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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Reportagem Jornal A Critica em 18 de agosto de 2010


Por: MONICA PRESTES - ESPECIAL PARA A CRÍTICA

A Rua é pública, mas acesso limitado por moradores: Caixotes dispostos na via têm restringido vaivem dos próprios residentes, que precisam se identificar.

Há pelo menos dois meses, parte dos moradores da rua Atias Catanhede, no conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, Zona Oeste,precisa se identificar a vigias armados com bastões de choque para chegar em casa e não pode mais receber visitas depois das 18h.

É que um grupo de moradores, mesmo sem o consentimento de todos que vivem naquele trecho, decidiu fechar a via com caixotes de madeira, cones e até mesmo uma corrente de ferro, para impedir o acesso de veículos de pessoas que não moram no local.

Por conta da atitude tida como arbitrária por outros moradores, pessoas que vivem na outra metade da Atlas Catanhede ou em outras ruas do conjunto dizem que estão sendo prejudicadas pelo fechamento da rua, que após às 18h não permite a entrada de "estranhos”.

Outro problema que vem provocando muita discussão entre os vizinhos, segundo uma das moradoras da rua que não concorda com sua interdição, é o fato de a construção de um muro no fim da rua Atlas Catanhede - onde foi colocada uma corrente de ferro - estar sendo cogitada por alguns moradores, o que transformaria a via em uma rua sem saída.

“Está passando dos limites, ninguém pode fechar uma rua pública de forma arbitrária. Durante odia, só podemos passar por um dos lados da rua, mas não dá mais para dar a
volta na quadra. E depois das 18h, só morador daquelas casas entra”, reclamou Fátima (nome ficticio), que mora em um outro trecho da via.

Fátima, que tem parentes morando em uma casa que fica dentro do “perímetro do bloqueio”, agora só pode visitar a família antes das 18h. “Depois das 18h já não nos deixam passar, a não ser que eu vá a pé,o que é um absurdo. Moro aqui há mais de 20 anos.”

Segundo outro morador do conjunto Santos Dumont, o bloqueio da rua Atlas Catanhede começou há dois meses e era ainda mais rigoroso. “Eles contrataram os vigias e colocaram barreiras que ficavam nas esquinas o dia inteiro, não só à noite, restringindo a entrada de todos", contou José dos Santos Oliveira, 40.

De acordo com José, a extrema da rua, que faz esquina com a principal do conjunto, só começou a ser liberada para o tráfego durante o dia nas últimas três semanas,
depois de alguns protestos e reclamações de outros moradores. “As pessoas começaram a tirar os cones e cavaletes, então eles decidiram abrir um dos lados até as 18h.
Mas a rua continua sem saída."

IMTT e Implurb não forem consultados

Além de impedir 0 trânsito de veiculos sem a devida autorização do órgão municipal competente, o grupo de moradores da rua Atlas Catanhede que vem fechando os acessos à
via também promoveu uma ocupação irregular do espaço público, segundo denunciaram outros moradores, que são contra as barreiras de segurança.

Isso porque eles construíram uma guarita de alvenaria na esquina da rua, sobre a própria calçada, sem a autorização do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).

De acordo com o Implurb,uma rua pública só pode ser fechada pelos moradores com a autorização do lnstituto Municipal de Trânsito e de Transportes (IMTT) ou do próprio Implurb, que só é concedida após um estudo.

Instituto dá orientação

A assessoria do IMTT foi procurada para esclarecer quais devem ser os procedimentos com relação ao fechamento da rua e informou que o caso está sendo analisado por fiscais do instituto. O IMTT informou também que o Implurb pode ser acionado novamente caso seja configurado que está havendo um uso irregular do espaço público, como a construção daguarita sobre a calçada. Os moradores que são contra a obstrução da via também podem recorrer ao lMTT.

O Implurb informou que as denúncias de ruas fechadas irregularmente por moradores têm
sido frequentes no órgão,nas últimas semanas. Só na última semana, duas ruas foram desobstruídas pelo Implurb. Segundo o instituto, as denúncias podem ser encaminhadas ao próprio Implurb, que aciona o IMTT para saber se aquela via tem autorização para ser fechada e, caso não tenha, para que os fiscais do IMTT façam uma inspeção no local. Após a vistoria, o IMTT pode liberar a via ou solicitar a desobstrução do próprio Implurb.

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