar assumir o “ônus” de proporcionar um serviço digno a população. Eu poderia ter tomado as dores daquela mãe e intervir, mas poderia ser eu o acusado de desacatar um funcionário público ao opor-me a que uma mãe e um criança fossem tacitamente empurradas porta à fora, sujeitas a caminharem sob um sol à pino de meio-dia, talvez enfrentando um ônibus calorento e insalubre. Aquela Maria, com o seu “cristo” no colo, sem nenhum José ao lado, baixou a cabeça e disse que retornaria ao Caic. Na verdade eu não tinha comigo a informação de quem tinha razão, a mãe ou a funcionária pública. Assim impotente permaneci calado.

Na mesma semana, dava aula de teorias da administração para acadêmicos do curso de enfermagem, e resolvi ilustrar uma das disfunções da burocracia com este caso, precisamente o que Charles Perrow classificou como “excesso de regras”. Como alguns de meus alunos já trabalham na área da saúde, fiquei sabendo que não era necessário o encaminhamento médico, ou seja, descobri que a mãe tinha razão. Disse-lhes que e em outra oportunidade, em idêntica situação de trabalho, estava ao lado de uma mãe com o seu filho no colo que ciosamente segurava uma pasta com vários documentos do bebê, dentre eles uma cartilha que é distribuída as mães com várias informações (importantes digo), mas que não tratava dos seus direitos e os da criança no que se refere ao atendimento de saúde. Prontamente ouvi deles que essas informações poderiam ser repassadas durante o pré-natal, isto em um mundo utópico muito distante da realidade brasileira, pois há poucos dias recebemos uma mãe que lutava pelo direito a ser atendida por um médico em seu pré-natal, já que se aproximava o dia de dar a luz e somente fora atendida por enfermeiros. Isto sem mencionar que foi com muito custo conseguiu marcar o primeiro pré-natal, devido as agendas lotadas dos Caics. Só conseguiu um exame de ultrassom para atestar a saúde e a idade do feto porque obteve a ajuda da Associação Viva a Vida (www.avav.org.br) que pagou pelo procedimento.

Neste verdadeiro inferno da saúde, que nem Dante Alighieri teve imaginação suficiente para descrever, é que vejo alguns candidatos a prefeito prometerem que irão resolver (mas não dizem como). Porém, por mais paradoxal que possa parecer, é quase certo que o campeão de votos para vereador em Manaus seja um “cantador de toada de boi”, que é um ritmo local que tem repercussão nacional por meio do festival folclórico de Parintins. Esse artista local já é vereador pelo PDT-AM, cujo dono local do partido é o atual prefeito Amazonino Mendes, que quando governador entregou um hospital na periferia de Manaus que leva o nome da mãe dele. No entanto, já que estamos falando de saúde pública, Amazonino quando viu de perto a face da morte, foi-se tratar no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, dando o exemplo de como sobreviver ao inferno criado por ele e seus sucessores. Mas, o que tem haver o cantador de toada de boi com essa história toda?
Todo bom boiadeiro conhece a estória do “boi de piranha”, cujo enredo descreve que para atravessar uma boiada por um rio infestado de piranhas, o peão sangra uma rés e a atira ao rio. Enquanto as piranhas se arvoram em comer o animal sacrificado, no outro extremo do rio uma manada inteira passa. Este é o método político de escolher candidatos "tiriricas", ou seja, personalidades conhecidas, mas com pouco conteúdo, ou plenamente manipuláveis por aqueles que o inventam como "político". Portanto, ao votar em massa no “artista legal”, oportunamente vai passar com ele uma boiada que sabemos é vinculada a um partido, ou a uma coligação, pois o sistema eleitoral é assim: Uma votação em massa no “boi de piranha”, faz passar uma boiada. Infelizmente muita gente desconhece como funciona a eleição por coeficiente eleitoral, no qual votos recebidos por um são transferidos para terceiros.

Retornando ao assunto inicial (falta qualidade na saúde), vejo que existe ausência de inteligência para fiscalizar e propor ações públicas que possam colocar o cidadão como guardião do sistema. Tudo isto se consegue com informação, como por exemplo: palestras e distribuição de uma cartilha com os direitos da parturiente e da criança, para que ambas não sejam chutadas das maternidades, usando o mesmo método que obriga todo estabelecimento comercial a ter o Código de Defesa do Consumidor. No entanto, a única informação que vejo proliferar para as mães nas maternidades é que levantar a voz é crime, e que é bom ficarem caladas para não serem enquadradas no artigo 331 do Código Penal.

