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quarta-feira, 27 de março de 2013

Monotrilho: Visita a Seinfra em busca de esclarecimentos sobre o projeto

Nesta quarta-feira (27/3), estivemos na Secretaria de Estado de Infraestrutura - Seinfra, localizada na Alameda Cosme Ferreira, 7600 , Coroado III, buscando esclarecimentos e informações a respeito do projeto do monotrilho, mais especificamente em relação ao projeto da estação que está projetada para ser construída defronte ao Conjunto Santos Dumont.
Durante nossa visita fomos recebidos pela Secretária Executiva Adjunta de Engenharia, Arquiteta Sandra Suely Fontes Rodrigues, que é a responsável na Seinfra pelo projeto do monotrilho, além dos engenheiros Francis Albert Gama e Paulo Ovídio, esse último como engenheiro civil fiscal do monotrilho.

Em nossa conversa, expusemos nossa preocupação quantos os seguintes aspectos:

1) Quem seria responsável (Prefeitura ou Governo do Estado) pela elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV,  previsto pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10257/01), que busca evitar danos à qualidade de vida da população, à ordenação urbanística do solo e ao meio ambiente?

2) Qual o desenho final do projeto do monotrilho, no que se refere a desapropriação de residências para a construção da estação prevista para o Conjunto Santos Dumont?

3) O projeto do monotrilho e sua sustentabilidade tarifária/econômica, a quem caberia esclarecer se a tarifa receberia subsídio para que fosse oferecida a preço popular?

Quanto ao primeiro item, levamos nossa preocupação quanto ao aumento de fluxo de pessoas e veículos (ônibus, táxis e mototáxis) nas ruas de nosso conjunto, já que a estação seria alimentada por passageiros desembarcados desses modais. Esse grande fluxo de pessoas vindo das adjacências como Bairro da Paz, Redenção, Hileia, Flores etc., provavelmente fomentará o comércio informal, o mesmo que vemos nas estações do Expresso, já que esse tipo de atividade é endêmico em nossas vias urbanas e parece não possuir qualquer tipo de regulamentação. Não podemos esquecer ainda que o aumento do fluxo de pessoas também pode ter como consequência o acirramento da violência (roubos, furtos etc.). 

O segundo item, além de esclarecer quais serão as residências afetadas pela desapropriação, na verdade complementa o primeiro no sentido de sabermos como ficarão os nossos acessos a entrada e saída de nosso conjunto, haja vista que atualmente já não é fácil sair do Santos Dumont em horários de pico. Vale a pena ressaltar que os moradores das três primeiras ruas de nosso conjunto serão aqueles que mais serão afetados, negativamente ou positivamente.

O terceiro item trata da própria continuidade do projeto, já que a dependência econômica de uma tarifa subsidiada, no caso de contenção de despesas/custos, pode ocasionar cortes no repasse de recursos aumentando a probabilidade de desinvestimento e sucateamento do monotrilho, aos moldes do que ocorreu com o Expresso (BRT na gestão de Alfredo Nascimento). Neste aspecto preocupa-nos a repetição do fato, levando em consideração que o atual governador Omar Aziz era o secretário de obras de Alfredo Nascimento na ocasião do Expresso. Uma estação sucateada, além de todos os problemas relatados aqui, impactam diretamente na desvalorização de nossos imóveis. Obviamente temos plena convicção que o governador Omar Aziz não gostará de incluir mais este fracasso em sua biografia e estamos dispostos a colaborar apontando as eventuais falhas deste projeto.

Absolutamente nossa intensão não é travar qualquer embate político/ideológico, mas assegurar o nosso direito que todos os Estudos de Impacto de Vizinhança sejam realizados e que sejam apresentados para nós moradores, que somos os principais interessados que o projeto seja um sucesso. No entanto, para que se tenha alta probabilidade de sucesso, também é necessário que se esclareça se o monotrilho é capaz de gerar receitas suficientes para a sua manutenção sem depender de subsídios do governo.


Face a todas essas nossas inquietações, por último, sugerimos que fosse possível não construir a estação do monotrilho em frente ao Conjunto Santos Dumont, mas um pouco antes, como o indicado na imagem acima. A desapropriação seria menor, ao mesmo tempo que há espaço para que se construa acessos para os demais modais de integração com o monotrilho. Ao que parece, a escolha de localizar a estação do monotrilho defronte ao Conjunto Santos Dumont é mais condicionada a infraestrutura já construída no local, com a proximidade da passagem de nível. No entanto, uma obra com a envergadura do monotrilho, a adequação da estação com a criação de mais alças de retorno só proporcionará ganhos para atenuar o intenso tráfego que se projeta com o crescimento do fluxo na Torquato Tapajós para os próximos anos. Sabemos que a cidade cresce com novos conjuntos habitacionais que necessariamente tem como uma via principal de acesso a Torquato Tapajós.

A conversa com os engenheiros da Seinfra fluiu com a mais intensa cordialidade, que ouviram todas as nossas inquietações e comprometeram-se a levar nossas reivindicações a Manaustrans, já que a mesma será a que juntamente com a Seinfra estará no projeto do monotrilho, no que se refere ao apoio do governo municipal em assegurar a intermodalidade, ou seja, a integração do monotrilho com o BRT, os ônibus tradicionais, os táxis e os mototáxis.

Assim que tenhamos maiores informações, que nos foram prometidas, novamente comunicaremos.

Notas:
1. BRT - Bus Rapid Transit, ou ônibus articulados ou biarticulados que trafegam em canaletas específicas ou em vias elevadas.
2. Expresso - Sistema de BRT iniciado em 2000 na gestão do prefeito Alfredo Nascimento, tendo Omar Aziz como seu secretário de obras.
3. Manaustrans - Orgão municipal que cuida do planejamento viário da cidade de Manaus.
4. Monotrilho - Veículo sobre trilhos elevados.

2 comentários:

  1. Acho interessante a iniciativa da Amipaz em se preocupar com algo tão importante para nosso conjunto, uma vez que a obra do retorno já afetou e muito o tráfego de veículos no nosso conjunto, fora o constante aumento da violência e de carretas tomando as ruas, entre outras coisas. Com a construção do monotrilho trará muitos danos para nós moradores e o que pudermos fazer para impedir a obra em frente ao nosso conjunto cabe a nós nos mobilizarmos.
    Desde já fico muito feliz pela Amipaz está constantemente de olho por nós.

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    1. Agradecemos a confiança e, se possível, deixe-nos o seu e-mail para que possamos convidá-lo para as demais reuniões que pretendemos promover para debater os impactos da estação do monotrilho em nosso conjunto.

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