Powered By Blogger

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Estratégia para motivação de cultura inovadora



Nessa semana que passou abordei com alunos de pós-graduação em Gestão Estratégica Empresarial a importância da cultura da empresa na gestão da inovação nas organizações como fator estratégico para a perenidade das empresas no mercado. Ressaltava que os gestores, mesmos aqueles de nível operacional, não deveriam criar barreiras para a coleta de sugestões de melhorias de produtos, serviços e deveriam estimular ao máximo a revisão contínua de processos. Nenhuma ideia deveria ser tolhida, considerada absurda ou censurada e sistemas de premiação pecuniária deveriam existir como estímulo para coleta contínua de ideias inovadoras.

Uma aluna exemplificou que a empresa na qual trabalha não havia esse estímulo favorável à recepção de ideias, mas como líder de uma equipe agia assim de vontade própria, mesmo não havendo determinação de sua chefia direta. Esforçava-se para que os seus subordinados tivessem oportunidade para sugerir melhorias e não economizava tapinhas nas costas.

A Revista Você S.A. anualmente publica, em parceria com a Fundação Instituto de Administração – FiaUSP, resultado da pesquisa das melhores empresas para trabalhar, logicamente investigando a percepção de funcionários das empresas participantes da pesquisa. Tive a oportunidade de conhecer o questionário dessa pesquisa neste ano e verifiquei que além de perguntas diretas sobre a opinião do respondente sobre a empresa que trabalha, questionamentos sobre a atuação da chefia imediata é amplamente investigada como fator motivacional do funcionário. Obviamente, a metodologia visa comparar se a motivação para o trabalho é mais decorrente de um fato isolado, ou seja, se é possível que o empregado esteja satisfeito com o seu chefe, mas tenha sérias críticas e falta de identificação pessoal com a empresa que trabalha, ou vice-versa. Em todo o caso, esta reflexão visa ressaltar a correlação positiva entre motivação, cultura organizacional e inovação como uma tríade estratégica para que uma empresa possa permanecer no mercado.

Uma empresa que não adota a inovação como parte de sua cultura corre o risco de reter e promover gestores que não dão a mínima importância para motivar seus subordinados a gestar novas ideias e pode ficar reféns de iniciativas pessoais isoladas. Eu mesmo já fui vítima de uma criatura obtusa que analisando o meu currículo disse-me sem nenhuma cerimônia: “infelizmente toda sua experiência e conhecimento não serão aproveitados em suas atribuições nesta empresa”. Contudo, não se deve reduzir um indivíduo ao rol de suas atribuições, mas incentivá-lo a colocar sua vivência a extrapolar o limite suas tarefas de forma crítica e inovadora.

Uma empresa com uma forte cultura centrada em valores pode naturalmente expurgar indivíduos contrários a ela e, por sua vez, reter profissionais que melhor se adéquam a mesma. Desta forma, bastaria tão somente acrescentar a inovação como um dos princípios basilares da organização e tudo estaria resolvido. Porém, disseminar cultura não é uma tarefa fácil, pois se fosse teríamos uma miríade de empresas surpreendendo o mercado o tempo todo. Infelizmente, por mais boa vontade que se tenha, não é possível criar uma cultura inovadora por meio de uma simples declaração de valores.

Inovar é realizar algo de maneira pela qual ninguém antes imaginou e isto somente acontecerá se mentes voltadas para o trabalho possam estar continuamente motivadas a pensar e atuar no que gera,  desenvolve,  estabelece  valores  e  atitudes  na  empresa,  propensos  a  suscitar,  assumir  e  impulsionar  ideias  inovadoras.

João Lago.

Nenhum comentário:

Postar um comentário