Perdemos tempo votando no “artista legal” que se presta a ser boi de piranha, assim como qualquer outro que se sobressaia não com propostas, mas por meio da venda de sua própria imagem. Assim, não ficaria surpreso se aquela mãe da maternidade manifestasse que iria votar no artista, pois faltaria a ela a conexão de sua realidade com os meandros eleitorais que a fazem sofrer o seu calvário.

Esta é a nossa realidade!

João Lago
Administrador, professor e ativista social.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Redes Sociais em Redes Solidárias





Temos que conviver com a violência que está em toda parte. Vivemos em uma era de desejo imensurável por justiça, paz e compartilhamento de amor e riqueza. Mas, por outro lado, também estamos cercados pela violência em todos os campos da atividade humana, e, em todos os sentidos, desde um simples xingamento a um assassinato. E, matar uma pessoa ou várias pessoas por motivo seja lá qual for, ou contribuir para que pessoas morram – pela corrupção na administração pública – é, talvez, a pior das violências.

Matar, tirar a vida de outro ser humano, causa revolta. E em nossa cidade todo dia se tem notícias de homicídios, chacinas, quase sempre sem solução. E, por que tanta violência? O tráfico de drogas é possível que seja hoje a causa imediata da maioria dos assassinatos, direta ou indiretamente, quando acerto entre traficantes ou em conseqüência de roubos, furtos, assaltos, seqüestros, para obter dinheiro ao tráfico, comprar armas; pagar advogados, juízes, delegados e policiais corruptos etc.

A questão é que nada parece frear o ódio. Não existem valores para a vida, ou os valores para a vida estão desgastados, ou não atingem mais com a força devida a mente das pessoas. Se por um lado existem campanhas para a vida pelos meios de comunicação e entidades ligadas às ações sociais, paralelamente as ações violentas são realizadas por indivíduos, gangues, grupo terroristas e países imperialistas, por questões bizarras tipo: vício, demência, fanatismo, interesses capitalistas, etc.

Mas existe esperança. E está em ações organizadas desvinculadas dos interesses partidários, mas solidários. Daí a importância das redes sociais que podem vir a ser transformadas em ações de “redes solidárias”, ações de todos que podem dedicar um pouco de seu tempo para atrelar-se aos movimentos a-partidários de solidariedade. Estes podem surgir nas páginas sociais da internet por iniciativa de uma pessoa ou várias com o mesmo sentimento de amor ao próximo. Sustentados por valores humanos que parecem hoje esfacelados.

Se você sustenta valores humanos de amor ao próximo na sua prática cotidiana, já está fazendo a diferença. Homens de boa vontade do mundo inteiro, uni-vos!

João Pinheiro Neto
Filósofo e professor

domingo, 16 de setembro de 2012

Vanessa é realmente contra o aborto?


O jornal A Crítica deste domingo publicou uma entrevista com Vanessa Grazziotin, candidata a prefeitura de Manaus, que diz contar com o apoio de Dilma Roussef. A presidente já demonstrou por meio de suas ações que é plenamente favorável ao aborto, mesmo havendo declarado em campanha presidencial que era contrária a permissão que crianças sejam assassinadas no ventre de suas mães, talvez para ganhar simpatia da grande maioria do povo brasileiro que é contrária ao aborto.

São duas as frentes que visam permitir o aborto no Brasil. A primeira delas, como já denunciei, tem o apoio de José Sarney, que preparou um grupo de “juristas” escolhidos a dedo de modo a permitir alguns absurdos, como por exemplo: a descriminalização da maconha, com permissão até para o plantio domiciliar, bem como o aborto, que passaria a ser executado de forma indiscriminada. O projeto deles (pasmem), uma mulher pode pedir o aborto com um laudo de um psicólogo, ou médico, desde que este ateste que a mulher não tenha condições psicológicas e físicas para ser mãe. Ou seja, a vida de uma criança passa agora a ser decidida por uma canetada de qualquer um que não tenha escrúpulos para decretar a morte de uma criança em desenvolvimento.

