Na rua Visconde de Porto Alegre, no Centro de 
Manaus, grupos de irmãos disputavam quem "cortava" mais papagaios (pipa)
 do que o outro: os Cabral, os Pinheiro, os Jatobá, os Simões, os 
Coelho, os Oliveira,os Braga e muitos outros.
O céu colorido com nossos 
papagaios era nossa arena. De todos os tamanhos, linha, carretel e 
cerol. Os papagaios do "Russo", que morava na Joaquim Nabuco, eram os 
melhores. Mas não significava que não sabíamos fazer os nossos papagaios
 e cerol. Até ficava melhor quando nós fazíamos os nossos próprios, e 
até ficava mais divertida a disputa. Porque sabíamos do trabalho e o 
tempo dispensado na confecção artesanal das nossas "armas voadoras".  Eita correria quando "quedava" um papagaio, os moleques corriam atrás 
com varas e "boles" para capturá-lo e levantá-lo de novo. 
Tempo bom que 
hoje não tem, pois hoje os moleques estão dentro de suas casas com vídeo e 
controle remoto nas mãos, jogos eletrônicos que apagam a essência da 
liberdade infantil, da inocência criativa de ser criança - apesar da 
brincadeira de papagaio ser de todas as idades. 
Quando cortávamos com 
cerol a linha de um papagaio do outro grupo gritávamos "Bota outro, 
penoso!". 
Que bom seria se eu pudesse agora gritar e ver acontecer outra
 vez o sorriso que se perdeu no tempo...
João Soares Pinheiro Neto
Professor e filósofo. 
 


 
Relato muito legal esse seu,que parte da Joaquim Nabuco morou esee Russo,sempre ouvir falar dele quando pequeno,até hoje não sei,e continuo a brincar
ResponderExcluirMuito bom ver esses comentários eu hoje tenho 35 anos nasci me criei no bairro do São Jorge na Rua da Cachoeira desde os 8 anos eu já ouvia falar no Russo quando fiquei de maio ainda cheguei a compra os papagaios dele mais era seu pai que fazia seu Flávio,ontem 14/05/2020 fui atrás ver se seu Flávio ainda morava e trabalhava com os papagaios mais top de Manaus infelizmente ninguém soube informa sobre ele...
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