Nessa última quinta-feira (26.3) a loteria localizada na Alameda Santos Dumont sofreu uma tentativa de assalto. Por volta das 15h30min., quatro bandidos armados chegaram em um gol preto e anunciaram o assalto, mas não tiveram êxito devido aos vidros blindados e porta reforçada que impediram o acesso à área interna do caixas. Sem conseguir ter acesso ao caixa, os bandidos evadiram-se antes da chegada da polícia.
O atendente de uma drogaria próxima ao local, em entrevista concedida a este blog, relatou o clima de medo que invadiu o comércio da região que mantém na medida do possível suas portas constantemente trancadas com medo de assalto.
Infelizmente, poucos dias após o registro de assalto a um outro
estabelecimento comercial no Conjunto Santos Dumont, novamente a
tranquilidade e a paz dos moradores foram solapadas por mais este
acontecimento.
Amipaz - Manaus.
sábado, 28 de março de 2015
quinta-feira, 26 de março de 2015
O sofrer das horas
As horas passam e não atrasam a ansiedade
Tantas dúvidas que se calam, será que é verdade?
É melhor que não seja ouvida, permaneça então muda
Vá para longe, não me apoquentes, me ajuda!
Não será o sofrer das horas que me derrama as lágrimas
São as tuas contundentes e implacáveis palavras áridas
Que ecoam profundamente no deserto de minha alma
Levando-me a paz, a serenidade e toda a minha calma
As horas passam, e tudo mais em minha volta é tolice
Como se o tempo, no mais implacável momento mentisse
Não é o dia de hoje, talvez nem seja o dia de amanhã
Perdida e enclausurada em uma estúpida palavra vã
A memória, algoz do perdão de tudo a ser esquecido
Levará a exaustão esse meu pobre coração sofrido
Tenha pena de mim.
sábado, 21 de março de 2015
Morte em Assalto ao Mercadinho Santos Dumont
No início da noite deste sábado, por volta das 19h, bandidos que chegaram em uma moto assaltaram o Mercadinho Santos Dumont, localizado na via principal do conjunto residencial que inspirou o nome do estabelecimento comercial. Durante o assalto, foram ouvidos pelo menos seis tiros que foram disparados em via pública.
Não é a primeira vez que bandidos assaltam o mercadinho do conjunto, mas é a primeira vez que tem como resultado troca de tiros e um óbito. Neste caso, a morte foi de um dos assaltantes que, segundo testemunhas de um bar localizado na Alameda Santos Dumont, saiu correndo no sentido da Av. Torquato Tapajós, quando em uma troca de tiros com um policial civil, que estava nas proximidades no momento do assalto, levou a pior e tombou no cruzamento da rua Eyner Encarnação e alameda Santos Dumont, bem próximo da sede da Associação dos Moradores, que até o mês de janeiro abrigava um posto da Polícia Militar, espaço esse cedido para o projeto Ronda nos Bairros.
Infelizmente a história recente do Conjunto Santos Dumont é cercada de muita violência, que já resultou na morte de pai e filho em um assalto ocorrido ao Restaurante Rei do Carneiro no final de setembro de 2013 que consternou todos os moradores do Conjunto Santos Dumont.
A reportagem do blog fez imagens do local após o tiroteio e as cenas são fortes. Portanto, se você for uma pessoa sensível aconselhamos que não veja o vídeo.
Não é a primeira vez que bandidos assaltam o mercadinho do conjunto, mas é a primeira vez que tem como resultado troca de tiros e um óbito. Neste caso, a morte foi de um dos assaltantes que, segundo testemunhas de um bar localizado na Alameda Santos Dumont, saiu correndo no sentido da Av. Torquato Tapajós, quando em uma troca de tiros com um policial civil, que estava nas proximidades no momento do assalto, levou a pior e tombou no cruzamento da rua Eyner Encarnação e alameda Santos Dumont, bem próximo da sede da Associação dos Moradores, que até o mês de janeiro abrigava um posto da Polícia Militar, espaço esse cedido para o projeto Ronda nos Bairros.
Infelizmente a história recente do Conjunto Santos Dumont é cercada de muita violência, que já resultou na morte de pai e filho em um assalto ocorrido ao Restaurante Rei do Carneiro no final de setembro de 2013 que consternou todos os moradores do Conjunto Santos Dumont.
A reportagem do blog fez imagens do local após o tiroteio e as cenas são fortes. Portanto, se você for uma pessoa sensível aconselhamos que não veja o vídeo.
terça-feira, 17 de março de 2015
O BRASIL FOI ÀS RUAS CONTRA O CINISMO.
