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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Aumenta quantidade de entulho na lateral do campo



Neste ultimo dia do ano, infelizmente, constatamos que aumenta a quantidade de entulho despejado na lateral de nosso campo de futebol.

Em incursão até o local do atentado ambiental, conversamos com a moradora, que se disse responsável pelo entulho derramado, que nos deu a seguinte explicação:

- Que existia uma erosão no local que vinha até a mangueira
- Que começou a jogar entulho para tapar o buraco
- Que chamou a prefeitura e a mesma não compareceu
- Que por conta própria tomou iniciativa de resolver o problema jogando entulho no local
- Que pretende jogar terra preta e cobrir com grama sobre o entulho que jogou.

Em seguida, com os nossos questionamentos, iniciou-se as contradições.

Disse que a prefeitura esteve no local e que, mediante as suas explicações, permitiu que continuasse a jogar o entulho.

Parece que sua intenção de reparar o local está condicionada ao término da construção em sua residência que vem sendo realizada desde o início deste ano. Enquanto isso, continua a jogar entulho no local e não há, conforme nossa constatação “in loco”, nenhum indício de erosão no local, nem tão pouco nas cercanias.

A moradora também disse que não é a responsável pela areia e o seixo que foi recentemente armazenada no local. Afirmou que é da vizinha do lado.







O que vemos é o total desrespeito ao patrimônio público, onde se busca justificar suas necessidades com a construção de ideias paliativas que possam convencer que se pretende realizar uma boa atitude.

Não despejam areia, nem seixo em cima de suas calçadas, ou mesmo dentro de contêineres apropriados para tal. Acham mais confortável despejar em cima de área pública.

Temos a gravação completa da conversa com essa moradora, mas não vamos publicá-la em respeito à pessoa humana, mas esperamos que essa moradora cumpra de imediato o compromisso de recompor o local que recebeu o despejo de resto de sua construção que já dura quase um ano. Também solicitamos que a moradora responsável pela areia e o seixo despejado em área verde providencie a remoção do material do local. Que colocar em cima de sua calçada? Ou melhor, e mais correto, que tal colocá-la dentro de contêineres estacionados defronte sua residência?

 AMIPAZ

sábado, 27 de dezembro de 2014

Ano Novo, tempo de fazer novos planos.



Quando chega o final do ano é costume de alguns, inclusive de quem vos escreve, fazer uma reflexão sobre o que passou e lançar um raio de luz sobre o que se pode desejar para o próximo ano e o que será possível tornar realidade. Deixar o sedentarismo, perder peso, ler livros que se deseja ler, fazer um curso etc. No entanto, nossas vidas muitas vezes são guiadas por planejamento de curto prazo, como todos esses que citei e, portanto, deixamos de planejar em longo prazo.

O planejamento de curto prazo é mais fácil de fazer, porque invariavelmente depende muito mais de uma vontade pessoal, tanto que se pode iniciar um regime, exercícios físicos e até abandoná-los, assim como largar um livro ou um curso no meio do caminho. Porém, os de longo prazo não dependem exclusivamente de nossa vontade, pois tem interferência direta de fatores exógenos, ou melhor dizendo, depende de fatores que estão fora de nosso controle e poder de decisão, como a política econômica do país e as decisões de outros agentes sociais que nos cerca, como a família e as relações de trabalho, dentre outros. Exemplificando, iniciar uma faculdade é um planejamento de longo prazo que requer esforço de tempo e dinheiro (talvez um pouco menos de dinheiro em uma faculdade pública), pois é necessário primeiramente resolver a questão financeira que envolve esta decisão. Um financiamento estudantil pode sofrer revés dependendo da conjuntura econômica, assim como a perda do emprego (ou da fonte de recursos financeiros) e isto pode postergar, ou mesmo colocar fim, no que se planejou. Ainda garimpando o mesmo exemplo, uma separação de casais pode interferir também no desejo de concluir um curso superior, principalmente quando o casal divide entre si as tarefas de cuidar dos filhos e da infraestrutura da casa. O simples fato de necessitar alguém para ficar com os filhos, e os custos financeiros e psicológicos que essa procura envolve, pode inviabilizar a continuidade dos estudos.

