Powered By Blogger

sábado, 26 de novembro de 2011

Moradores fecham ruas no Conjunto Santos Dumont para defenderem-se da ação de assaltantes

Nessa última quinta-feira (24/11), moradores da Rua Atlas Catanhede reuniram-se para discutir, com representantes da Câmara Municipal de Manaus, o direito dos moradores fecharem suas ruas, haja vista que o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte Urbano - IMTT fez uma intervenção na rua em questão no intuito de retirar as correntes e os cavaletes que bloqueavam o acesso a via pública.





A intervenção foi solicitada por outros moradores que são contrários ao fechamento da rua e que gerou revolta, haja vista que existem outras ruas que estão fechadas, mas somente o IMTT resolveu agir na Rua Atlas Catanhede. Um morador, que não quis se identificar, nos relatou que um residente de outra rua, que também tem sua rua bloqueada, insurgiu-se contra o fechamento da Atlas Catanhede justamente porque teria que alongar mais seu deslocamento dentro do conjunto até chegar a sua casa. Na verdade, este tipo de comportamento somente reflete que o fechamento de ruas muitas vezes é vista pelo indivíduo como uma solução particular, desvinculada do restante da comunidades, ou seja: - "se já resolvi meu problema, por que interessar-me pelo problema do outro?".

Longe de ser surreal, alguém que tem sua rua fechada não achar que os demais também tem o direito de fazer igual, apenas assevera que a noção do direito de ir e vir não deixou de existir naqueles que concordaram em bloquear sua rua, mas que a falta de empatia com o problema do vizinho impede que exista uma visão mais abrangente da questão. Neste sentido, a entrevista que fizemos com Nelson Lopes demonstra que a falta de união é demonstrada quando aqueles que fecharam suas ruas não comparecem quando são convidados a participar das discussões.

Vejam que se todas as ruas do Conjunto Santos Dumont entre a ruas Eyner Encarnação e Waldir Bastos fossem fechadas, um morador no número 199 da rua Cel. Brito, vindo pela passagem de nível da Torquato Tapajós, teria que contornar todo o quarteirão, vindo pela Comandante José Siqueira, para entrar na Alameda Santos Dumont e enfim chegar em sua casa (veja mapa abaixo). Aquele morador da Rua Waldir Bastos do número 199 também teria que andar mais ainda. Longe de ser distante este cenário, hoje já estão fechadas as Ruas Atlas Catanhede e Eyner Encarnação e temos informações de um morador da Rua Cel. Brito, que ela também irá fechar em breve, ficando somente a Rua Waldir Bastos como última passagem. Não deve ficar por muito tempo, considerando que as ruas fechadas ao redor a colocam como alvo mais fácil dos bandidos, pois infelizmente essa é a lógica do mal, assim, não tardará muito para que feche também.



No vídeo que temos logo abaixo, entrevistamos o Senhor Nelson Lopes, morador da Rua Atlas Catanhede, e colocamos várias questões que merecem ser consideradas por aqueles moradores que fecham suas ruas. A mais preocupante é como serão tratados aqueles moradores que não desejam contribuir com a taxa de segurança cobrada. Temos conversado com várias pessoas a este respeito, sendo a alternativa mais sensata, além daquela proposta pelo Sr. Nelson Lopes no vídeo, que o pessoal que faz a segurança, aquele que é o responsável contratado e os seus vigias, não saibam quais moradores pagam, ou os que deixam de pagar, justamente para que não se crie preconceitos e discriminações. Os problemas internos de cada rua devem ser discutidos entre os moradores e não devem ser levados aos terceiros contratados. Vejam que se justamente a casa daqueles que não pagam venha a ser assaltada, ficará a dúvida de quem deu a dica. Existem muitos meandros que desconhecemos a respeito deste serviço de guarda informal que surge quando tudo está muito tenso e violento, como se fosse necessário oferecer intranquilidade para depois vender a segurança. As milícias surgem dentro deste cenário e não queremos fugir dos bandidos e cair nas mãos de coisa muito pior. É necessário ficarmos atentos e não deixarmos jamais de averiguar quem estamos colocando em nossas ruas para vigiar nossas vidas e patrimönios. Melhor sempre será que seja uma empresa legalmente constituída, que se celebre um contrato, que se emita nota fiscal e que tenha registro na Polícia Federal, pois assim podemos ficar um pouco mais tranquilos quanto a quem tem a responsabilidade por qualquer prejuízo ou dolo que possa ocorrer.

Finalmente lembrem-se do que escreveu Shakespeare: - "Há muita coisa entre o céu e a terra do que pensa a nossa vã filosofia", portanto fiquemos muito atentos e informados de tudo de bom, ou ruim que possa acontecer a partir do fechamento dessas ruas.



Na reunião da Rua Atlas Catanhede, ocorrida no dia 24/11, estiveram presentes o Corregedor da Câmara Municipal de Manaus, vereador Wilton Lira (PDT), e o líder do Governo na Câmara Municipal, vereador Leonel Feitosa (PSD), como interlocutores da Prefeitura de Manaus para o problema do fechamento das ruas. Esta reunião foi fechada para os moradores da Rua Atlas Catanhede, mas há proposta que eles retornem para conversar com os demais moradores que fecharam suas ruas, ou que tenha intenção de fazê-lo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário