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terça-feira, 26 de junho de 2012

Foi golpe baixo



Sempre gostei de escrever meus artigos a partir de uma realidade concreta de vida. Nestes dias, fiquei pensando o que realmente estava por trás do fato do impeachment do Presidente Lugo no Paraguai?
Foi impressionante todo o processo ocorrido em tempo recorde e o pessoal de lá ainda vêm com a maior cara lavada do mundo dizer para nós que não foi golpe? Isto merece ir para o Guiness Book 2013. Ou pela rapidez recorde em julgar e decidir um governante. Ou pela tamanha cara de pau.
O problema todo foi que mataram uma meia dúzia de invasores de terra, afirma o noticiário. Nossa! Realmente fiquei edificado com a sensibilidade de justiça do Parlamento Paraguaio. Que sirva de exemplo para o Brasil que já matou centenas de milhares de brasileiros com o problema do latifúndio, com o problema da saúde pública, com o problema do tráfico de drogas e com o problema da segurança pública e nem por isso nenhum governante foi deposto. Que sirva de exemplo para os Estados Unidos que já matou centenas de milhares de pessoas nas guerras do Vietnã e do Iraque e nem por isso nenhum governante foi deposto. Que sirva de exemplo para os países que adotam o regime do Aiatolá e que já mataram centenas de milhares de pessoas pelo mundo com o terrorismo e nem por isso nenhum líder foi deposto. E assim poderia continuar a lista dando a volta ao mundo em décadas de histórias trágicas.
O fato que causou o afastamento oficial do Presidente do Paraguai me fez lembrar do automóvel Palio que o Collor ganhou, que foi para muitos um verdadeiro escândalo para a nação e fez do Mensalão, das cuecas de dinheiro e do Dr. Cachoeira serem fichinha pequena e insignificante.
A reflexão que faço diante destas discrepâncias que ocorrem no Paraguai, no Brasil, na China, na Itália. Enfim, em todo o lugar é a falta de coerência e a contradição que permeiam nossas atitudes. Temos sim dois pesos e duas medidas. Somos sim hipócritas! O motivo que levou Jesus a ser crucificado, se repete nos nossos dias diante destes fatos sem lógica. Precisamos deixar de ser “Pôncio Pilatos” e parar de “lavar as mãos” e dizer que não temos nada a ver com isso. Temos sim! 
A justiça só acontece quando vem de forma pacífica, equilibrada e coerente.

François Harb Filho
Consultor de marketing

segunda-feira, 25 de junho de 2012

E o amor foi embora (ou nunca existiu)...



Nesse semana que passou eu consegui assistir parte de uma comédia na televisão que sequer sei o nome direito. No entanto, lembro que dormi antes de conseguir ver o final, então deve ter sido depois de um dia cansativo de trabalho, no qual ao final do dia as forças se esvaem. Se não me falha a memória o título do filme é “a verdade nua e crua”.

A comédia se desenrola com um indivíduo tentando ensinar uma mulher de como agir para conquistar e prender a atenção de um rapaz. Veja, não sei se pela perspectiva feminina a conduta da atriz possa ter alguma semelhança com a realidade, mas no que toca o modo de agir masculino, posso dizer que deve abranger uma boa quantidade de homens. Porém, o que me motivou a escrever sobre este filme foi a elucubração que fiz ao tentar relacionar este tema com a teoria de marketing que aborda a construção de valor. Logicamente como a construção de valor acontece sob um prisma comportamental, então a comparação fica mais fácil de fazer, pois abordamos atitudes humanas.