Buscamos esses exemplos, com as devidas adaptações e contextualização, nas decisões empresariais de curto, médio e longo prazo. As decisões de curto prazo envolvem muito mais uma decisão de olhar para si, enquanto que as de longo prazo uma visão mais atenta ao ambiente externo que é incerto, mutável e além de nosso controle. Porém, se existe uma hierarquia para iniciar os planejamentos, a que deve ser feita por primeiro é aquela de longo prazo, sendo as de curto e médio prazo apenas um desdobramento desse planejamento inicial que requer maior tempo de maturação. Em nossa vida pessoal não costumamos a ter esse olhar detalhado de longo prazo e a lógica do planejamento inverte-se. Planejamos em curto prazo, nos desdobramos para tentar viabilizar esse planejamento em médio prazo e no longo prazo deixamos ao planejamento divino, ou popularmente dizendo: “Seja o que Deus quiser”.

Planejar a vida pessoal não segue um padrão consagrado de sucesso, diferentemente do planejamento organizacional que é ensinado em bons livros de estratégia corporativa, porque quando se está no comando de uma empresa sentenças podem ser deitadas e corporativamente tendem a ser seguidas, acompanhadas e controladas. Na vida familiar é diferente, pois não se assume modernamente o papel de “cabeça da família” que estabelece quem tem o papel de decisão. Hoje se assume muito mais um modelo colaborativo e participativo com papéis bem definidos, mas ainda assim penso que este modelo é minoria, pois o que mais encontro é o modelo anárquico, no qual cada um age e pensa conforme suas próprias necessidades, sem olhar os demais, ou em um modelo autoritário no qual manda aquele que tem o controle financeiro. Assim, primordialmente o planejamento de longo prazo pessoal passa na identificação de que tipo de família se está inserido e o quanto se pode ser resiliente as mudanças naturais do núcleo familiar. Portanto, aqueles que não desejam dar satisfações tendem a viver sozinhos, longe da vida familiar, ou estão confortavelmente inseridos em uma família anárquica.

Penso que os objetivos pessoais de longo prazo, por tudo que está relacionado acima, para terem sucesso também devem ser inseridos no planejamento familiar de longo prazo, pois sem o apoio da família muito provavelmente não serão alcançados. Contudo, hoje a instituição que mais vem sendo atacada modernamente é a família, pois vivemos dias da cultura da individualidade acima de tudo e perde-se a visão plural de convivência, na qual é preciso muitas vezes dialogar, negociar, ceder para manter e avançar. Colocar a família como base para o planejamento pessoal de longo prazo ainda hoje, dentro do meu juízo, é o melhor caminho para se conseguir alcançar nossos objetivos pessoais. 

Não envolver a família, por exemplo, no objetivo de emagrecer, é colocar-se à mesa comendo salada enquanto os demais saboreiam uma lasanha tornando tudo mais difícil. Não envolver a família no objetivo de ter recursos para custear um curso superior, corre-se o risco de individualmente todos se endividarem comprometendo a renda familiar e o sonho não ser alcançado.

Sem o apoio da família, seja o planejar de curto ou longo prazo, tudo fica mais penoso. Portanto, um passo para se iniciar a conquista de um objetivo pessoal nesse ano que se inicia é colocar a família em lugar de destaque e importância nas decisões que envolvem nossa vida. Famílias que planejam juntas, naturalmente realizam mais.

Aproveito para desejar um feliz ano novo repleto de paz, saúde e com muitas realizações.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Sobre as eleição no Conjunto Santos Dumont. Esclarecimento.

Caro Morador e estimada Moradora do Conjunto Santos Dumont.

Juntamente com amigos e amigas moradores do Conjunto Santos Dumont, interessados no prosseguimento do processo democrático de eleição de uma nova diretoria para o anos de 2015 e 2016, promovemos e incentivamos que a eleição ocorresse antes do final do ano, haja vista que o mandato do atual presidente encerra-se no dia 31 de dezembro próximo.

Chegaram a ser publicados dois editais, um patrocinado por um abaixo-assinado de moradores que pediam a eleição para o dia 21/12 passado e nomeava o Sr. José Edson Lima como presidente da junta eleitoral, encarregada de organizar o pleito e um outro, datado 18 de dezembro, que ratificava o Sr. José Edson como presidente da junta eleitoral e marcava eleições para o próximo domingo (28/12).

