Somos todos de uma mesma raça: A humana. E uma das características que nos fizeram estar presentes em todos os continentes foi a nossa herança antropológica de ser nômade. As fronteiras são meras convenções criadas pelos homens, enaltecidas pelos estúpidos, ignoradas pelos pássaros, invisíveis aos fenômenos da natureza.
sábado, 28 de julho de 2018
domingo, 22 de julho de 2018
Aos amantes de pitbulls
O
pitbull é um cão de porte médio cuja literatura atribui a origem
da raça na mistura de outras raças na intenção de produzir um cão
de briga. Esses cruzamentos geraram um animal atarracado de pescoço
musculoso e poderosa mandíbula. Essas características, apesar de
algumas vozes contrárias, justificam a ocorrência de inúmeros
acidentes com essa raça, na qual já foram registradas mutilações
e até mortes. Em países como Inglaterra, Noruega e Dinamarca a
criação da raça é proibida, assim como em alguns estados dos EUA.
No Brasil, embora a má fama, o pitbull é uma raça que continua a
ser mantida por alguns aficionados e apaixonados criadores que
enxergam na agressividade uma qualidade a ser valorizada e procuram
mitigar os ataques (inclusive ao próprio dono) como culpa do próprio
proprietário quando adestra o animal para ser violento.
Nesse
sábado (22/7), ouvi atentamente o discurso de Janaína Paschoal
durante a convenção do Partido Social Liberal - PSL que lançou o
capitão reformado Jair Bolsonaro como candidato a presidente no
pleito deste ano. Para quem não se recorda, Janaína Paschoal é
aquela professora e advogada, que em conjunto com o jurista Miguel
Reale Júnior e Hélio Bicudo (um dos fundadores do PT) assinou o
pedido de impeachment de Dilma Rousseff que foi aceito no Congresso
Nacional. Janaína em sua fala chamou atenção dos partidários de
Bolsonaro para não se igualarem ao discurso totalitário dos que
somente aceitam como aliados os que aderem 100% as suas ideias. Disse
ainda: "Enquanto procuramos pessoas que estejam dentro da
totalidade do nosso pensamento, eles estão se unindo". Janaína,
que ainda não se decidiu se aceita ser vice na chapa de Bolsonaro,
veio com um discurso conciliador para uma plateia que recebeu
Bolsonaro aos gritos de “mito”.
No
outro extremo da política, Ciro Gomes durante sabatina da Abimaq
(Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos)
em São Paulo, nessa última terça (17/7), resolveu homenagear as
profissionais do sexo atribuindo a uma delas a maternidade de um
membro do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que teve a
petulância de pedir abertura de um inquérito de injúria racial
contra ele. Isto porque Ciro Gomes chamou de “capitãozinho do
mato” o vereador Fernando Holiday que é negro e um dos
coordenadores do MBL (Movimento Brasil Livre). A divergência de Ciro
Gomes e Fernando Holiday é que esse último se diz contra as cotas
raciais e também pede a abolição do feriado do dia da consciência
negra. Na visão ideológica de Ciro Gomes a analogia racista se dá
pelo fato que durante a escravatura, os chamados capitães do mato,
em sua maioria negros libertos, estavam a serviço de homens brancos
para recapturar escravos fugitivos. Só para piorar o destempero
verborrágico de Ciro Gomes, o membro do MP-SP é uma mulher, ou
seja, em uma só tacada Ciro Gomes conseguiu mostrar-se
preconceituoso contra negros, prostitutas e por tabela ofendeu uma
mulher e trouxe para si a ira da Associação Paulista do Ministério
Público APMP, entidade que representa mais de 3.000 promotores e
procuradores de Justiça de SP. Nada mal para um pré-candidato a
presidente que terá como missão negociar com o Congresso Nacional e
com a sociedade o destino desta nação para os próximos quatro
anos.
Os
donos de pitbull podem mandar seus cães para banho e tosa, colocar
perfume e talco, colocar-lhes laços e fitas, mas ainda assim não
deixaram de ser o que são: animais de briga, indóceis e prontos
para morder a mão do dono. Por mais que o temperamento agressivo
possa parecer apropriado para que pitbulls sejam indicados como bons
cães de guarda, não é sensato tê-los em nossa casa. Os criadores
de pitbulls enaltecem a raça, a defendem e alegam que a
agressividade pode ser controlada é não seria um grave problema
desde que bem adestrados em tenra idade. Da mesma forma, o padrão
moral de um indivíduo é internalizado na infância, sendo pouco
provável que um indivíduo adulto, na casa dos sessenta, tão
enraizado em suas convicções possam deixá-las de lado como em um
passe de mágica. Podem até fingir durante um tempo, mas logo
sucumbem e mostram sua verdadeira face.
Moral da história: Os
pitbulls e os certos políticos têm muito em comum, basta apenas
contrariá-los.
João
Lago.
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