Quando as dicas de como prender a atenção se iniciam, o homem ensina a mulher que ela deve mostrar, sem muito exagero, certa dose de indiferença. Assim, quando a mulher é percebida como não estando assim tão interessada, pode despertar no outro o desejo de participar do jogo da conquista, ou se houver resistência do homem em entrar na peleja é porque o relacionamento per si não valhe a pena. Logo, a mulher não deve criar expectativas e desistir. Esta perspectiva poderia ser relacionada com o preço pelo qual alguém poderia estar disposto a pagar por algo que seja de sua necessidade (material ou psicológica) quando aquilo que é escasso pode significar um preço maior. Dar uma de difícil, como metáfora, pode passar a impressão de produto exclusivo, feito para poucos.
Na segunda lição o homem ensina a mulher como vestir-se, que logicamente pode estar intimamente relacionado com o seu estilo de vida. No caso da personagem da comédia, a mulher vestia-se com pouca feminilidade, tendo recebido como conselho: “Por fora abrassadora, mas pelas atitudes ser percebida como pudica”. No entanto, ao meu juízo aqui reside um erro de posicionamento, pelo fato que na procura o simples fato de parecer abrassadora pode rechaçar aqueles que buscam mulheres com comportamento comedido. No mundo dos negócios acontece a mesma coisa: Um erro de posicionamento pode causar confusão na mente do consumidor e este não identificar o valor que procura em um produto ou serviço. Assim, por analogia, ao gerar confusão na mensagem que deseja fazer perceber, a empresa perde clientes e, no caso de relacionamentos, a mulher pode não alcançar o homem idealizado que deseja para si.

Erros de posicionamento são como mentiras, pois passam uma imagem que não condiz com a proposta real, havendo como consequência a frustação e a decepção. Neste sentido, um documentário que assisti sobre o jogo da sedução (vídeo abaixo), aponta como as mulheres iniciam seu jogo de conquista procurando passar uma imagem de solidariedade e autruísmo, pois é essa uma forma de passar valor. Nada mais natural, já que no inicio de relacionamentos o que se busca mostrar é o melhor de si, seja por meio de aspectos ou atributos físicos e, ou, por demonstrações de intelectualidade, cultura, atitudes, boa situação financeira etc. Cada um usa o que acredita ser melhor em si para oferecer e conquistar.


Atributos físicos podem até ser importantes para promover a aproximação, mas logo se esgotam o que parece sinalizar que a intensa rotatividade na procura de alguém baseado somente na aparência possa não criar valor algum. Assim, a aposta reside justamente em fazer a maior quantidade de experimentações possíveis. Interessante que em um passado não muito distante, o que se apontava era justamente atributos não físicos como importantes tais como: rapaz responsável, de boa família, trabalhador, ou moça prendada, boa filha e assim por diante.

Para não me alongar muito nesta reflexão, os noticiários estão abordando intensamente o assassinato do executivo da Yoki que foi esquartejado por sua esposa, uma ex-garota de programa. Não desejo ser preconceituoso, mas apenas tentar entender o porque das humilhações e ameaças que a esposa dizia passar. Talvez simplesmente pelos aspectos físicos que aquele homem se uniu aquela mulher, mas por falta de outros atributos que não somente de prazer sexual, o tempo desgastou a única coisa que era capaz de gerar valor.

Pode parecer lugar comum, mas quando o homem se apaixona tendo o físico como principal atributo, não valorizando a história de vida da mulher e o que ela representa, a sobrevida do relacionamento não ultrapassa a banalização da entrega dos corpos. A monotonia chega rápido e assim como o desejo vem, ele vai em nova direção, o que justifica o final (às vezes trágicos) dos relacionamentos.

João Lago
Administrador, professor, ativista social e morador do Conjunto Santos Dumont

domingo, 24 de junho de 2012

Entrevista com Rômulo Zurra, que concorrerá as eleições para uma vaga na Câmara Municipal de Manaus

Neste sábado (24/6), fomos recebidos na residência do professor Rômulo Zurra, mestre em administração pública, que nos concedeu esta entrevista a respeito de sua candidatura a vereador, suas ideias e sua trajetória política.

Rômulo Zurra é natural de Tefé-AM, casado, morador do Conjunto Santos Dumont e também do bairro do Alvorada, e coloca sua candidatura como uma proposta de renovação com conteúdo, já que Rômulo se preparou ao longo desses anos e nossa política necessita de pessoas de qualidade, honestas e com propostas de servir a comunidade e o bem comum.

 Assista nossa entrevista clicando na imagem abaixo.
 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Missa dos Jovens e da Família completa um ano de celebrações

Ontem, dia 4/6, a celebração católica de sábado na Comunidade de São Marcos, estabelecida no Conjunto Santos Dumont, completou um ano de vida. Esta celebração surgiu com a proposta de reunir jovens com suas respectivas famílias e hoje estamos felizes, pois sua mensagem evangelizadora está sendo aceita, além de proporcionar um horário alternativo a tradicional missa que ocorre aos domingos às 7h da manhã na Igreja de São Marcos.
Hoje a comunidade católica do Conjunto Santos Dumont tem dois encontros com Jesus: aos sábados às 18h30 e aos domingos às 7h da manhã.

Nesse próximo sábado (9/6), às 18h30min., durante a celebração será recordado um ano desse encontro com Cristo aos sábados.
Reforçamos o convite a todos os interessados em celebrar um ano de celebrações a vir comparecer, ou conhecer, a missa dos Jovens e da Família.

Abaixo, apresentamos uma entrevista concedida por André Luís Dorgam Maués, que é funcionário público, formado em administração pública pela UEA e está finalizando o curso de direito, além de ser morador do Conjunto Santos Dumont e membro voluntário e ex-coordenador da Pastoral da Liturgia, Ministério de Música. Nesta entrevista com André Maués, concedida no início deste ano, contou-nos como aconteceu seu chamado para esse trabalho voluntário e como se deu a idéia da criação dessa missa aos sábados. André Maués é um entusiasta que nos contagia com sua alegria e um dos responsáveis (se não o principal) que levou adiante esse projeto de evangelização de jovens por meio da música. Ao final, acompanhado por Breno Alburquerque, André nos dá uma "palinha".

Confira!



domingo, 3 de junho de 2012

Uma questão de amor



Inegavelmente hoje vivo os assuntos de minha religião com mais intensidade do que tratava no passado recente. No entanto, não somente agora, mas sempre senti necessidade do recolhimento espiritual que encontrava no silêncio de uma igreja, como uma busca de respostas as minhas angústias por meio de um diálogo introspectivo e solitário. Talvez por essa minha característica de viver assim minha espiritualidade sempre preferi celebrações tradicionais, sóbrias e sem tantas manifestações de alegrias e alegorias.

Aproximar-me das coisas da religião não me faz diferente de antes, apenas me fez mais atuante na igreja, com o viés de tirar-em do anomimato, pois fico mais aparente, mais disponível, mais cobrado, menos invisível. Se o ofício de professor já aumentava minha surpeficie de contato com o tecido social, participar ativamente de movimentos sociais, incluindo-se a participação na Igreja, tem o condão de criar muitas simpatias, mas também algumas inimizades.

Em 2006, quando trabalhava em Brasília, conheci um colega de trabalho muito culto, politizado, que possuía algumas afinidades comigo, principalmente em relação a literatura e música. Eu, nas terça-feiras, frequentador assíduo dos concertos de música no teatro Cláudio Santoro, ele um apreciador de Jazz, com frequência marcada em um barzinho em uma das quadras do Sudoeste bem próximo de onde eu morava. Trocávamos experiências musicais, literárias e faziamos algumas reflexões sobre nossa maneira de encarar a política e o trabalho comum. Aos domingos, algumas vezes pedalávamos do Cruzeiro até o aeroporto JK, em um percurso cansativo, perigoso, mas estimulante.

Depois de um certo tempo, talvez com a confiança inerente da frequência da convivência, esse meu colega fez-me a seguinte pergunta: - “João, somos amigos, compartilhamos de gostos comuns, considero você um cara inteligente, culto, mas tem algo que me incomoda em você”. Eu sem compreender muito bem a finalidade dessa observação, mas curioso no que poderia ser, perguntei o que em mim o desagradava tanto, recebendo como resposta: - “Não sei como alguém como você pode se apegar a supertição”. A “supertição”, na concepção deste colega, era minha necessidade de lembrar-me de Deus e o hábito de ir a igreja aos domingos. Interessante, que jamais tive em nossas conversas a imposição de minha fé, sendo que ele sabia de minha crença em Deus por eu pedalar aos domingos somente depois da missa, ou em minhas despedidas nas quais acrescentava ao final: “se Deus quiser”, mas nunca pude supor que isto o incomodava, assim como nunca me senti incomodado com o fato dele declarar-se ateu.

