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domingo, 7 de outubro de 2012

Pobreza, castidade e obediência


Um amigo que é sacerdote retornou de Assis (Itália) com uma cruz de madeira em um cordão com três nós, cada um representando: castidade, pobreza e obediência, cuja missão franciscana seria praticar e pregar simplicidade, amor a Deus e a caridade cristã. Imediatamente coloquei o cordão em meu pescoço.

Faz um bom tempo que não uso qualquer adorno no pescoço, pois o último que tinha foi-me levado em um assalto à mão armada em Belo Horizonte em 2005, juntamente com um carro que eu tinha e que jamais foi recuperado. Materialmente o veículo tinha maior valor, mas sentimentalmente o cordão tinha grande significado, pois carregava a metade de uma medalha que compartilhava com Nazaré, assim simbolizando um amor único divido em dois. Não somente isto, mas durante o tempo que morei na capital mineira tive minha casa assaltada algumas vezes, perdendo bens materiais usados no conforto do dia a dia. Isto causou muito desânimo momentâneo, mas reforçou minha convicção que o bem maior é a vida e a esperança, pois ambas é que nos permite sempre recomeçar.

Esta minha experiência em perdas materiais há algum tempo levou-me a valorizar aquilo que é desprezado pela maioria dos homens, principalmente buscando não unir valor material com valor sentimental. Talvez, aquela medalha arrancada de meu pescoço levou consigo todo o apego material que possa ter por qualquer objeto que tenha um valor intrínseco. Isto permite que se tenha um outro olhar para a vida, favorecendo muito mais as relações pessoais e a amizade que reciprocamente são equilibradas e divididas.

Assim, este cordão que tenho comigo sintetiza tudo que hoje considero importante:

  • Pobreza, simbolizada pelo desapego a qualquer coisa que se possa atribuir valor monetário;
  • Castidade, simbolizada pela fidelidade que tenho a quem amo, levando-me a cultivar um coração solidário e fraterno;
  • Obediência, que pode ser descrita pelo profundo amor que tenho a Deus.
O mais prazeroso é saber que ninguém se sentirá motivado a arrancá-lo de meu pescoço.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont


(*) A foto é do autor do texto quando criança, em homenagem a esta semana da criança que se inicia.

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