O século XX, terminado
há mais de 11 anos, foi marcado por mortes, perseguições
sangrentas, por duas guerras mundiais, por muitos outros conflitos,
pelo holocausto dos judeus, pelas bombas atômicas de Nagasahi e
Hieroshima. Nunca se matou tanta gente em toda a história humana.
É bom lembrar que
esses massacres foram feitos por sistemas que claramente negavam a
existência de Deus. Vamos dar nome aos bois: um foi o nazismo e o
outro o comunismo. Nesta primeira década do século XXI assistimos
novas mantanças, agora organizadas por pessoas ou grupos que se
declaram fervosamente religiosos e tementes a Deus. Com fé extrema
alguns se amarram com bombas e explodem-se no meio de multidões. O
que ficou dito mostra que assassinatos e violência provém tanto do
materialismo ateu quanto da fé em Deus. Aos que acreditam resta
perguntar em que Deus creem.
Recentemente li um
artigo em que se afirmava ser Deus uma hipótese descartável. O
autor queria dizer que acreditamos em Deus para explicar fatos cujas
causas naturais desconhecemos. Com o progresso da ciência, dizia
ele, descobrimos que dentro deste mundo estão as respostas e não há
necessidade de as buscarmos no além. De posse das explicações
naturais, para que nos serve Deus? A resposta depende de que Deus é
nosso Deus. Se Ele é mera explicação para fenômenos naturais e
psiquicos, estamos diante de uma explicação descartável que poderá
ser jogada fora quando as ciências nos revelarem as causas naturais.
Entretanto, se Ele é o Deus vivo e verdadeiro revelado por Jesus
Cristo, descobrimos alguém real que responde a nossos anseios mais
profundos.
Neste domingo,
celebramos a festa da Santíssima Trindade que mostra o rosto de
Deus. Incapazes de alcança-lo com nossas forças, Ele se revelou
nas Escrituras Sagradas, especialmente em Jesus. São João nos diz
em poucas palavras quem é realmente Deus: “Aquele que não ama não
conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4,8). O ódio separa e
divide; o amor une e funde. O amor sem limites funde as três pessoas
divinas em um só Deus.
O caminho da felicidade
entre nós está em ser semelhante a Ele em nossas relações sociais
e familiares.
Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
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