Sinceramente eu poderia ensaiar um longo discurso para tentar justificar o propósito de minha crença em Deus, mas sabia de antemão que nesses casos nenhum discurso seria suficientemente convincente para quem não deseja ser convencido de absolutamente nada, tão pouco eu sentia-me motivado a convencê-lo de qualquer coisa, apesar que eu precisava responder aquela provocação. Então, respondi assim:

  • Olha, eu me sinto suficientemente confortável em acreditar em Deus, em ser cristão e pautar-me nos ensinamentos morais e éticos de uma ideologia cristã. Tenho três filhos e mais confortavelmente me sinto em educá-los nesses princípios e isto poderia ser um motivo mais que suficiente, mesmo que eu fosse agnóstico, de seguir a mensagem de amor e solidariedade de Cristo pela força de seu conteúdo pedagógico. Não preciso criar absolutamente nada, pois tudo já está dito e escrito, mas para aqueles que tem filhos e que não tem a filosofia cristã como pano de fundo educacional, apenas posso dizer: Boa sorte, pois tudo tem que ser recriado.

Esse colega tem filhos e demonstrava ser um bom pai, assim nada mais natural que lançar um outro olhar de reflexão sobre o quanto é importante a presença de Deus em nossa vida. O sentido do amor, para quem é um pai dedicado e quer o bem de seus filhos, não poderia ignorar que a religião (com conteúdo de amor e solidariedade) é necessária por orientar valores morais universais.

Quando o homem se esvazia de Deus, abre necessidade de preencher este vazio com outras coisas, assim escolher o que compor essa nova conduta nem sempre é um caminho fácil e feliz.

João Lago
Administrador, professor e morador do Conj. Santos Dumont

Nada legitima a violência


O século XX, terminado há mais de 11 anos, foi marcado por mortes, perseguições sangrentas, por duas guerras mundiais, por muitos outros conflitos, pelo holocausto dos judeus, pelas bombas atômicas de Nagasahi e Hieroshima. Nunca se matou tanta gente em toda a história humana.

É bom lembrar que esses massacres foram feitos por sistemas que claramente negavam a existência de Deus. Vamos dar nome aos bois: um foi o nazismo e o outro o comunismo. Nesta primeira década do século XXI assistimos novas mantanças, agora organizadas por pessoas ou grupos que se declaram fervosamente religiosos e tementes a Deus. Com fé extrema alguns se amarram com bombas e explodem-se no meio de multidões. O que ficou dito mostra que assassinatos e violência provém tanto do materialismo ateu quanto da fé em Deus. Aos que acreditam resta perguntar em que Deus creem.

Recentemente li um artigo em que se afirmava ser Deus uma hipótese descartável. O autor queria dizer que acreditamos em Deus para explicar fatos cujas causas naturais desconhecemos. Com o progresso da ciência, dizia ele, descobrimos que dentro deste mundo estão as respostas e não há necessidade de as buscarmos no além. De posse das explicações naturais, para que nos serve Deus? A resposta depende de que Deus é nosso Deus. Se Ele é mera explicação para fenômenos naturais e psiquicos, estamos diante de uma explicação descartável que poderá ser jogada fora quando as ciências nos revelarem as causas naturais. Entretanto, se Ele é o Deus vivo e verdadeiro revelado por Jesus Cristo, descobrimos alguém real que responde a nossos anseios mais profundos.

Neste domingo, celebramos a festa da Santíssima Trindade que mostra o rosto de Deus. Incapazes de alcança-lo com nossas forças, Ele se revelou nas Escrituras Sagradas, especialmente em Jesus. São João nos diz em poucas palavras quem é realmente Deus: “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4,8). O ódio separa e divide; o amor une e funde. O amor sem limites funde as três pessoas divinas em um só Deus.

O caminho da felicidade entre nós está em ser semelhante a Ele em nossas relações sociais e familiares.

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus