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domingo, 26 de julho de 2015

Gente insensata

Móvel jogado na grama por morador
Em 20 de novembro de 2013 este blog publicou o texto "Por que é importante ser chato?", no qual apresentamos a Teoria da Janelas Partidas. Resumindo, uma experiência realizada pela Universidade de Stanford (EUA) determina que quanto mais abandonado um local, mais o mesmo atrai para si violência e degradação e é isto que justifica a importância de desejar que as coisas estejam sempre no seu lugar.

Por que é importante ser chato? 

Faz mais de uma semana que um morador jogou um móvel em plena praça de caminhada na esperança que de maneira mágica ele desaparecesse. Fico pensando que tipo de pessoa age assim, pois se ainda o móvel estivesse sobre a sua calçada, mesmo não sendo o local apropriado, ainda assim seria menos pior do que deixar em praça pública. No entanto, cada um dá aquilo que tem! Digo isto porque não são todos os moradores que agem assim. É o caso da moradora Nilce Nascimento que defronte a sua casa, no local da praça, cultivou um jardim.
Jardim cultivado por Nilce Nascimento

Podemos traçar um perfil que coloca essas duas pessoas em pontos opostos. Enquanto que uma entrega o que tem melhor em si para todos que passam na praça, o outro deixa o lixo, ou seja, aquilo que não presta. Um é generoso, o outro egoísta.

Infelizmente, muitos falam em melhoria da educação e arrotam que o Conjunto Santos Dumont é um local de moradores classe A. Porém, jogar móveis usados na praça apenas revela o instinto de periferia que determinadas pessoas tem dentro de si.

Vamos aguardar que esse morador se sensibilize e retire o móvel velho de cima do gramado de nossa praça, pois há sempre a possibilidade de redenção.

AMIPAZ - MANAUS.

Bandidos à mão armada assaltam moradora na Comandante Rangel

Fonte: Google Street View
Nesse sábado (25/7), por volta das 19h30min., uma moradora da Rua Comandante Rangel (rua lateral a praça de caminhada) foi assaltada à mão armada por dois indivíduos que a abordaram na entrada de sua casa.

A rua estava pouco movimentada, que é algo incomum na Rua Comandante Rangel e a abordagem dos bandidos foi muito rápida. Segundo a vítima, tão logo colocou a chave no portão de entrada para abri-lo, dois meliantes em uma moto apontaram a arma e levaram todos os seus pertences.




 Desde que o posto do Ronda nos Bairros deixou de estar presente no Conjunto Santos Dumont, aumentou o número de assaltos orquestrados por motoqueiros nas paradas de ônibus e nas ruas do conjunto. No entanto, este blog ainda não tem relato de assaltos à residências na quantidade que ocorreram em meados de 2011, mas a depender da facilidade que os bandidos encontrarem por aqui, certamente a tendência é aumentar o número de ocorrências.

Estejam alertas, pois com a crise que assola o país a expectativa é de aumento da violência. Portanto, estejam atentos para indivíduos desconhecidos que transitam pelas ruas do conjunto e, principalmente, ao chegar em casa à pé ou de carro, observem bem as imediações e fiquem atentos a presença de indivíduos suspeitos e na aproximação de motos e melhor mudar a direção e não entrar em casa, pois os bandidos podem entrar e render toda a família.

Não deixem de fazer boletim de ocorrência (B.O.) mesmo nesses pequenos assaltos, pois é por meio dos BOs que é traçada a estatística da violência na cidade e é importante que o mapa da violência esteja sempre atualizado.

AMIPAZ - MANAUS

domingo, 19 de julho de 2015

Quem são os nossos heróis?

A origem da palavra herói no português tem derivação do latim heros, mas anterior ao latim a etimologia da palavra tem origem no grego antigo em sua grafia peculiar que não se reproduz em nosso alfabeto. Para a antiga civilização grega politeísta faltava a figura intermediária que distinguisse o deus e o homem extraordinário, chamado semideus, conforme tradução de Mary Lafer para “os trabalhos e os dias” (versos 156-160) da obra de  Hesíodo(1). Por outro lado, ainda pequenos somos convidados a conhecer os super-heróis das revistas em quadrinhos, das telas da televisão e do cinema, geralmente homens comuns que recebem superpoderes e passam a combater o mal. Nossa visão lúdica infantil do termo herói é hoje uma fonte de comércio extraordinária, quais somente os dez super-heróis retratados nas telas do cinema juntos faturaram U$ 5,45 bilhões (dólares), conforme reportagem publicada na Revista Exame(2).

 Seja por meio da literatura grega ou da construção mental infantil, os heróis estão ligados a grandes feitos voltados para o bem comum e são admirados por isto. Porém, saindo da meninice, quando questionado o herói de um indivíduo a resposta mais comum situa-se em dois pontos: os pais ou Jesus Cristo. Assim, mesmo não gostando do termo, é “politicamente correto” e pouco comprometedor situar a resposta nesses arquétipos. No entanto, convido você a sair da resposta pronta e imaginar quem seria o seu herói. Não tenha pressa em responder!

A banalização do termo herói é o que mais me preocupa, pois pode traduzir em um claro sintoma de uma sociedade que perde os seus valores, já que para ser eleito ao panteão dos heróis tão somente basta a fama, devidamente apartada das virtudes. O roqueiro Cazuza, por exemplo, em sua música Ideologia cantou que “os meus (dele) heróis morreram de overdose”, pois foram tantas vidas ceifadas prematuramente como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison etc., que se tornaram ícones de um estilo de vida que ainda hoje conduz os jovens a uma morte precoce. Para não ficar somente com Cazuza, o ex-repórter e dublê de apresentador Pedro Bial chamou os enclausurados do Big Brother Brasil – BBB de “nossos (dele) heróis”. Poderia ficar somente nesses dois casos, mas recentemente uma jornalista esportiva, do canal televisivo Sport TV, referindo-se a transferência do jogador peruano Guerrero para um clube carioca, o consagrou como sendo o “herói (dela)” das torcidas do Corinthians e do Flamengo. É bom que se diga que mesmo não sendo simpatizante dessas agremiações fiquei consternado e lamentei que as duas mais numerosas torcidas do Brasil tenha para si um herói que foge da concentração em plena Copa América para curtir uma balada.

Não tenho a pretensão que ao finalizar este texto você tenha conseguido eleger um herói para si, mesmo porque herói bom é aquele já morto, o qual não sobra mais oportunidade para decepcionar. Eu mesmo não me arrisco em sair do lugar comum e eleger Cristo como o meu herói, mas posso acrescentar o meu avô João Pinheiro, que na ausência de meu pai soube mostrar-me os valores preciosos que até hoje me acompanham. Herói é assim, mesmo em um microcosmo individual e pessoal, deixa um legado virtuoso para a posteridade.

João Lago.

Notas:
(1) Hesíodo. Os trabalhos e os dias, parte I, 3ª. ed., tradução de Mary de Camargo Neves Lafer. São Paulo: Iluminuras, 1996.;
(2)    Revista Exame, Editora Abril, edição 995 de 26.6.2011.