Conta-se, mas não se sabe se é
verdade, que a imperatriz Maria Antonieta da França ao ser informada que o povo
não tinha pão para comer aconselhou que comessem brioches. No final do Século
XVIII a França era ass
olada pela mais grave crise política e econômica, na qual
era grande o contingente daqueles que passavam fome e enorme a aristocracia que
vivia dos privilégios de estarem próximos ao poder.
No último domingo (15.3), 1,8
milhão de brasileiros foram às ruas para protestar contra a corrupção e pedir a
saída de Dilma Rousseff. Ainda que famélicos não caminhem em bandos pelas ruas
das grandes metrópoles, em janeiro passado foi noticiado, pela Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), uma reviravolta nos indicadores
de combate à pobreza no Brasil, nos quais 1 milhão tornaram-se miseráveis em
apenas um ano. Os programas de combate à miséria, tão festejados na propaganda
eleitoral de Dilma Rousseff, começavam a patinar e a retroceder. Não somente
isto, nos lares mais modestos, a dona-de-casa sente a carestia de vida na ida ao
supermercado, na conta de luz, nos serviços de transporte público e faz a
necessária associação com os escândalos de corrupção na Petrobras, afinal
durante os governos Lula e Dilma, foi apregoado um período de grande
prosperidade, pois toda a propaganda de marketing do governo estava associada à
descoberta de grandes jazidas de petróleo, que colocaria o Brasil como grande
exportador dessa fonte de energia para o resto do mundo. Tudo parecia ir
relativamente bem, pois o preço das commodities
no mundo favorecia as exportações brasileiras e o governo resolveu que poderia
gastar “por conta” sem se preocupar com o dia de amanhã. Anunciou um grande
plano de investimentos (Programa de Aceleração do Crescimento - PAC), promoveu
uma Copa do Mundo e realizará a Olimpíada ano que vem, transformando o Brasil
em um enorme playground para as
grandes empreiteiras. Aqui justamente se encontra o grande xis da questão: até
que ponto as obras agendadas pelo PAC estavam em sintonia verdadeiramente com o
crescimento do país? Quantas obras necessárias de infraestrutura foram deixadas
para trás, ou tiveram sua entrega comprometida pelo aumento dos custos de
execução? A lista pode parecer interminável, mas podemos citar algumas: a)
transposição do Rio São Francisco; b) o projeto de esgotamento sanitário da
bacia do Cocó, em Fortaleza; c) a ferrovia de integração Oeste-Leste, na Bahia;
d) as linhas de transmissão que liga a hidrelétrica do Rio Madeira ao sistema
interligado nacional. Qualquer pedreiro, com bom conhecimento prático, sabe que
quanto mais se atrasa uma obra, maior o seu custo. Segundo dados da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), em maio do ano passado, somente o
atraso na transposição do Velho Chico resultava em um prejuízo de R$ 16,7
bilhões.
A operação Lava Jato confirmou a
suspeita antiga que as empreiteiras no Brasil formam cartel com a conivência de
políticos para inflar preços e financiar campanhas partidárias milionárias.
Logicamente não gastam tudo, e as sobras servem para enriquecer os responsáveis
diretos pelo esquema, assim como alavancam os lucros dos donos das
empreiteiras. Somente para que se tenha um parâmetro, da lista da revista Forbes,
com os cinquenta bilionários brasileiros, figuram representantes da Obedretch (2)
e Camargo Correia (3) que juntos possuem fortuna de R$ 24 bilhões. Portanto,
parece um escárnio e uma obra de cinismo o argumento de Dilma em janeiro que as
grandes empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato devam ser preservadas.
Como assim? Os acionistas majoritários não lucraram durante anos com o esquema?
Por que não deveriam responder com o seu patrimônio pessoal, afinal não são
bilionários? Dilma acredita que isso possa afetar a economia brasileira na
eventual quebra de algumas empreiteiras. Ora, então que quebrem e que se dê
lugar às empresas que sejam idôneas.
O cinismo do governo do PT é que
alimenta o povo para ir às ruas protestar. Assim, ao invés de admitir que o
povo está cansado de desculpas e mentiras, o governo petista segue acoitando a
impunidade e insiste em dizer que os insatisfeitos são membros de uma elite
branca e que toda a grande imprensa é golpista. Em sua mensagem pela passagem
do dia internacional da mulher, Dilma aproveitou para falar da situação
econômica do país, pedindo “paciência e compreensão” porque a situação seria passageira.
