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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

E chegou 2013


Todo final de ano é a mesma coisa, os congestionamentos na decida para a praia, os preparativos dos fogos na virada do ano, a intensificação das blitz nas estradas, a falta de sangue nos hemocentros, o pagamento antecipado da matrícula dos filhos, as retrospectivas na TV e nos jornais impressos, o show de Roberto Carlos, a corrida de São Silvestre, gente nas lojas buscando roupa nova, branca e prateada de preferência, e aquela sensação que tudo se repete e que se os jornais e a televisão apenas reprisassem fotos e vídeos passados, acho que muita coisa passaria desapercebida como já acontecido. Se não fosse os presságios do final do mundo, a morte de Niemeyer e de Dona Canô tudo não passaria de um grande dejá vu.

Apesar da “mesmisse”, ainda assim como é bom chegar o fim do ano, pois por uma visão romântica do que realmente a vida é, não seria importante a repetição do que se fez no atacado, mas aquilo que individualmente conquistamos no varejo. As pequenas coisas que nos fazem particularmente únicos e que não se repetem em mais ninguém. Se emagreci, ou se ganhei peso. Se ganhei um aumento, uma promoção, ou se de modo injusto estou sem emprego. Se conquistei, mantive um amor, ou sem motivo algum estou sozinho a espera de alguém. Se comprei um carro novo, uma casa nova, ou não foi a hora e o momento de sair “buzão” e do aluguel. Se gastei tudo o que ganhei com aquilo que me fez feliz, ou se estou adiando minha felicidade acumulando um bom dinheiro no banco. Se consegui concluir meus estudos, ou ainda busco encontrar paciência, tempo e motivação para enfiar a cara nos livros. Se realizei um sonho, ou se ainda o estou arquitetando nessa grande prancheta que é a minha imaginação. Enfim, tudo isto que me aconteceu, apesar que tenha também ocorrido para uma outra pessoa, os sentimentos acumulados não foram os mesmos, assim como a reação que provocou em mim face a expectativa que tenho para 2013, e que não se repetirá em lugar algum.

A grande alegria do final de ciclo que é o fim de ano é justamente colocar um ponto final naquilo que foi ruim e colocar esperança naquilo que está inconcluso. A grande motivação de continuar e não desistir, ou agradecer a Deus por ter conquistado.

É bem verdade que nunca estamos completamente satisfeitos, e nem poderíamos nos resignar e não desejar que nada mais ocorra em nossa vida. No entanto, nesta nossa busca incansável da felicidade, façamos de viés que outra pessoa também tenha motivos para sorrir e agradecer. Sejamos um agente da esperança, da paz e muitas vezes isto não precisa de grandes gestos, mas simplesmente de muita, muita boa vontade.

Feliz ano novo.

João Lago.
Administrador, professor e morador do Conj. Santos Dumont

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