Powered By Blogger

sábado, 10 de maio de 2014

O amor de mãe

Para um pai, mesmo muito amoroso, é difícil entender o processo da maternidade, ou mesmo ser empático e colocar-se no papel de mãe durante a gestação. O filho é gerado pacientemente nas entranhas da mulher, como se o passar das semanas, que caprichosamente acompanham a transformação do corpo feminino, fosse como fases imprescindíveis de aceitação da maternidade.

O homem está carnalmente alienado deste processo, assim aceitar-se como pai somente acontecerá quando tiver o filho materializado em seus braços. Por ser assim, existem aqueles que ao fugir do compromisso paterno, jamais compreenderão como é forjado o amor de mãe. No entanto, quando o homem se põe ao lado de uma mulher que carrega um filho no ventre, partilhando desse momento divino da reprodução da vida, talvez um dia tenha a possibilidade luminosa de compreender este amor, sublime amor.

O amor abnegado de uma mãe para com o seu filho inicia na gestação com a renúncia de sua própria vaidade e, após o parto, continua com a abdicação de sua individualidade, pois é certo que a criança se torna parte integrante de uma rotina sistemática da mulher, na qual não há separação entre ambos, mas apenas breves momentos de descanso no berço, sob os olhos atentos de uma mãe exaurida, porém feliz.

Este elo criado entre mãe e filho transforma-se em grilhões que acompanham toda a sua existência, pois não é comum uma mãe abandonar seu filho. Na verdade esse abandono soa tão antinatural que nos custa acreditar que exista uma mulher capaz disto. O livro do profeta Isaías (49, 15) chama atenção para isto quando diz: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca”.

É verdade, algumas vezes quando uma criança é esquecida, a providência divina coloca mulheres para suprir esta falta. Assim, essas mães quando aceitam suprir a maternidade alheia prescindem do laço carnal, pois muito antes gestaram esses filhos em seus corações. A esse irascível amor, até mesmo algumas mães uterinas tem dificuldade de compreender.

Aproveite este dia para dizer o quanto ama sua mãe, mesmo que ela não esteja por perto, ou até mesmo que tenha partido deste mundo, diga isto na intimidade de tua alma. Se tens fé em Deus, certamente a mensagem chegará em forma de oração. Porém, se a fé em Deus para ti seja supérflua e tua mãe não mais esteja contigo, ainda assim existirá em ti a memória desta mulher, que poderá ser abraçada com palavras, porque nem tudo é material, nem o sentimento da saudade, tão pouco o amor de mãe.

Feliz dia das mães.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont

Nenhum comentário:

Postar um comentário