É preciso esclarecer que a decisão de realizar eleições no dia 28.12 foi decidida em assembleia convocada para o dia 17.12, no qual moradores votaram:


  • Que somente poderia votar morador do Conjunto Santos Dumont que apresentasse documento comprobatório para tal (conta de água, luz, IPTU etc.), e no caso de dúvidas que o eleitor preenchesse declaração de residência responsabilizando pela veracidade das informações sob as penas da lei.
  • Que somente poderia candidatar-se para compor diretoria executiva somente o proprietário de imóvel no Conjunto Santos Dumont, nos termos do Art. 10, parágrafo único do estatuto em vigor.
  • Que são dois votos por residência, seguindo a praxe de todas as eleições passadas.
  • Que no dia 21/12 (domingo), às 9h, haveria a homologação da chapas de acordo com as regras estabelecidas na assembleia do dia 17.12.

No domingo (21.12), no dia marcado para homologação das chapas, três chapas apresentaram-se para concorrer ao pleito, mas pairava dúvidas quanto a situação de determinados candidatos, das três chapas, se verdadeiramente eram proprietários de imóvel no Conjunto Santos Dumont. Assim, visando sanar essas dúvidas, foi acordado entre os representantes das chapas que todos apresentassem documento de comprovação legal de serem proprietários, dando um prazo até às 18h desta data.

Porém, nessa segunda-feira (22/11) o Sr. José Edson não compareceu a sede da associação para receber a documentação e às 20h, alegando motivos pessoais, declarou a este blog que havia renunciado como presidente da junta eleitoral. Neste ínterim, representantes das três chapas reunidos na sede da Associação dos Moradores do Conjunto Santos Dumont, interessados na viabilização da realização do pleito, considerando que a ata da reunião do dia 17.12, que deveria ter sido lavrada por aquele que a convocou para esse dia não a fez, passamos a discutir uma alternativa democrática que pudesse levar a termo a vontade dos moradores que é a realização de eleições transparentes e democráticas.

Novamente foi ponderado o que é de conhecimento de todos: 
  
  • Diversas diretorias que passaram pela associação não se preocuparam em atualizar o estatuto da Associação dos Moradores do Conjunto Santos Dumont para o Novo Código Civil de 2002 e não cumpriu o prazo dado até 2007 para que houvesse essa regularização;
  • Que a última diretoria registrada em cartório é a de 2003, tendo como presidente da associação o Sr. Mário Jorge, morador da Rua Eyner Encarnação.
Cumpre esclarecer que o fato do estatuto da associação estar desatualizado com o novo código civil não inviabiliza as eleições ocorram seguindo as regras do mesmo, ainda que esteja necessitando reforma. No entanto, após a eleição, uma nova assembleia deveria ser realizada para votar um novo estatuto e registrá-lo no cartório. Desta forma, seria mais sensato, aprovar um novo estatuto, com regras claras de quem pode candidatar-se e quem poderá votar nas eleições e que o mesmo esteja em acordo com o novo código civil. Após amplas discussões, os interessados (representantes) que registraram chapas, chegaram a um consenso que produziu o seguinte documento, nestes termos (ipsis litteris):

  1. Montar uma comissão composta por 12 pessoas, sendo cada chapa indicando 2 (duas) pessoas dentro da chapa e mais 2 (duas) indicadas.
  2. O presidente e vice indicaram (sic) 2 (duas) pessoas cada que não componham chapas de nenhuma já inscrita e não poderam (sic) compor chapas para eleição.
  3. Esta comissão se comprometera (sic) em atualizar o estatuto, registra-lo (sic) convocando quantas assembleias forem necessarias (sic) para este fim e organizar as eleições em termos (sic) de indicar presidencia (sic) de eleição, convocar assembleias para este fim.
  4. A comissão entrará em vigor em 01 de janeiro de 2015, tendo como data de termino (sic) em 28 de fevereiro de 2015, em caso de haver conseguido cumprir todas as suas atribuições no prazo previsto deverá imediatamente ser convocado (sic) assembleia de moradores para deliberar cerca (sic) de sua permanencia (sic) ou sua imediata destituição com a convocação de eleições.
Assinaram:

Paulo Fernando Monteiro Rebouças
Paulo Fernando Monteiro Rebouças Filho
Denis Thamaturgo
Cristina Guimarães
João Lago
Orlando Botelho
Maria José
Karen Evelyn
Nazaré Lago

A alternativa assinada pelos representantes das chapas interessadas para o pleito é a mais viável para o momento, mas somente será democrática se todos os moradores do Conjunto Santos Dumont participarem ativamente da confecção do novo estatuto que possa refletir o desejo dos moradores. Para isto, estaremos atentos para fiscalizar, cobrar e promover a participação de todos.