Outra frente, via Ministério da Saúde, é criar centros de orientação para ajudar mulheres a abortar por suas próprias mãos, inclusive usando a rede do SUS para distribuição de medicamentos abortivos. Logicamente, está ação tem o grande interesse da indústria farmacêutica que ganhará em muito com esta atitude do governo. Na verdade, algumas mulheres por modismo acham que ser “feminista” é ir contra o interesse das mulheres, no que diz respeito a identidade fisiológica que as diferenciam do homem.

Homens e mulheres notoriamente são diferentes em seus corpos, principalmente no que diz respeito a maternidade, que é uma dádiva exclusiva do sexo feminino. No entanto, a vida moderna imposta a mulher cria a concepção que ser mãe é um estorvo, já que muitas são empurradas para o mercado de trabalho para competir com os homens em condições desiguais, já que as pesquisas salariais atestam que homens ganham até 30% mais que as mulheres, mesmo havendo igualdade no perfil acadêmico e de experiência profissional. Neste contexto de desigualdade, não é raro a mulher ser abandonada para cuidar sozinha da criação dos filhos, restando isto como comum nas camadas populares da sociedade, onde se encontra a família matriarcal, no qual o homem está ausente moral e materialmente.

Algumas mulheres bem sucedidas adotam o rótulo de feminista porque prescindem economicamente do homem, mas não possuem a exata noção do problema social criado a partir da degradação da família e, acreditando ser possível resolver tudo pela judicialização, passam a reivindicar a mesma postura irresponsável que alguns homens adotam em relação a prole que geram: o desprezo e o abandono. Alegam essas mulheres o “direito sobre o seu corpo”, ou mesmo “direitos reprodutivos”, que na verdade são eufemismos para o aborto. Isto acontece porque fracassou toda a judicialização que busca atenuar o abandono da família pelo pai, principalmente nas camadas mais empobrecidas. Muitas vezes o homem não é localizado pela justiça, ou ainda, mesmo quando encontrado, não possui condições materiais suficientes para ajudar a mãe no sustento do filho. Assim, não é raro ouvir dizer que a mulher pobre deveria ser esterilizada, ou mesmo que se arranque o filho das entranhas, porque estaria gestando mais “um trombadinha” para a sociedade. Fracassamos porque não conseguimos que as relações afetivas que pudessem unir um homem a uma mulher fossem por meio de uma união responsável. Desta forma, como última instância, busca-se legalizar o aborto.

Na reportagem de jornal de Vanessa Grazziotin, esta catarinense que foi muito bem acolhida pelo povo manauara, ela diz ser contrária ao aborto, mas logo em seguida, como naquela fábula que o jacaré permite que o escorpião lhe suba o dorso para atravessar o rio, o bicho peçonhento não resiste e, mesmo dizendo que não o picará o jacaré, no meio do caminho aplica-lhe o seu veneno. Diria o escorpião ao jacaré: “Desculpe-me, mas esta é a minha natureza!”. Neste contexto, logo após Vanessa dizer que é contrária ao aborto, aplica o veneno: “Acho que nós precisamos dar condições para que as pessoas mais humildes que fazem o aborto de maneira mais insegura, agressiva à saúde e muitas morrem por conta disto” (sic). Analisando o discurso da candidata, logo se percebe o ato falho, quando assume a tese que se tem que dar condições a mulher pobre realizar o aborto “de maneira segura”. Ora, é justamente esta a bandeira de todos aqueles que buscam justificar o aborto como um problema de saúde pública, ou melhor dizendo: “Um problema de saúde da mulher”.

Aborto não é medida profilática para uma gravidez indesejada. Aborto é assassinato de um indefeso, e toda esta facilidade que esses grupos buscam impor como necessária a saúde feminina, na verdade é um atentado direto a dignidade da mulher, inclusive sua saúde física e psicológica, pois não há aborto totalmente seguro. A ciência médica diz que o processo de uma mulher gestar uma criança até o final é muito menos perigoso que submetê-la a um aborto, mesmo que assistido por uma equipe médica. Há sempre o risco de infecções, principalmente quando o método abortivo é aquele que dilacera à criança e a retira em pedaços. Qualquer fração do corpo da criança que não seja retirado do útero, é capaz de causar infecção na mulher, o que pode ser fatal. Nos EUA já foram realizados mais de 54 milhões de abortos desde sua legalização em 1973, mas menos de 1% foi creditado como provenientes de uma gravidez de risco, ou como necessário para manter a integridade física da mulher. Ou seja, o genocídio de crianças só nos EUA matou mais que a segunda guerra mundial e qual a justificativa disto?: “planejamento familiar”. Uma colega americana pró-vida diz que nos EUA uma adolescente pode ir até uma clínica de aborto e submeter-se ao procedimento sem o consentimento dos pais, mas não pode tomar uma aspirina nas dependências da escola sem que tenha autorização de um responsável legal. Usa-se o aborto como medida contraceptiva em uma sociedade que não tem pudor em matar um inocente, considerando ainda que o mercado do aborto (clínicas médicas e laboratórios farmacêuticos) nos EUA movimenta 1 bilhão de dólares/ano. Assim, é notório que haja grande interesse financeiro para que a indústria da morte venha para o Brasil e, por isso, que grupos pró-aborto acabam por receber generosas doações e financiamentos para o seu ativismo político.

