Debaixo do nariz de Dilma Rousseff, a
Petrobrás se envolve em um pretenso “conto da baluda” e vê evaporar de
seus cofres US$ 1,18 bilhão. O suposto golpe, que teria enganado a
presidente quando era chefe da Casa Civil do governo Lula e presidente
do Conselho de Administração da Petrobrás, seria uma das mais manjadas
patranhas, digna de estelionatários iniciantes.
O conto da baluda funciona assim: primeiramente um meliante chama a atenção do incauto para um pacote de dinheiro caído no chão (geralmente folhas de papel cortadas e capeadas por uma nota de alto valor). Logo em seguida aparece o comparsa, intitulando-se dono da “baluda”, que muito agradecido oferece recompensa. Logicamente os dois escroques estão mancomunados e, chamando à parte o otário para recompensá-lo, anunciam o assalto.
A suposta “baluda” de Dilma seria uma refinaria obsoleta localizada no Texas, EUA, oferecida em 2005 como uma verdadeira pechincha caída à beira do caminho. Deixa estar que a empresa belga (que ofereceu o negócio a Petrobrás) pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria toda, apenas um ano antes. Porém, mesmo incapaz de refinar o petróleo extraído no Brasil na refinaria texana, ainda assim os belgas ofereceram 50% do negócio aos brasileiros ao preço módico de US$ 360 milhões.
Sim, os europeus, se protagonistas da baluda, deveriam ter um parceiro para convencer que haveria recompensa para o achado. Assim, entra em pretensa ação Nestor Cerveró, na época diretor internacional da Petrobrás, que apareceria como responsável pela apresentação de documentos com severas omissões de informações que induziriam Dilma a um erro de avaliação, conforme divulgado em nota presidencial à imprensa.
Refrescando as coisas para Dilma, achando normal pagar 1.594% de ágio pela parte dos belgas, ainda assim fica estranho explicar porque em dois anos a Petrobrás ofereceu-se para comprar os demais 50% por US$ 700 milhões. Em 2008, parecendo parte de uma grande encenação bufa, o conselho da Petrobrás rechaça a operação, mas não pode voltar atrás devido a uma cláusula contratual que a obriga a comprar lançada a proposta.
A Petrobrás aciona o caso na justiça americana, que em um espetáculo de celeridade resolve o caso em apenas um ano, sem direito as firulas procrastinatórias de nossa justiça tupiniquim, mas obrigando a Petrobrás a pagar o valor atualizado de US$ 839 milhões em 2012. Fazendo as contas, os US$ 21,25 milhões, que encapavam a imaginária baluda dos belgas, valorizou 3.850% em seis anos. Para exemplificar, imagine que você colocasse R$ 700 em uma baluda parecida e em seis anos saísse com dinheiro suficiente para comprar um carro popular zero quilômetro. É isso!
Colocando água na fervura, Dilma somente agora demite Nestor Ceveró da diretoria da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás, que demonstra uma morosidade de fazer inveja aos quelônios. Enquanto isso, Sérgio Gabrielle, que era presidente da Petrobrás na negociação de compra, em entrevista, nega-se a comentar se o conselho da Petrobrás sabia das cláusulas leoninas de compra, mas diz que na época a aquisição era um bom negócio. Sem dúvida, seguramente os belgas nada têm a reclamar dos brasileiros até hoje.
Para completar, como farinha no açaí, quando todos colocam dúvidas na negociação da Petrobrás, eis que aparece o líder do governo no senado, o ex-governador Eduardo Braga, dizendo ser natural nos negócios essas coisas acontecerem. É, não podemos duvidar da experiência do senador amazonense nesse tipo de transação, quando o mesmo protagonizou a compra de um terreno por R$ 13 milhões para construção de um conjunto habitacional em Manaus, mesmo o vendedor tendo comprado, em apenas dois meses antes, o mesmo terreno por R$ 400 mil. Portanto, lembrando os R$ 700 sugeridos para encapar a imaginária baluda de Dilma, se colocados na negociação imobiliária de Eduardo Braga, com a remuneração recorde de 470,09% ao mês, em seis meses (não em seis anos) os intermediários teriam embolsado R$ 24 milhões. Já vejo filas de belgas desejando conhecer o Amazonas e com toda a razão.
Ironicamente, Eduardo Braga, em entrevista a um jornal local, diz estranhar que relembrem somente agora a compra do terreno ocorrido em 2003, motivando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a pedir a abertura de inquérito para investigar o caso. Pelo menos para mim não há surpresa nenhuma, pois como diz o ditado: gato que já levou tijolada não dorme em olaria.