Concomitantemente, em várias cidades do país a população bateu panelas e
distribuiu sonoras vaias que ecoaram das sacadas de aglomerados residenciais. O
PT ironizou e disse que “madames bateram panelas do alto de suas varandas gourmet”, ao invés de perceber que este
sentimento de intolerância com o PT é justamente fomentado por esse jogo de
dizer que o Brasil vive uma luta entre classes e que eles são os mocinhos. O
governo Dilma, em sua esquizofrenia ideológica, parece viver em um país muito
diferente daqueles que, ao ritmo de apupos descompassados, sibilaram o metal. A
facção do PT que governa o país insiste em não aceitar a verdade, ou a enxerga
sob uma ótica particular que irrita o cidadão minimamente esclarecido. A
diferença entre aquilo que Dilma diz e o que é a realidade dos fatos é tão
gritante que a negação da verdade serve como combustível para os mais variados
tipos de manifestações contrárias ao governo, inclusive as manifestações ocorridas
em várias cidades no dia 15 de março.
A crise econômica que assola o
Brasil é fruto de má gestão e não tem relação com uma “grande crise
internacional” em curso. Muito pelo contrário, a crise iniciada em 2008 está
contornada, pois há a expectativa que a Europa retome seu crescimento e que os
EUA mantenha crescimento acima de 3% em 2015. Após tomar medidas econômicas que
evitaram a recessão em 2014, os países da Zona do Euro apontam um crescimento
1,1% em 2015, enquanto que os EUA já demonstraram recuperação (crescimento nos
segundo e terceiro trimestres de 2014 de 4,6% e 3,5%, respectivamente). A
diferença de perspectiva de crescimento econômico entre EUA, Europa e Brasil
reside que os dois primeiros se favorecem pela queda do preço das commodities no mundo (petróleo,
minérios, grãos, carnes etc.) enquanto que o Brasil se prejudica com isto, por
ser grande exportador dessas commodities.
Assim, todas as medidas que estão sendo tomadas pelo ministro da economia Levy,
embora bastante impopulares, são necessárias para o equilíbrio das contas
públicas. O problema é que justamente quem afirmou que não as tomaria, está
agindo ao contrário do que havia dito. Qualquer novo governo que assumisse a
partir de 2015, se tomasse medidas tão impopulares, teria mais condescendência
da população, pois haveria a expectativa do “choque”. Um exemplo: quando Collor
confiscou a poupança no início de seu governo, apesar de bastante impopular, o
brasileiro mesmo revoltado não saiu às ruas. A maturação dos problemas
econômicos e as evidências de corrupção em dois anos fez com que a população fosse
às ruas e pedisse a saída de Collor, o defenestrando da presidência. Dilma não
poderia se valer da paciência e complacência do brasileiro, pois, repito, criou
um discurso de campanha que era contrário ao “pacotaço” que entregou tão logo
garantiu vitória nas urnas. Portanto, são justas as vozes que a acusam de ter
mentido para seus eleitores e tentar reafirmá-las, como se ainda estivesse em
campanha, soa como cinismo.
Verdadeiro ou não, o cinismo de Maria
Antonieta a fez perder literalmente a cabeça na revolução francesa. Assim, com
a recessão batendo à porta do brasileiro, o que Dilma poderia dizer a um pai de
família profissionalmente qualificado que tenha perdido o seu emprego? Diria:
“Se não tem emprego, que faça um PRONATEC”. Na campanha assim foi, um discurso
alheio às demandas do cidadão que não está sob a égide das mesadas do governo. Os
que foram as ruas, muito além da reivindicação justa contra a corrupção e
impunidade dos corruptos e corruptores, desejam um Brasil para todos os
brasileiros, sejam eles “coxinhas”, “empadinhas” ou quaisquer outros adjetivos
que os partidários de Dilma insistem usar para desqualificar aqueles que clamam
mudanças nas ruas. O povo já não aguenta mais tanto cinismo.
João Lago.
Administrador, professor e morador do Conjunto Santos Dumont
segunda-feira, 9 de março de 2015
Porque não gosto de livros de autoajuda.
Há sete anos escrevi sobre o tema, mas não o tinha publicado no Blog, mesmo porque naquela época ele não existia.
Manaus, 18 de fevereiro de 2008.
Aqueles que me conhecem há um pouco
mais de tempo sabem que a literatura de autoajuda tem o mesmo efeito para mim
que jornal como cobertura em uma forte chuva. Incluo neste rol os livros de
pretensão heurística, assim como os de fundo esotérico, ou aqueles romanceados
por místicos, gurus e, principalmente, magos, ou ex-magos de toda a sorte. Embora
cético em relação aos efeitos da autoajuda sobre mim, reconheço a importância
dessa literatura na vida de milhares de pessoas que buscam auxílio em seus
problemas: espiritual, social e profissional.
