Segundo a antropóloga Andreia Regina Moura Mendes, em sua dissertação de mestrado sobre o rito
laico de malhação de Judas, ou queimar Judas, traduz-se em "um ritual católico que se inscreve nas celebrações
da Semana Santa, período que marca simbolicamente a imolação,
sacrifício e ressurreição de Jesus de Nazaré para a crença cristã". O início do registro histórico da queimação de Judas acontece no final do Século XVIII
Judas Iscariotes era um dos doze apóstolos de Cristo, que segundo o Evangelho de São João (13, 21-30) traiu Jesus. A partir dessa narrativa bíblica, a tradição diz que no sábado de aleluia, que antecede o Domingo de Páscoa, o Judas (boneco) deve apanhar e ser queimado.
Ao longo dos anos, a figura de Judas Iscariotes, como traidor por dinheiro, foi sendo incorporada à personagens temporais de uma sociedade, que encarna no Judas bíblico figuras da política, ou outros indivíduos que possam representar o mal que precisa ser eliminado.
Neste sábado de aleluia, na rua principal do Conjunto Santos Dumont, amanheceu um Judas barbudo como os seguintes dizeres: "Chefe da quadrilha - traidor do Brasil".
Não existe uma hora determinada para se cumprir a tradição de malhar esse Judas barbudo, mas o mesmo espera solitário gente disposta a dar um destino final a sua sina de boneco traidor.
Amipaz
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