Sinceramente, conhecendo como eu conheço esse ativismo da cultura da morte, não consigo acreditar que Vanessa Grazziotin estando na Prefeitura de Manaus venha a rejeitar as determinações nitidamente abortistas do governo Dilma Roussef, de quem tem apoio. Não estou convencido que uma vez eleita, Vanessa Grazziotin não venha agir para facilitar a distribuição de medicamentos abortivos, ou mesmo não venha a colocar o sistema de saúde municipal praticando as ações necessárias para um “aborto sem risco”. Sua declaração no jornal A Crítica de Manaus revela uma tendência nitidamente a favor de políticas abortivas para a mulher, principalmente para a mulher pobre.

O tempo dirá se estou errado, mas seguindo a tendência Dilma Roussef acho que a chance de vir a morder minha língua é mínima.

João Lago
Administrador, professor e ativista social pró-vida.

domingo, 9 de setembro de 2012

Caldo de galinha e prudência não faz mal a ninguém


Fui procurado por alguns moradores para dar minha opinião a respeito de pessoas que estão utilizando um espaço público do Conjunto Santos Dumont para oferecer serviços advocatícios em uma ação de recuperação de valores de um seguro feito na ocasião da aquisição das casas que compõem o Conjunto Santos Dumont. Neste sentido, na última quarta-feira (5/9), um casal de amigos moradores de nosso conjunto estiveram comigo em minha casa apresentando os “documentos” que teriam assinado para requerer tal direito.

Não sou advogado, mas possuo um bom senso e certa vivência que me fazem agir com certa prudência em assuntos que são diletantes pelo elevado interesse comum. Também sou proprietário, então eu seria mais um interessado em conseguir um dinheiro extra, sem que fosse por mim esperado. Veja, que neste caso o desejo de tirar proveito de uma oportunidade é o que move para que se procure agir sem muita cautela.

Há alguns anos atrás, recebi uma ligação telefônica de um suposto advogado dizendo que poderia conseguir que eu recuperasse ações de estatais de telefonia que tinha em meu nome, ou melhor dizendo, oferecendo-me um certo valor para que vendesse antecipadamente meus direitos. É verdade que às vezes desconhecemos nossos direitos, bem como é certo que um tempo em nosso país um telefone residencial era um bem de família, inclusive com registro em nossa declaração de imposto de renda. Na verdade, o que tínhamos eram ações que davam direito a ter uma linha de telefone em casa. Com a privatização, essas ações foram transferidas para as empresas que compraram as estatais e, logicamente, nossos direitos convertidos em ações dessas empresas. Realmente eu teria um valor a receber se vendesse essas ações, mas seriam cinco vezes superior ao que me foi oferecido pela intermediação do advogado. Logicamente, como procurei informar-me fiz o negócio diretamente com as telefônicas e consegui uma excelente venda.

No caso deste seguro, procurei informar-me minimamente sobre essa ação que se diz que proprietários tem direito e tenho três dúvidas básicas. A primeira é que os advogados tem escritórios fora de Manaus e um deles é recém-formado. A segunda é que a ação é para reclamar um seguro sobre “vício de construção”, mas não se apresenta provas (laudos técnicos) da existência de que as casas foram mal construídas, ou que pelo menos os advogados solicitem documentos básicos, como por exemplo: O contrato original celebrado com a construtora (ou incorporadora, ou banco). Neste caso, vale a pena lembrar que muitas casas já foram modificadas, o que teoricamente prejudica uma avaliação tardia. A terceira é que o preposto, responsável pelo contato com os moradores, não soube explicar de forma objetiva como acontecerá essa ação coletiva, inclusive não sabendo a diferença de termos simples do contrato, como por exemplo, o significado de “retificar” e “ratificar”.

