De primeiro de janeiro
a vinte e cinco de outubro de 2012, portanto em dez meses, morreram
em Manaus 197 pessoas vitimadas por desastres de trânsito ou
atropelamentos. É um massacre! É uma guerra!
Se pensarmos em quantos
ficaram feridos e em quantos estão marcados por deficiências
físicas, o quadro assusta e assusta mesmo. O que acontece em nossa
cidade se repete em todo Brasil e em todo o mundo. Foi esse o motivo
pelo qual, em 2005, a Organização das Nações Unidas (ONU)
estabeleceu o terceiro domingo de novembro como o Dia Mundial em
Memória às Vítimas de Trânsito.
Temos hoje, como
consequência, oportunidade de relembrar parentes que morreram ou se
feriram no trânsito em situações que, na maioria das vezes,
poderiam ser evitadas. É dia de mostrar respeito e solidariedade as
famílias que sofrem essas perdas.
Como hoje, certamente
no Dia de Finados houve mães, pais, parentes e amigos que choraram
entes queridos ceifados por motoristas embriagados ou enlouquecidos
pela mania de velocidade. Os jornais noticiam com frequência
indesejada jovens que se arrebentam em postes, árvores ou em carros
capotados. Vidas, que começaram a desabrochar, são violentamente
arrebatadas de nosso meio. Com o aumento do número de motocicletas,
o quadro de desgraças duplicou.
Um médico afirmou há
pouco tempo que os desastres de trânsito limitaram o número de
leitos hospitalares destinados a pacientes de outras enfermidades.
Sai de nossos bolsos o dinheiro gasto pelo governo para acudir às
vítimas. É uma despesa que aumenta de maneira espantosa. Chegou a
hora de gritar pela paz em nossas ruas, avenidas e estradas.
O trânsito é um
problema de educação que precisa ser enfrentado com força.
Felizmente, aparecem sinais positivos de que avançamos. O respeito
aos pedestres, que passam pelas faixas a eles destinadas, chama a
atenção pela rapidez como entrou no comportamento dos motoristas de
Manaus. Se conseguimos isso, por que não avançar mais na
responsabilidade de que dirige e de quem anda pelas ruas?
Deus é o Deus da vida
e nos quer defensores e promotores da vida. É questão de acreditar.
Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
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