No dia 19 de setembro, por volta das 21h, a residência de Maria Laranhaga, localizada na Rua Comandante Paulo Varela, foi invadida por três marginais, sendo dois deles armados, rendendo a moradora, suas duas filhas (16 e 23 anos) e o irmão (43 anos), que estava de visita e hospedado na casa das vítimas. Os facínoras aproveitaram que a casa está passando por reformas e sem o portão, permitindo a ação dos bandidos.
Os marginais, todos aparentando idade entre 19 a 23 anos, levaram vários eletrodomésticos e eletroeletrônicos da residência, fugindo em seguida no automóvel de Maria, isto após confinarem a família em um dos quartos da casa.
Maria relatou que há vigias contratados na rua, mas que eles não ofereceram qualquer ajuda para impedir o assalto, alegando que a família não paga pelo seus serviços, portanto estavam isentos de socorrê-las. O que vemos é justamente o aumento de uma indústria da segurança, fato que temos alertado e que nos leva a refletir se isto na verdade não se tornará em curto prazo mais um fator de insegurança, haja vista que muitos desses seguranças são informais, portanto pouco sabemos de seus antecedentes e que muitos se aproveitem dessas situações para vender seus serviços. Pergunto: Se um morador não quiser pagar pelo serviço, poderá ter sua residência como alvo potencial da bandidagem? Fazendo uma analogia, será que o nosso sossego será invadido também por esses "agentes particulares" da mesma forma que os flanelinhas das ruas da cidade, que se você não paga para "vigiar" tem o seu veículo arranhado e depredado? Será que a segurança, que é um dever do Estado e um direito de todos nós, também será entregue ao comércio informal que invade as nossas ruas?
Não temos todas as respostas a essas perguntas, mas sabemos que a segurança comunitária não se faz somente por meio de uma ação individual de proteção. Não basta aumentar os muros, colocar arame farpado, cerca elétrica, câmeras etc., pois a partir do momento que os marginais vencem essas barreiras nada impedirá que a violência seja consumada.
Conhecer o seu vizinho, ter boa relação com os mesmos e estabelecer meios de contato direto, como troca de celular e de informações de movimentações suspeitas na rua, são mais eficientes que um monte de parafernálias eletrônicas.
Temos propostas de monitoramento eletrônico compartilhado entre moradores pela internet, bem como a instalação de um botão de pânico em residências e isto pode ser um inibidor mais efetivo, porque funciona 24 horas do dia. Além disto, devemos nos reunir para exigir melhoria do policiamento no Conjunto Santos Dumont, até mesmo com uma viatura estacionada nas vias de acesso principal do conjunto. No entanto, sabemos que isto esbarra no próprio investimento do Estado no policiamento, que hoje sabemos é insuficiente para atender toda a cidade de Manaus.
Este programa Ronda nos Bairros, prometido pelo governo do Estado, não irá nos atender de imediato e não temos confiança que realmente será implantado em curto prazo em nossas ruas. Tudo está muito no mundo das idéias, na ficção das promessas de governo, enquanto que na crua realidade de nossas ruas existe a tristeza e o desespero de famílias agredidas e humilhadas. Hoje temos mais de um assalto por semana nas ruas do Conjunto Santos Dumont e isto é mais do que suficiente para que o governo, pelo menos, buscasse implantar mais câmeras do CIOPS nas principais vias de acesso e saída do Conjunto Santos Dumont. É isto que temos que exigir de imediato!
Abaixo assista a entrevista que fizemos com esta família assaltada na Rua Comandante Paulo Varela.
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