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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Onde foi parar o conforto do passageiro?

Adoro viajar, mas detesto as horas dentro de um avião, principalmente neste novo jeito de voar inventado com baixo custo (para quem eu não sei), que entrega poltronas desconfortáveis, com pouco espaço para movimento, nas quais relaxar é impossível. No entanto, nada que seja ruim que não possa ser piorado.

A Gol agora está vendendo o serviço de bordo, fato que constatei no voo de São Paulo a Aracaju na semana passada, cujo tempo de pouco mais de duas horas foi insuficiente para que todos os passageiros fossem atendidos adequadamente (aqueles que se prontificaram a adquirir o lanche). Na verdade, um voo lotado e com duas equipes (uma em cada ponta do avião), não conseguiu se entender com as tarefas de: oferecer, entregar e cobrar.




Eu estava na poltrona número onze, de um Boieng 737-800, com capacidade para 187 passageiros, ou seja, eu estava no meio da aeronave, justamente seria um dos últimos a serem atendidos pelos comissários. Fiquei observando as equipes trabalharem, quando notei que começou a faltar um dos sanduíches do cardápio em um dos carrinhos, o que obrigou o comissário a cruzar toda a extensão do avião para buscar os sanduíches no carrinho da outra equipe (passando por mim que estava no meio da aeronave, conforme foto do comissário com sanduíches nas mãos). Assim, isto somente acarretou mais demora no atendimento, demonstrando que iniciaram este tipo de serviço sem o mínimo de estudo de demanda. Outro ponto importante a salientar é que não me agrada aquele que serve o alimento manipular o dinheiro, critério minimo de higiene cumprido por qualquer boteco organizado.

Quando finalmente chegou a minha vez, o comandante já havia anunciado procedimento de descida, ou seja, faltavam trinta minutos até que o avião tocasse o solo. Eu pedi um “sugestão do chef” (sanduíche de pão de leite, queijo parmesão, queijo cremoso, peito de peru e queijo gruyère), que tinha acabado, ficando para mim a opção de ser forçado a escolher o “especial” (sanduíche tipo ciabatta, queijo cremoso, salame e queijo prato), ao preço de R$ 12,00. Além de nada especial, tive que engolir o pão, equilibrando o copo de suco que pedi sob a ameaça de cair sobre mim, pois o avião começou a descer vigorosamente, considerando ainda que tive que travar a mesinha do avião para minha própria segurança.

Enquanto eu gravava todo o procedimento de meu atendimento, fui admoestado pelos comissários que pediram para que eu apagasse o vídeo, extrapolando suas competências ao invadir a minha privacidade, minha liberdade como consumidor e como cidadão. Logicamente o pedido de apagar não teria sido feito se o serviço de bordo tivesse transcorrido a contento, mas como estava repleto de falhas, tal registro dá respaldo a esta crítica que agora escrevo. Não apaguei, mesmo porque minha intenção é que por meio desta crítica as empresas aéreas adotem o mínimo de bom-senso e respeito pelo consumidor.



Acredito que a ANAC deva interferir, ou ajustando os erros para que a venda de alimentos siga alguns critérios de qualidade, ou que essas empresas simplesmente retornem com a distribuição das famosas barras de cerais, que não matam a fome, mas também não nos fazem morrer de raiva.

Como eu disse, nada que seja ruim que não possa ser piorado.

João Lago
Administrador e professor

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