Não se trata de puro preconceito,
mesmo porque já admiti a utilidade da literatura de autoajuda, porém acredito
ser necessário interpor um pensamento crítico ao consumo sem limites de uma
infinidade de títulos, alguns de um mesmo autor, que ensina como ser feliz no
casamento, na educação dos filhos e até como ter sucesso profissional.
O motivo que me levou a escrever
sobre este tema tão contraditório, que provavelmente causará revolta em alguns
(aceito sinceramente suas críticas) foi o início da leitura do livro: A arte de
escrever, do filósofo Schopenhauer, que traz, dentre outras, uma reflexão sobre
o empobrecimento da produção literária ocorrida na primeira metade do século
XIX pelos novos autores, decorrente do abandono da leitura da literatura
clássica a partir dos originais em grego e latim. Assim, critica o consumo
somente dessa literatura nova, produzida por eruditos que ao seu turno não
conseguem amealhar toda a riqueza do conhecimento produzido, tanto que
Schopenhauer os descreve como reticentes a deixar que os seus conhecimentos
sejam examinados, do mesmo modo que comerciantes em relação aos seus registros
de vendas.
O que podemos extrair da literatura
universal, cheia de personagens e dramas os mais variados possíveis que captam
a atenção do leitor por encontrar-se a si mesmo naquelas linhas, ou, ainda,
encontrar rastros de pessoas de seu convívio social em personagens com neuroses
e psicoses tão semelhantes, servem como laboratório que para mim foram como o divã
do analista. É como ter a impressão de um dia se sentir na pele de Charles
Bovary em um primeiro dia de aula, cuja conclusão que tiro é que não existe
crueldade maior que de uma criança para com outra e é nosso dever zelar pelos
nossos filhos. Quantas Capitus já encontrei, com suas dissimulações e
comportamentos contraditórios que me ensinaram a respeitar, temer e evitar
essas mulheres. Quanta crueldade e falsidade nos atos de Iago, que tudo faz
para conseguir seus objetivos, tal como aquele, ou aquela colega de trabalho
que age nos bastidores para derrubar-te.
Enfim, poderia enumerar outros
tantos personagens de Flaubert, Machado de Assis, Shakespeare, bem como outros
tão importantes produzidos por Camus, no sentido da passividade absoluta de Meursault
em O Estrangeiro,
e o fatalismo coletivo existencialista em A Peste. Como é
importante conhecer o realismo fantástico de Garcia Marques em Cem Anos de Solidão, ao
mesmo tempo em que trata da violência real em Notícias de Um Seqüestro. E são
tantos importantes para mim que devem ser lidos: José de Alencar, Drummond,
Prevért, Luiz Borges, Fernando Pessoa, Sartre, Maquiavel, Platão, Kant, Homero.
Não vou enumerá-los todos para não ser enfadonho, mesmo porque desejo concluir o
porquê que não me sirvo da literatura de autoajuda.
Fica claro que se me posso
acompanhar de grandes autores em sua plenitude, porque haveria eu de
contentar-me com fragmentos mal cortados deles todos? É como um dejá-vu. Por que
ao invés de fartar-me da culinária brasileira (incluindo a amazonense) e
internacional, haveria de contentar-me em um McDonald, Bob´s ou
Habyb´s? A resposta é fácil: Autoajuda é o fast-food da literatura, no qual o
leitor encontra tudo mastigado, onde pouco há reflexão e não se tem o prazer da
descoberta, ou seja, a autoajuda é uma leitura preguiçosa. Quantos àqueles que
a escrevem, são pessoas inteligentes e muitos deles bons oradores, mas que não
chegam aos pés dos eruditos do tempo de Schopenhauer.
Entretanto, não só a leitura
sistemática é capaz de libertar o indivíduo, pois é preciso sempre exercitar a
capacidade de refletir e inventar, ou reinventar sobre determinado assunto,
assim como estou fazendo neste momento em que escrevo. Não basta somente o
acúmulo de pensamentos alheios, por mais cheios de erudição que os sejam, é
necessário que sejam renovados, interpretados pela ótica particular, como
relacionar minha aversão pela literatura autoajuda ao pensamento
revolucionário de Schopenhauer.
João Lago
Professor, administrador e morador do Conjunto Santos Dumont.
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