Uma
frase bem batida quando se fala de mentirosos é aquela que diz: “uma mentira
repetida mil vezes torna-se verdade”. Atribui-se a Joseph Goebbels, ministro de
propaganda de Adolf Hitler, que durante o nazismo construía a imagem de um mito
que a história demonstrou ser um tirano com necessidades imperiais de poder. Nos
estados totalitários, nos quais a democracia é considerada uma perversão
social, existe a necessidade imediata de construir mitos, elevando ao estado de
semideus o líder carismático, pois a partir dele alicerça-se a convicção que
todos os demais contrários as suas ideias são os inimigos do povo.
Lula
da Silva é sem dúvida um líder carismático para aqueles que o seguem e devido
ao seu destaque na cena política e criminal contemporânea tem os holofotes e
microfones voltados para si. Embora eu acredite que muitas das atuais declarações
de Lula são motivadas para manter vivo o mito de pés de barro que a lava jato
ameaça derrubar e levar para o esgoto da história. Lula apoia-se no fato de que
não há como ter certeza plena que ele foi o comandante do esquema criminoso de
corrupção na Petrobras, assim como também não há a convicção absoluta que não
tenha sido. Assim, apesar de avolumarem-se os indícios de sua participação como
patrocinador e beneficiário do esquema bilionário de corrupção, a estratégia é
negar sempre e desacreditar aqueles que o acusam atribuindo-lhes o desespero de
condenados em busca de um acordo com a justiça que faça diminuir-lhes os anos
de prisão.
É bem
verdade que os acordos de colaboração com a justiça devem vir acompanhados de
provas que sustentem uma acusação e devem ser homologadas pela justiça. Assim,
não basta somente a denúncia vazia. Portanto, quando se tem notícia que uma colaboração
tenha sido homologada tem-se a presunção que provas foram apresentadas e
aceitas como pertinentes para levar a condenação do ilícito, mas dando ao
acusado todo o direito ao contraditório, ou na linguagem fora do jurudiquês:
que possa apresentar sua versão para os fatos e defender-se. Entretanto, mesmo
quando homologadas pela justiça e o acusado vem a público desacreditar o acordo
firmado, não somente desmerece o seu acusador, mas também os promotores e o
juiz que o ratificou. Cria-se uma teoria da conspiração na qual os aparelhos
democráticos (incluindo a imprensa livre) estão mancomunados em uma perfídia
política que visa suprimir o salvador da pátria. O mais obsceno é a versão,
encampada por todos os que os seguem cegamente, que existe somente uma solução
viável para o Brasil: Eles. É justamente neste aspecto que o maior mal que o
Lula e o PT fizeram ao Brasil foi destruírem a esperança e a credibilidade que
a esquerda possuía como porta-voz dos avanços sociais, principalmente quando
veio à tona a lava jato e os partidos ditos de esquerda continuaram alinhados
com o PT e afundaram sua credibilidade junto com o lulismo.
Neste
vácuo de credibilidade é que uma greve geral nasceu fracassada, pois muitos
daqueles que poderiam ir às ruas para criticar as reformas trabalhistas e
previdenciárias preferiam não se imiscuírem com as bandeiras vermelhas para
gritarem “volta Lula”, porque existe um medo latente da impunidade para o líder
maior da bandalheira e que sua volta ao poder signifique um retrocesso na
democracia, porque está claro para os lulistas que a solução para sua
manutenção no poder passa pela supressão da imprensa e por meio do aparelhamento
do judiciário, tal como hoje ocorre na Venezuela. No entanto, a lava jato
continua e escancara a corrupção no congresso nacional e em governadores que
tiveram intimidade com o poder e deixa claro que a renovação é necessária para
que seja fundada uma nova república. O povo brasileiro não merece mais ser
governado e representado por todos esses que estão no olho do furacão.
Independentemente
dos acontecimentos presentes na crônica policial, faz-se necessário que aqueles
que foram as ruas pedir fora Dilma e cadeia para o Lula, possam inteirar-se e
refletir acerca das mudanças propostas nas aposentadorias e nas relações de
trabalho que afetam o agora e o futuro de todos os trabalhadores. Essa estória
que a mudança será para melhor deve merecer nossa desconfiança, pois assim como
houve a imposição da CPMF para solução do custeio da saúde no Brasil e no final
nada mudou, assim podemos ter uma repetição de uma política inócua, mas bem
mais perniciosa na medida em que seus efeitos perpetuar-se-ão por décadas a
fio.
Infelizmente
a decisão sobre importantes matérias que afetam os trabalhadores hoje está na
mão de um congresso nacional corrompido, desacreditado e sem uma agremiação
política que os represente. Uma esquerda vazia, desacreditada e corrompida,
essa é a verdadeira herança maldita deixada por Lula, Dilma e o PT.
João
Lago.
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