 Amipaz - Amigos do Conjunto Santos Dumont.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dezembro - Mês de eleição para Associação dos Moradores do Conjunto Santos Dumont.

VOCÊ SABIA?


  • A cada dois anos a eleição deve acontecer (Art. 28), mas até o momento a atual diretoria não convocou novas eleições.
  • Somente moradores proprietários dos imóveis podem concorrer aos cargos de diretoria da associação, conforme Art. 10, parágrafo único.
  • Podem votar somente moradores proprietários do imóvel, conforme Art. 10, parágrafo único.
  • Que não pode ser reeleito quem já cumpriu quatro anos ininterruptos a frente da diretoria (Art. 28).


Essas são as regras que estão definidas em nosso estatuto

Cara(o) amiga(o) moradora(or),

Estamos convidando você a entrar nesta discussão, pois esse silêncio quanto a eleição talvez resida no fato que membros da atual diretoria que já estejam cumprindo um segundo mandato, seja qual for sua posição, não podem ser reeleitos para um terceiro biênio. Lógico, que o estatuto democrático do Conjunto Santos Dumont prevê um mandato máximo de quatro anos para qualquer membro da diretoria.
Não somente isto, o estuto prevê a renovação da metade dos membros da diretoria, ou seja, mesmo que esteja em um primeiro mandato, somente 50% dos membros pode candidatar-se novamente.


ATENÇÃO: O estatuto não permite a perpetuação  de diretorias!

Mas, a eleição deveria ser convocada em dezembro?

Na verdade, esta convocação já deveria ter ocorrido em novembro, conforme determina a praxe, com a publicação do edital convocando a formação e apresentação das chapas que irão concorrer ao pleito. No entanto, nada até o momento ocorreu, o que nos leva a incitar e promover a abertura do pleito.

O que podemos fazer?

Os moradores podem convocar uma assembleia geral extraordinária para decidir a eleição, conforme Art. 21 do Estatuto da Associação dos Moradores do Conjunto Santos Dumont. Ou seja, caso a atual diretoria não se manifeste até o dia 10 de dezembro 2014, nós moradores iremos convocar uma assembleia extraordinária para organizar as eleições.

Uma diretoria deve incentivar a democracia.

A Diretoria da Associação de Moradores deve agir sempre de forma democrática, a partir do encontro das ideias de todos. As reivindicações e conquistas (ou derrotas) não podem ser propriedades de algumas lideranças.  

Uma Associação de Moradores não deve ficar só na reivindicação e no protesto. Hoje, para ter sucesso na luta por melhores condições de vida da comunidade precisa elaborar propostas e apresentar projetos ao poder público.

RESPONDA RÁPIDO:

Quantas reuniões ordinárias foram convocadas pela atual diretoria para ouvir as reivindicações do moradores, ou para prestar contas do que vem realizando?

Qual o papel de uma associação de moradores?

Alguns pensam que o papel da Associação de Moradores é só reivindicar do poder público as melhorias para a comunidade. Outros acham que ela é uma espécie de clubinho, que cuida de organizar o lazer para uns poucos cidadãos. 
Existem ainda os que entendem a associação como sendo um comitê eleitoral, ou curral eleitoral. Ou seja, a diretoria pede aos vereadores ou secretários da prefeitura algumas melhorias e, os “favores” recebidos, são pagos na próxima eleição por meio da campanha em favor do “benfeitor” ou dos candidatos indicados por ele.

RESPONDA RÁPIDO:

Como se comporta a atual diretoria no cumprimento desse papel tão importante para o interesse dos moradores do Conjunto Santos Dumont?


Qual a função de uma associação de moradores?

Uma das funções principais da Associação de Moradores é promover o esclarecimento, a informação e a formação da comunidade para que ela reivindique, e muito bem, os seus direitos. É muito importante que a Diretoria divulgue todas as informações que ela possuir. Deve também promover reuniões, debates, palestras, cursos ou outras atividades de formação abertas à participação da população local.

Você identifica esta função nos quatro anos dessa diretoria? 

O processo democrático deve ocorrer e somente por meio da ratificação, ou mudança completa da diretoria que essas perguntas serão respondidas.

