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domingo, 10 de abril de 2011

No que o monotrilho preocupa os moradores do Conjunto Santos Dumont



Fui gentilmente convidado pelo Deputado Estadual Marcelo Ramos para participar da audiência Pública referente a Mobilidade Urbana de Manaus (BRT e Monotrilho), que acontecerá na próxima segunda-feira (11/4) às 10h, no auditório Beth Azize localizado no Assembleia Legislativa do Amazonas.

Para os moradores do conjunto Santos Dumont, cujo projeto tem como traçado passar ao largo da Torquato Tapajós, com a previsão da construção de uma estação que poderá ocupar parte da entrada principal do conjunto, deve no mínimo despertar em nós curiosidade, ou preocupação.

Pessoalmente não gosto do projeto do Monotrilho por três motivos. Primeiramente por uma questão estética, seguindo o mesmo princípio que não me agrado pelos fios de alta tensão e postes que poluem o espaço aéreo urbano. Quando lembro de cidades como Brasília, Bogotá (centro), Rio de Janeiro (zona sul e centro), São Paulo (Avenida Paulista) e tantas outras que não possuem fios de alta tensão espalhados, vejo o quanto se ganha em beleza urbanística. Faça um esforço de abstração e olhe para as ruas de Manaus sem os postes e os fios e chegue você mesmo a uma conclusão. Para mim um trem aéreo é mais horripilante que todos os postes e fios de Manaus juntos.

O segundo motivo de eu não gostar do monotrilho é o valor do investimento (mais de R$ 1 bilhão) e a falta de informação que temos a respeito do projeto. Digo isto porque antes de escrever-te pesquisei o oráculo Google e em vários portais do governo na internet e não encontrei nada. Tanto que até atrevi-me e enviei no dia 1 de Abril, mensagem para Agecom (Agência de Comunicação do Governo do Estado), pedindo informações onde poderia obter cópia do projeto. Ainda aguardo resposta, mas provavelmente não devo estar nas prioridades, afinal sou apenas mais um cidadão. O valor do projeto, por tudo que se lê na imprensa, demonstra ser algo que não se paga e que, portanto, não desperta interesse em empresas para manter o sistema sem subsídios do governo, ou seja, de alguma maneira para que não fique sucateado (como ficou o natimorto Expresso), a população Amazonense, por meio dos impostos, pagará por isto por várias gerações. Somente vejo grande interesse naqueles que querem construir e fornecer os vagões por uma questão óbvia: - São eles que primeiramente (ou unicamente) serão privilegiados pelo monotrilho.

O terceiro motivo é que não há muitos casos de sucesso do monotrilho no mundo, não no tamanho e porte que se deseja para Manaus, principalmente o apresentando como a solução dos problemas de transporte urbano nesta cidade. Monotrilho não será uma panacéia, pois no mínimo este tipo de transporte seria mais uma opção de locomoção urbana, como seria a Catraia que um certo candidato lançou como opção de transporte. Francamente, acho a catraia muito mais “pé-no-chão” como solução alternativa que o monotrilho. Quanto aos fracassos, Márcio Souza escreveu um texto (clique na figura logo abaixo), que ilustra o que é o monotrilho no mundo, portanto não vou gastar tempo escrevendo o que já foi escrito. A esse texto de Márcio Souza, acrescentei fotos, que não vinham na mensagem original, sendo esta a minha contribuição.



Como morador do Cj. Santos Dumont e proprietário de um imóvel aqui, não desejo ver este pedacinho raro de organização urbana em Manaus (com ruas largas, com praça e área verde) depreciado por um projeto que tem 99,99% de ser fracassado. Não que eu seja pessimista, mas porque não se tem a clara informação que convença que possa ser bom. No entanto, quanto ao BRT, temos vários casos de sucesso (Curitiba, Bogotá, Cidade do Cabo) que podem ser seguidos. Agora, se o Expresso não deu certo em Manaus, é porque não se queria que desse certo, assim como não irá para frente qualquer projeto de solução urbana que envolva os atuais empresários do transporte urbano em Manaus, cuja maior proeza empreendedora é abrir e fechar empresas, para que se desviem da lei das licitações e se perpetuem com este serviço de péssima qualidade e que agora faz vítimas fatais em Manaus.

João Lago
Admnistrador, professor e morador do Cj. Santos Dumont

Em reportagem publicada no jornal A Crítica neste domingo (10/4), que esteve no sudoeste asiático, apenas constatou o que já sabíamos, ou seja:

- Que o monotrilho por lá é restrito a uma área específica;
- Que lá não existe planos de expansão do sistema para outras áreas;
- Que para existir tem que receber subsídio do governo para ter uma tarifa baixa;
- Que o monotrilho é apenas um subsistema integrado ao conjunto do transporte público, portanto não é uma solução de transporte de massa.

Leia a reportagem completa clicando na imagem abaixo.


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