Para qualquer representação é necessário dar uma procuração ao advogado e, principalmente, assinar um contrato. Assim, antes de precipitadamente assinar qualquer coisa aconselho que estimulem os advogados apresentem maiores informações sobre como pretendem instruir o tal processo. Cuidado, pois a forma mais elementar de iludir é aquela que promete grandes retornos com o mínimo de esforço. A fórmula é antiga, mas ainda hoje faz muito sucesso.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Visita solidária ao Abrigo Moacyr Alves

Nesta quinta-feira (6/9) estivemos no Abrigo Moacyr Alves, localizado na Rua 7, 371 - Alvorada I, para contribuirmos com mais uma doação de fraldas geriátricas para jovens e crianças internadas naquela instituição.


O Abrigo Moacyr Alves faz o acolhimento de crianças e adolescentes portadores de deficiência (neuropatia e mentais), portanto que necessitam de cuidados especiais.

Na oportunidade conversamos com a coordenadora Corina Amaral da Costa que nos relatou da necessidade de tinta e massa corrida, que serão utilizadas na pintura do prédio anexo recém construído e que abrigará consultórios médicos e um salão de convivência para as crianças e jovens. Quando visitamos a primeira vez o abrigo em Janeiro passado, a edificação ainda estava por concluir. Hoje a necessidade é de acabamento como se pode observar nas fotos abaixo que comparam o antes e o depois.
Construção em Janeiro/2012

Construção em Setembro/2012
As necessidades não cessam, portanto se houver interesse em participar de nossas ações de coleta de fraldas, ou mesmo de ajudar na pintura do prédio, podem entrar em contato conosco, ou diretamente o Abrigo Moacyr Alves por meio dos telefones: (92) 8415-7022 ou 3238-2115 com Corina.

Gostaríamos muito de incluir você em nossas próximas fotos.









Limpeza da Praça de Caminhada

Se há algo que incomoda profundamente os moradores do Conjunto Santos Dumont é o abandono da áreas  públicas e das áreas verdes. E por se sentirem tão incomodados e por parecer que as coisas somente caminham quando são veementemente solicitadas, de modo rotineiro temos que pedir para que amigos possam intervir e deixar as coisas como sempre deveriam estar.

Seria muito bom que houvesse um calendário de limpeza e capinação de nossas ruas, praças e áreas verdes e que isto fosse do conhecimento de todos, não somente deixando para capinar e limpar quando o mato e a sujeira ficarem em nossas canelas. Ainda assim, mesmo com o matagal tomando conta de tudo e a falta de educação de alguns amontoarem lixo em nossas áreas públicas, temos que eventualmente pedir por limpeza.

Sabemos que não é dever de um parlamentar solicitar limpeza de ruas e praças, sendo esta uma atribuição pela qual elegemos o prefeito, que por sua vez monta uma equipe para resolver esses tipos de problemas. No entanto, se não contarmos com uma ajudinha, ficamos esquecidos e a merce de alguns expertos que oferecem o básico como algo extraordinário e querem fazer crer que sejam dignos de nota por oferecer o que é direito nosso: Ruas limpas, praças disponíveis para a população.

Por não mais aguentarmos a sujeira de nossa praça de caminhada, solicitamos ao nosso amigo Nelson Lopes, morador da rua Atlas Catanhede, que pedisse ao vereador Gilmar Nascimento que encaminhasse ofício a SEMULSP - Secretaria Municipal de Limpeza Pública, para que procedesse a limpeza no local.

Nesta semana o pedido feito ao vereador Gilmar Nascimento foi atendido e nossa praça de caminhada começou a ficar limpa. Na oportunidade, também foi solicitado a revitalização da praça de caminhada junto a SEMINF - Secretaria de Infraestrutura, no que fomos atendidos com o reforço da iluminação da praça por meio de postes, cuja instalação já foi iniciada.

Agradecemos ao vereador Gilmar Nascimento pela dedicação e ajuda a esta comunidade, bem como a boa vontade de Nelson Lopes que sempre se prontifica a encaminhar nossas demandas junto a Câmara Municipal de Manaus.

Abaixo, fotos da praça e dos Ofícios com as solicitações encaminhadas.