Nos
primeiros tempos de suas existências, as comunidades cristãs falavam a língua
grega e por isso usavam, não a Bíblia hebraica, mas a grega e os escritos do
Novo Testamento foram redigidos naquele idioma. O latim e as demais línguas
apareceram só alguns anos depois em nossas celebrações. Aí se explica porque
ainda hoje a Igreja conserva palavras gregas. Um exemplo temos na festa de
hoje, conhecida como dos Reis Magos, mas cujo nome exato é Epifania do Senhor.
Epifania
significa manifestação divina e é a festa em que lembramos três momentos em que
Jesus se revelou como o Filho de Deus e Salvador. O primeiro momento é a visita dos magos ao
Menino de Belém (Mt 2, 1-12). Os magos,
que não eram reis, nem feiticeiros, nem mágicos, mas sábios orientais, viram
uma estrela no céu e sentiram um chamado a se nortearem por ela, porque
encontrariam o rei dos judeus que acabara de nascer. Seguiram o astro que
desapareceu ao chegarem em Jerusalém. Perguntaram pelo lugar onde poderiam
achar a criança, mas ninguém, nem o rei Herodes, nem o povo, sabia do
acontecimento. Foi aquela perturbação na cidade e no palácio real! Consultada
as Sagradas Escrituras, os visitantes rumaram para Belém e a estrela
reaparecida os levou ao encontro do Menino Jesus com sua mãe. Após prestarem suas homenagens, regressaram a
suas terras por estradas indicadas por anjos.
O estudo da
natureza e a leitura da Bíblia ajudaram os magos a chegar à casa onde se
encontrava a criança, mas a presença da salvação em Jesus só aconteceu-lhes
quando eles “entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe, ajoelharam-se
diante Dele e o adoraram”. Jesus é a presença de Deus que veio salvar a todos
os povos, raças e pessoas, sem discriminação.
Os outros
dois momentos da festa da Epifania são o Batismo de Jesus realizado por João e
a transformação da água em vinho, nas bodas de Caná. Dois fatos da vida do
Mestre que revelaram a João Batista e aos
discípulos quem era o Homem de Nazaré, que começava a anunciar um Reino em que
a lei é o amor e Deus está mais próximo de nós do que podemos imaginar.
Como nossa
sociedade precisa vê-lo assim!
Dom Luiz
Soares Vieira
Arcebispo
de Manaus
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