Que bom que ainda haja bastante tijolos nas olarias do Supremo Tribunal Federal.
João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.
O conto da baluda funciona assim: primeiramente um meliante chama a atenção do incauto para um pacote de dinheiro caído no chão (geralmente folhas de papel cortadas e capeadas por uma nota de alto valor). Logo em seguida aparece o comparsa, intitulando-se dono da “baluda”, que muito agradecido oferece recompensa. Logicamente os dois escroques estão mancomunados e, chamando à parte o otário para recompensá-lo, anunciam o assalto.
A suposta “baluda” de Dilma seria uma refinaria obsoleta localizada no Texas, EUA, oferecida em 2005 como uma verdadeira pechincha caída à beira do caminho. Deixa estar que a empresa belga (que ofereceu o negócio a Petrobrás) pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria toda, apenas um ano antes. Porém, mesmo incapaz de refinar o petróleo extraído no Brasil na refinaria texana, ainda assim os belgas ofereceram 50% do negócio aos brasileiros ao preço módico de US$ 360 milhões.
Sim, os europeus, se protagonistas da baluda, deveriam ter um parceiro para convencer que haveria recompensa para o achado. Assim, entra em pretensa ação Nestor Cerveró, na época diretor internacional da Petrobrás, que apareceria como responsável pela apresentação de documentos com severas omissões de informações que induziriam Dilma a um erro de avaliação, conforme divulgado em nota presidencial à imprensa.
Refrescando as coisas para Dilma, achando normal pagar 1.594% de ágio pela parte dos belgas, ainda assim fica estranho explicar porque em dois anos a Petrobrás ofereceu-se para comprar os demais 50% por US$ 700 milhões. Em 2008, parecendo parte de uma grande encenação bufa, o conselho da Petrobrás rechaça a operação, mas não pode voltar atrás devido a uma cláusula contratual que a obriga a comprar lançada a proposta.
A Petrobrás aciona o caso na justiça americana, que em um espetáculo de celeridade resolve o caso em apenas um ano, sem direito as firulas procrastinatórias de nossa justiça tupiniquim, mas obrigando a Petrobrás a pagar o valor atualizado de US$ 839 milhões em 2012. Fazendo as contas, os US$ 21,25 milhões, que encapavam a imaginária baluda dos belgas, valorizou 3.850% em seis anos. Para exemplificar, imagine que você colocasse R$ 700 em uma baluda parecida e em seis anos saísse com dinheiro suficiente para comprar um carro popular zero quilômetro. É isso!
Colocando água na fervura, Dilma somente agora demite Nestor Ceveró da diretoria da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás, que demonstra uma morosidade de fazer inveja aos quelônios. Enquanto isso, Sérgio Gabrielle, que era presidente da Petrobrás na negociação de compra, em entrevista, nega-se a comentar se o conselho da Petrobrás sabia das cláusulas leoninas de compra, mas diz que na época a aquisição era um bom negócio. Sem dúvida, seguramente os belgas nada têm a reclamar dos brasileiros até hoje.
Para completar, como farinha no açaí, quando todos colocam dúvidas na negociação da Petrobrás, eis que aparece o líder do governo no senado, o ex-governador Eduardo Braga, dizendo ser natural nos negócios essas coisas acontecerem. É, não podemos duvidar da experiência do senador amazonense nesse tipo de transação, quando o mesmo protagonizou a compra de um terreno por R$ 13 milhões para construção de um conjunto habitacional em Manaus, mesmo o vendedor tendo comprado, em apenas dois meses antes, o mesmo terreno por R$ 400 mil. Portanto, lembrando os R$ 700 sugeridos para encapar a imaginária baluda de Dilma, se colocados na negociação imobiliária de Eduardo Braga, com a remuneração recorde de 470,09% ao mês, em seis meses (não em seis anos) os intermediários teriam embolsado R$ 24 milhões. Já vejo filas de belgas desejando conhecer o Amazonas e com toda a razão.
Ironicamente, Eduardo Braga, em entrevista a um jornal local, diz estranhar que relembrem somente agora a compra do terreno ocorrido em 2003, motivando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a pedir a abertura de inquérito para investigar o caso. Pelo menos para mim não há surpresa nenhuma, pois como diz o ditado: gato que já levou tijolada não dorme em olaria.
Que bom que ainda haja bastante tijolos nas olarias do Supremo Tribunal Federal.
João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.
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