Eleições já!

domingo, 2 de novembro de 2014

O terceiro turno

Acabou o segundo turno das eleições e ainda perduram as discussões acaloradas, principalmente sobre a vitória apertada de Dilma e a distribuição dos votos entre o Sul, Sudeste, Centro Oeste para Aécio e entre o Norte e Nordeste para Dilma. No entanto, justiça seja feita, se Minas Gerais e o Rio de Janeiro decidiram ser os fieis da balança para Dilma, o Acre, Rondônia e Roraima aparecem como os estados do Norte que destoam do restante dando a maioria dos votos para o PSDB.

Várias são as explicações e versões para esta divisão, mas as que mais eu ouço são duas: 1ª. A comparação que se faz com os votos recebidos por Dilma nas localidades mais assistidas pelo Programa Bolsa Família e; 2ª. A comparação que se faz com o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e os votos recebidos por Aécio. Uma análise açodada diria que o Brasil famélico, assistido majoritariamente pelo Programa Bolsa Família e com os menores indicadores de IDH votaram no PT, enquanto que o Brasil produtivo e com os melhores indicadores de IDH votaram em Aécio. Assim, cresce a ideia que os programas sociais “compraram os votos dos famélicos incultos” e até já escutei defesas apaixonadas que aqueles que recebem Bolsa Família deveriam ser impedidos de votar.

Desde o Império até promulgação da Emenda Constitucional nº 25, de 15 de maio de 1985, só podiam votar os que soubessem ler e escrever, mas quem não se lembra da polêmica do deputado Tiririca que teve que passar o vexame de provar que não era analfabeto, submetendo-se a um teste no judiciário para não ter o diploma caçado. Assim, apesar da Constituição de 1988 ter ratificado o direito do analfabeto votar, ainda está restrito aos alfabetizados o direito a candidatar-se a um cargo eletivo. Tiririca passou raspando, tanto que o ministro Ricardo Lewandowski, em seu voto no processo movido contra o deputado no Superior Tribunal Federal – STF declarou que Tiririca tem "dificuldades típicas" da maioria da população do Brasil ao negar provimento a ação movida pelo Ministério Público Eleitoral. Ou seja, pela análise do discurso de Lewandowski, apesar da maioria da população brasileira ser majoritariamente de baixa educação, ainda assim não deveria ser negado a ela o direito de eleger-se deputado, senador, prefeito, governador e presidente da república.

O IDH é um índice criado em 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e analisa três dimensões básicas do desenvolvimento humano no mundo: renda, saúde e educação. Nesta eleição chamou atenção o mapa do IDH brasileiro ser muito parecido com a distribuição de votos de Dilma e do Bolsa Família, asseverando a ideia da divisão dos votos no Brasil entre pobres mal instruídos e ricos bem educados. No entanto, a simples análise do resultado majoritário dos votos em cada estado não reflete a realidade de uma divisão, pois quando se analisa a distribuição de frequência por região, não se pode ignorar que o PT também recebeu votos nas regiões nas quais o PSDB foi mais votado e vice-versa. Faça a seguinte reflexão: Quantos conhecidos que votaram de maneira diferente a sua não se enquadram dentro dos critérios do IDH e como beneficiários do Bolsa Família? Pois é, foram justamente esses que influíram no resultado das urnas.

Na semana passada, em uma discussão entre professores universitários, ouvi a seguinte pérola: “Professor que recebe bolsa do Programa Ciências sem Fronteiras não pode reclamar daqueles que recebem dinheiro do Programa Bolsa Família”. Na hora eu torci o nariz, mas estava tão envolvido na confecção de uma apresentação de um curso que iria ministrar que não quis entrar na discussão. É óbvio que a comparação é esdrúxula no que se refere aos resultados que factualmente um e outro programa entregará a sociedade. O Programa Ciências sem Fronteiras fomenta a produção de conhecimento em áreas estratégicas para o país e é concedido de forma transitória, com data de início e término para o benefício e com critérios específicos de concessão, havendo ainda a contrapartida da entrega de um trabalho científico. Ora, se o critério de concessão do Bolsa Família tivesse ao menos a contrapartida da comprovação da matrícula das crianças das famílias nas escolas, poderíamos acreditar na possibilidade de uma ação social transformadora, no que se refere ao resgate educacional das gerações futuras para a não reprodução da realidade sociocultural dos pais. Absolutamente não existe nenhuma contrapartida, o que justificam as críticas que o Bolsa Família seja um programa que simplesmente visa manter um clientelismo político.

