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sábado, 17 de março de 2012

Opinião: Respeitem a dignidade humana


Nos primeiros meses deste ano fomos surpreendidos por diversas notícias que assustaram as pessoas de bom senso. Sem ser pessimista, creio que as devemos ter diante dos olhos porque indicam tendência de menosprezo pelo ser humano tanto em sua dignidade quanto em sua vida. É também expressão de mudança nos valores éticos e morais que regem a sociedade. Vou enumerar algumas dessas notícias e acrescentar-lhes pequenos comentários a partir da visão cristã.

A primeira notícia foi esta: No centro do Rio de Janeiro três edifícios desabaram ao mesmo tempo e houve mortes. Ainda não divulgaram os motivos do desastre, mas ficou evidente a omissão das autoridades responsáveis que deixaram de fiscalizar o que deveria ser fiscalizado. É bom lembrar que casos de desabamento de prédios repetiram-se por várias partes do Brasil. Não estaria na hora de maior atenção a vida humana?
E o caso de favelas destruídas por incêndios? Os cidadãos merecem maior respeito.

A segunda notícia veio dos Estados Unidos e da Holanda. Usando técnicas de manipulação genética, cientistas daqueles países criaram um supervírus capaz de eliminar grande parte da humanidade. Trata-se de uma versão do H5N1, responsável pela gripe aviária. Ao contrário do vírus original, o supervirus se transmite pelo ar. Se escapar do laboratório, o desastre será enorme. Por que expor a humanidade a este perigo? Não existem justificativas para tal pesquisa.

A terceira notícia tem origem em uma universidade americana. Dois cientistas publicaram um trabalho em que defendem a tese que os médicos deveriam ter o poder de matar crianças recém-nascidas quando elas forem portadoras da síndrome de Down ou de outros defeitos físicos. A pena de morte atinge cada vez mais inocentes antes ou depois do nascimento. Como propaga-se também a eutanásia, não demorará para surgirem matanças por causa da raça, ideologia, religião ou situação social.

A quarta notícia é mais alegre. A China vai importar do Brasil trezentos mil jegues. Já que as motocicletas condenaram os jegues ao ócio*, nada melhor do que enviá-los para lugar onde terão futuro. Pena que para o nosso futuro haja pessoas que construam dias sombrios.

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus

Nota: (*) No Nordeste houve um crescimento muito grande do uso de motos para o transporte local e os jegues estão perdendo espaço para essa concorrência.

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