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domingo, 13 de janeiro de 2013

Existem cientista e existem cientistas


Apareceram, ultimamente, em jornais escritos, falados e televisionados, notícias que alardeiam avanços científicos tão grandes que não precisamos de Deus para compreender o universo, nosso planeta, a natureza e tudo mais.

Muitas pessoas ficaram impressionadas ou mesmo abaladas em sua fé. A arrogância de certos comentaristas arvorados em grandes cientistas transmitiu uma certeza espantosa. Sirva como exemplo a descoberta do bóson de Higgs que foi anunciada como a morte de Deus. Passados os primeiros momentos, todos eles cheios de euforia, os cientistas mais sérios colocaram as coisas em seus devidos lugares. Salvador Nogueira escreveu para a revista Superinteressante de agosto de 2012 um artigo sobre o assunto com o título “O bóson de Higgs não deu para o começo”. Nele, o autor expõe o avanço da descoberta feita pelos cientistas do Centro Europeu de Física de Partículas (CERN) e os benefícios que daí decorrerão para as ciências. Realmente foi uma grande façanha. Mas, a sinceridade dos cientistas os faz confessar que a teoria da função do bóson explica exatamente 4,6% de todo o conteúdo do universo. Falta explicar a matéria escura e a energia escura. Agora falando só entre nós, por que alardearam tanto a morte de Deus? 4,6% é muito pouco. Mesmo quando explicarem os restantes 95,4% do universo, não terão dito de onde proveio tudo que está por aí.

A revista Ultimato de setembro-outubro 2012 publicou artigo do professor de física da Universidade Federal do Rio de Janeiro que trabalha no CERN, Cláudio Lenz César. O título do artigo é “Não conhecemos 90% do que compõe o universo”. Lemos nele que “finalmente, cabe ressaltar que a física sabe muito pouco sobre a natureza”. Se o conhecimento atual convida os cientistas à humildade, causa nojo a atitude de pretensos entendidos que se julgam donos do saber.

Que as ciências progridam é o desejo de todos porque os segredos da natureza não estão aí para serem escondidos, mas para serem descobertos em benefício da humanidade. Paulo escreveu que “a ciência incha; é o amor que edifica. Se alguém julgar saber alguma coisa, ainda não sabe o que deveria saber” (1 Cor 8, 1-2).

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus

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