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domingo, 18 de novembro de 2012

A guerra no trânsito assusta


De primeiro de janeiro a vinte e cinco de outubro de 2012, portanto em dez meses, morreram em Manaus 197 pessoas vitimadas por desastres de trânsito ou atropelamentos. É um massacre! É uma guerra!

Se pensarmos em quantos ficaram feridos e em quantos estão marcados por deficiências físicas, o quadro assusta e assusta mesmo. O que acontece em nossa cidade se repete em todo Brasil e em todo o mundo. Foi esse o motivo pelo qual, em 2005, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o terceiro domingo de novembro como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito.

Temos hoje, como consequência, oportunidade de relembrar parentes que morreram ou se feriram no trânsito em situações que, na maioria das vezes, poderiam ser evitadas. É dia de mostrar respeito e solidariedade as famílias que sofrem essas perdas.

Como hoje, certamente no Dia de Finados houve mães, pais, parentes e amigos que choraram entes queridos ceifados por motoristas embriagados ou enlouquecidos pela mania de velocidade. Os jornais noticiam com frequência indesejada jovens que se arrebentam em postes, árvores ou em carros capotados. Vidas, que começaram a desabrochar, são violentamente arrebatadas de nosso meio. Com o aumento do número de motocicletas, o quadro de desgraças duplicou.

Um médico afirmou há pouco tempo que os desastres de trânsito limitaram o número de leitos hospitalares destinados a pacientes de outras enfermidades. Sai de nossos bolsos o dinheiro gasto pelo governo para acudir às vítimas. É uma despesa que aumenta de maneira espantosa. Chegou a hora de gritar pela paz em nossas ruas, avenidas e estradas.

O trânsito é um problema de educação que precisa ser enfrentado com força. Felizmente, aparecem sinais positivos de que avançamos. O respeito aos pedestres, que passam pelas faixas a eles destinadas, chama a atenção pela rapidez como entrou no comportamento dos motoristas de Manaus. Se conseguimos isso, por que não avançar mais na responsabilidade de que dirige e de quem anda pelas ruas?

Deus é o Deus da vida e nos quer defensores e promotores da vida. É questão de acreditar.

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus  

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