Não foram os votos dos beneficiários do Bolsa Família que decidiram esta eleição, pois há quatro anos, quando o programa já existia, foram 12 milhões de votos que decidiram a favor do PT e neste pleito a diferença diminuiu para 3,4 milhões. Nesses quatro anos, apesar da base de eleitores ter aumentado em 5,17%, o percentual de abstenções permaneceu estacionado na casa de 21% (aproximadamente 30 milhões de eleitores) e o percentual de votos brancos e nulos não aumentou significativamente. Portanto, o que decidiu esta eleição foram as pessoas de bem que não foram convencidas que Aécio e o PSDB é menos pior que Dilma e o PT.

A oposição ao governo Dilma falhou em sua comunicação com os indecisos, pois avaliações equivocadas, como a que citei na discussão entre professores, não foram desconstruídas e elucidadas. Por outro lado, algumas pessoas de bem ainda continuam seduzidas pelo PT romântico e de discurso probo da década de 80. Faltou-lhes também discernimento para entender que o tempo passou, o PT já não está mais na oposição há doze anos e que a conduta antiética do partido não é conversa de “mídia golpista e conservadora”. Esses são mais difíceis de arrancar as vendas que lhes cegam.

Finalizando, deixo a seguinte metáfora: Quando uma criança leva para casa algo que não lhe pertence, pais ciosos com a educação moral dessa criança a repreendem, algumas vezes a castigam e a fazem devolver aquilo que não é seu. Não vejo pais de conduta ilibada envolvidos neste drama festejar e presentear seus filhos. Pois bem, foi justamente isto que esses três milhões de brasileiros fizeram, pois ao invés de educar o PT, agiram que nem descrito na música de Chico Buarque (que por sinal apoiou Dilma) quando a mãe festeja o filho bandido: “Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri!”.


João Lago.

domingo, 28 de setembro de 2014

Paróquia de Santo Afonso e Uninorte em parceria em projeto de ação social

Alunos e professores dos cursos de Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão da Produção Industrial do Uninorte/Laureate, firmaram parceira com a Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório para desenvolvimento de um projeto de geração de renda com forte apelo ambiental.

O projeto consiste em conscientizar sobre o perigo de descartar no meio ambiente o óleo de cozinha usado em frituras diretamente no ralo da cozinha, devido ao grande potencial de contaminação que tem o óleo quanto encontra reservatórios de água potável. Este óleo mal descartado acaba chegando aos rios e até mesmo ao oceano, por meio das tubulações. Segundo dados da Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo – SABESP, um litro de óleo pode contaminar um milhão de litros de água, ou seja: 1 gota tem 0,05 ml (50 vezes mais), segundo a frase, se dividirmos uma gota em 50 partes e jogarmos uma delas em um litro de água, este litro estaria poluído. Ainda segundo relatórios do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, o óleo exposto no solo, antes de atingir os lençóis freáticos, transforma-se em gases nocivos ao meio ambiente e prejudica a camada de ozônio.



Desta forma, a proposta do projeto é que as famílias de três comunidades localizadas no Bairro da Paz (Comunidade de São Marcos - Conjunto Santos Dumont, Comunidade de Nossa Senhora da Paz e Comunidade Nossa Senhora de Nazaré), além de realizar a coleta seletiva do óleo usado, possa transformá-lo em matéria-prima para fabricação de sabão e sabonetes como alternativa de renda e promoção da educação ambiental. A execução deste projeto terá a participação de alunos e professores de Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão da Produção Industrial, em uma união de conhecimentos de administração, economia e engenharia para racionalizar o trabalho, aperfeiçoar técnicas de produção e ordenar as atividades financeiras, logísticas e comerciais da micro organização implantada na comunidade. Assim, pretende-se que esse projeto possa contribuir para o desenvolvimento social, econômico e conscientização ambiental naquela e em outras comunidades.

Para participar entregando óleo servido, ou mesmo nas oficinas de produção que serão realizadas nas comunidades, o interessado deverá procurar a Igreja Católica sediada nas respectivas comunidades, nos horários de celebrações, fazer sua inscrição nos seguintes endereços:

Igreja Nossa Senhora da Paz, Rua Boa Esperança - s/n - Bairro da Paz
Igreja de São Marcos Apóstolo, Alameda Santos Dumont - s/n - Conjunto Santos Dumont
Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, Travessa Henoch Reis - s/n - Bairro da Paz

Maiores informações também podem ser conseguidas por meio do e-mail: amipaz.manaus@gmail.com, ou mesmo deixando um comentário neste blog.

