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domingo, 29 de agosto de 2010

Jornal A Crítica de Manaus, Caderno Cidades, 29 agosto 2010


Motivo de Preocupação (Jornal A Crítica de Manaus, Caderno Cidades, 29 agosto 2010)

Mesmo sendo ilegal o fechamento de ruas, este tem sido o meio usado por moradores para se proteger de assaltos frequentes

Por: MONICA PRESTES - ESPECIAL PARA A CRÍTICA

A falta de segurança e o descrédito nas ações policiais está levando moradores de diferentes bairros da
cidade a tomar atitudes mais drásticas para reduzir o risco de assaltos, como contratar segurança privada coletiva e até bloquear ruas com cones, cavaletes `e correntes, esta última uma medida que fere a Lei Orgânica Municipal (Lomam).

De acordo com o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), nenhuma via pública pode ser fechada por moradores, nem mesmo parcialmente, sem autorização prévia do Implurb ou do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT).

Mas para os moradores de ruas que são alvos frequentes de bandidos, como áAtlas Catanhede, no conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, Zona Centro-Oeste, desafiar a legislação municipal passou a ser a única forma de defesa e de reduzir o índice de assaltos, que é de um por mês nos últimos anos.

Foi o que contou um aposentado, morador da rua, que já teve a casa assaltada e que apoia o bloqueio da via. Após às 18h, ela tem acesso restrito e é transformada em uma rua sem saída. “Antes desse ‘sistema’ éramos reféns da marginalidade e não passávamos um mês sem um assalto à mão armada. Agora, os assaltos no conjunto continuam, mas em outras ruas relatou.

O aposentado diz que desde que o novo sistema de segurança com direito a corrente, cones, guarita e vrgras desarmados - foi implantado na rua, há três meses,nenhum assalto foi registrado na Atlas Catanhede. “Se o poder público diz que não pode fazer nada por nós, temos que agir para viver em segurança. Restringir o acesso durante a noite é a forma mais certa de evitar os crimes e não somos os únicos a fazer isso na cidade”, declarou. Morador da Atlas Catanhede há 29 anos, o comerciante Richard
Andrade da Silva, 38, reclamou da ação dos fiscais do IMTT, que retiraram os cones usados para bloqueara entrada da rua, após uma reclamação de outros moradores. “Em outros bairros isso acontece e as ruas não foram desobstruídas. Há bloqueios que de tão antigos já se tomaram permanentes e transformaram ruas públicas em condomínios", relatou. Um dos exemplos citados por Richard é o condominio Beverly Hills, na Zona Centro-Sul da cidade, onde uma cancela limita o acesso aos moradores locais. “E há outras ruas onde o mesmo acontece e que são totalmente fechadas. Aqui não impedimos a entrada de ninguém", alegou.

Recentemente, o Implurb demoliu uma guarita e derrubou um portão no condomínio Parque das Nações, na avenida Achoari, no bairro Tarumã, Zona Oeste. A assessoria de Comunicação da PM afirma manter no conjunto Santos Dumont e em toda a área do bairro da Paz, o patrulhamento ostensivo normal e diz que não há como manter policiais fixos em determinadas ruas do lugar, em detrimento de outras.

Busca rápida - Procedimentos do Implurb

O lmplurb informou que recebe muitos pedidos para fechamento de vias e, também, solicitações de desbloqueio delas, feitas por outros moradores. Por causa disso e para não comprometer o trânsito, solicitações de bloqueio das vias são analisadas pelo lmplurb e pelo IMTT. Uma consulta aos moradores é considerada pelo lmplurb que só autoriza o fechamento quando todos sem exceção, concordam.

Moradores questionam a falta da PM

A duas quadras da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), os moradores da rua Atlas Catanhede, no conjunto Santos Dumont, não se sentem seguros. E a omissão da PM, que raramente passa pelo local, levou os moradores a bloquear a rua depois das 18h. O comerciante Richard Andrade da Silva, 38, diz que a decisão de fechar a rua foi tomada depois que os moradores procuraram a SSP e a própria PM, pedindo mais segurança. “A SSP nos disse que não era sua competência e a PM afirmou que não tinha efetivo suficiente. Alguém tinha que fazer alguma coisa", disse.

A assessoria de Comunicação da PM negou que seu efetivo na Zona Centro Oeste não seja suficiente para atender o bairro da Paz,onde fica o conjuntoSantos Dumont. O policiamento só é reforçado quando os índices de criminalidade em determinada área aumentam muito, o que ainda não é o caso do conjunto.

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