As inscrições das oficinas de produção vão até o dia 10 de outubro e depois que as turmas estiverem formadas haverá o agendamento dos dias em que ocorrerão o curso.

Participe, pois é totalmente GRATUÍTO.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O Custo de Troca

Um amigo aqui em minha comunidade, por mais que eu usasse de todo o vernáculo possível para explicar-me, não conseguiu compreender porque advogo a necessidade do povo brasileiro provocar a alternância de poder. Então me veio a lembrança do que se chama “custo de troca”.

O termo “custo de troca” é um conceito mercadológico que explica a defecção de um consumidor por um serviço (ou produto). Ou melhor dizendo, quando a relação, que existe entre aquele que fornece e aquele recebe, deteriora-se a tal ponto que simplesmente qualquer outra coisa pode ser melhor que aquilo que é oferecido atualmente. Quando isto ocorre, diz-se que o cliente alcançou o patamar de “custo de troca”.  

Alguns jargões populares podem tentar justificar manter um governo por mais de uma década. Pode-se dizer: “em time que está ganhando não se mexe”. No entanto, acredito que estamos perdendo de goleada para falta de ética, para falência da moral e para a corrupção, vinda de um partido que historicamente prometeu que faria diferente. Alguns até podem se perguntar: Mas seria possível fazer política, garantir governabilidade sem o jogo do “toma-lá-dá-cá”, no qual o governo é loteado como se fosse a partilha de um butim? Seria a motivação de quem entra na vida partidária a mesma que no passado inspiraram piratas a singrarem os mares para roubar as riquezas do mundo? Hoje, fraudar licitações, desviar recursos de estatais, operar descaradamente caixa dois, fazer tráfico de influência, tudo isto como se fosse do jogo normal da política, cabendo a nós aceitar e continuar votando nessa gente de tão baixa estirpe e princípios?

Eu acredito que a grande maioria do povo brasileiro alcançou o limiar do “custo troca” desse governo que está há doze anos no poder. Aliás, tem uma frase atribuída a Eça de Queiroz que diz: “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.

Embora esteja claro que esse governo não mereça mais o nosso voto, infelizmente há quem, levado pela desesperança, possa acreditar que será melhor continuar com eles, porque a política é feita assim e eles promoveram avanços sociais. Assim, poderíamos até perdoar, mas fui ensinado que só se perdoa a quem pede perdão e isto jamais passou pela cabeça deles. Pelo contrário, o que existe é a negação de que tenham feito alguma coisa errada. Não houve mensalão e o que está acontecendo na Petobras é simplesmente um ardil montado pela imprensa golpista que é dominada pelas elites. Nesse sentido, Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, teria dito: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. E então acompanhamos um jogo de mentiras de uma propaganda oficial enganosa que tem por objetivo fazer crer que “os fins justificam os meios”.

O que iremos fazer no dia 5 de outubro é muito mais que trocar um xampu anticaspa por outro mais eficiente, ou mesmo trocar um fabricante de amaciante por outro. O que está verdadeiramente em jogo é se o próximo governo terá condições de tirar o Brasil do atoleiro dos espasmos de crescimento pífio, conter a inflação e manter a estabilidade econômica cujo descontrole tanto maltratou gerações. Assim, não acredito que tão grande empreitada possa ser feita por gente de tão baixa moral e de princípios éticos rasteiros. Aliás, tem uma frase de Millôr Fernandes que define muito bem essa gente: “Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder”. Por puro cinismo, essa citação profética foi escrita por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso em março, em sua agenda pessoal na qual foram anotadas as propinas distribuídas a políticos e laranjas. Alguém que adotou o comportamento tão torto e escreve um pensamento deste em uma agenda de registro de corrupção, ou é sinal de psicopatia, ou tem a crença que tudo isso vai passar e que a impunidade será a sua glória.

Promover a estabilidade econômica e manter os programas de distribuição de renda é o mínimo que se deseja e não há quem diga que fará o contrário. Já promover a ética na política não pode vir de quem diz que “não sabia”,  que “não tinha menor ideia”, alheia a toda a sujeira debaixo de seu nariz.

O recado é claro: O brasileiro consciente e minimamente informado atingiu o seu “custo de troca”.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont.